Você dorme e acorda sem saber pra onde ir. A rotina do convívio consigo mesmo se torna cada vez menos suportável. Suas escolhas cada vez mais calculadas são friamente despidas e sem sentido. Seus amigos ser tornam a cada dia mais invisíveis. Você cai. Clama por respostas as suas mais intimas perguntas, e nada, ninguém responde. A pergunta "Porque eu?" está cada vez sendo mais pronunciadas pro você, quase como um 'amem'. Você se auto-destrói. E chora cada vez mais.
A vida é injusta, o mundo irreal. Seus pais são os mais cruéis e seus professores os menos compreensivos. Mentira.
Uma noticia boa: Você não está só.
Num mundo de bilhões não é o único a sofrer. Não é o único em dúvidas, nem tampouco o menos compreendido e inaceitável. Não é mal-amado, muito menos um solitário no meio da multidão. Acredite, a multidão é o coletivo de solidão, disfarçada de civilidade.
Essa pessoa a teu lado sofre tanto quanto você. Como você, ela reza, mesmo não acreditando em Deus, e sonha com dias melhores.
Ajude a si mesmo e o céu te ajudará. Fuja da rotina. Crie novos amigos e torna-te mais do que apenas um conhecido deles. Conheça teus pais e a história de teu país. Perceba que na antiguidade o sofrimento era o mesmo que hoje você sente.


E cante, escreva, publique. Grite. Não por socorro, mas por escape. Aceite a realidade nua e crua, você não é o único punido, seus pais não são os piores pais do mundo e seus amigos não são as únicas pessoas que sabem dar as costas sem nem se despedir.
Apare as arestas e exclua fronteiras. Crie asas e voe para onde mais deseja ir. Fuja do habitual. Liberte-se.

(Marcos Clarck)


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