*Capitulo Nove: Um dia perfeito*
“São
as pequenas coisas que valem mais. É tão bom estarmos juntos. Tão simples: um
dia perfeito.”
― Afinal de contas, onde é que
estamos indo?
O dia já tinha amanhecido fazia
algumas horas, o sol já brilhava intensamente no céu de um azul
excepcionalmente lindo, enquanto um carro preto parava a beira da estrada.
As portas do carro se abriram e
uma paisagem linda surgiu à frente deles.
As meninas estavam paradas a
beira da estrada vislumbrando uma paisagem que se estendia a frente. Abaixo do
céu maravilhosamente azul, se encontrava o mar, cujo parecia refletir o azul
luminoso acima dele, uma montanha verde se seguia ao fundo e não parecia agora
estar tão longe quanto as outras mais. Uma vastidão de barcos enfeitavam o azul
ondulante do mar, dando um toque a mais de beleza ao lugar, que já tinha sua
beleza própria.
Havia barcos de todo o tipo,
desde pequenas lanchas a enormes Iates, barcos quase tão grandes quanto um
navio e algumas Escunas maravilhosas. As meninas, sem exceção, observavam a
paisagem, extasiadas por tal beleza.
― A enseada. – Disse uma voz ao
seu lado e Lilian desviou os olhos da paisagem para ver um maroto de cabelos
bagunçados, olhando-a pelo canto dos olhos.
Lilian desviou os olhos
imediatamente, voltando-os para a paisagem a frente, e intencionalmente
ignorando-o.
― É pra lá que vamos, Hagrid?
― Ah, sim, sim, mas não é lá que
vão ficar, não é mesmo.
Lilian virou-se a tempo de ver o
homem piscar aos meninos, que sorriram marotamente.
― Aonde vamos então? – Patsy
indagou em voz alta o que Lilian se perguntava naquele momento.
― Ah vocês verão. Vocês verão. De
volta ao carro. Vamos.
Eles voltaram ao carro para ver
Hagrid dirigi-lo por nada menos que cinco minutos antes de encostar e ver que
estavam agora muito próximos do cais que os levariam aos barcos.
Empolgadas, as meninas pegaram,
cada uma sua mochila, onde havia varias que elas nem sabiam pra que tantas, e
deram alguns passos decididos em direção ao cais.
― Ah não. Não vamos pra lá.
As meninas pararam e se viraram
pra ver os meninos parados próximos ao carro, ainda com aquele sorriso maroto
no rosto.
― Não... Não vamos pra lá? – Lia
apontou para os barcos ao longe franzindo a testa confusa.
Lilian tirou a mochila das
costas, colocou-a no chão a sua frente e cruzou os braços.
― Ok então. Não vou a lugar algum
enquanto não disserem onde exatamente estamos indo.
Os meninos se entreolharam, se
perguntando se deveriam ou não dizer alguma coisa.
― Não temos escolha, não é?
Os meninos concordaram com Remo e
Thiago abrindo seu maior sorriso maroto encarou a ruiva, que desviou o olhar
propositalmente.
― Estão vendo aquela montanha
ali?
Thiago apontou para a montanha
mais próxima. Agora que reparavam melhor, ela não parecia mais tão longe, se
caminhassem alguns minutos, cinco no máximo, estariam rente a montanha cujas
arvores inicialmente não pareciam tão enormes quanto as que se encontravam no
topo da mesma.
― É pra lá que vamos!
Sirius sorriu largamente, e as
meninas repararam, até Remo parecia sorrir daquele jeito maroto. Não é a toa que ele é um maroto, não
é mesmo?
―Para a montanha?! – Exclamaram as três garotas, levemente confusas
e assustadas.
― Bela piada.
As meninas riram e viram Sirius
se aproximando. O maroto passou a mão em volta dos ombros de Lia a virando,
fazendo-a olhar a montanha agora a sua frente.
― E ai loirinha não ta a fim de
ir pro matinho?
Sirius riu brincalhão, e Lia riu,
revirando os olhos e tentando não encarar o maroto, que a viu desviar o olhar
do seu, meio sem jeito. Era impressão dele ou ela havia corado? Será que ela se
lembrava da noite anterior?
― Sirius! Estamos falando sério.
― Também estamos falando sério,
Lilly!
― O que vamos fazer na montanha?
A ruiva encarou Sirius, fingindo
não ver Thiago e aquilo estava começando de verdade a incomodá-lo. Ele não
parecia ser o único que notara a atitude da ruiva.
Desconcertado, olhando de Lilian
pra Thiago, Sirius deu de ombros.
― Trilha, oras.
― Trilha?! – Exclamaram as
meninas ao mesmo tempo.
― Ah meu Deus, é perigoso!
― Tudo isso pra chegarmos à
praia?
― Mas como vamos ficar lá o dia
todo?
― Vamos dormir lá?
― E como eu vou tomar banho?
― Ah não, é muito perigoso,
Hagrid devia ir com a gente.
― Você vai, não vai Hagrid?
As meninas cessaram as perguntas
e fitaram o enorme homem que deu um sorrisinho bondoso dando uma palmadinha nas
costas de Lilian que sentiu seus joelhos dobrando e quase caindo de joelhos no
chão.
― Ah eu não, não. Não posso ir,
meninas, sinto muito, mas a vizinha sabe, pediu pra ajuda - lá a cuidar de uns
bichinhos que ela tem. Realmente raros sabe, umas gracinhas.
As meninas se entreolharam e
iniciaram uma nova onde de intermináveis perguntas e motivos pelos quais aquilo
poderia ser perigoso até finalmente os meninos convencerem-nas e eles começarem
a subir o morro em direção ao norte.
Teriam que atravessar a montanha
para então começarem a descida e chegarem às praias. Segundo os meninos aquelas
trilhas eram muito usadas, principalmente em fins de semanas e por grupos de
pessoas que preferiam esses tipos de diversão, a ficar torrando no sol a beira
da praia. Quando os meninos comentaram isso, Lilian pensou honestamente que
preferiria estar torrando no sol, mas preferiu guardar essa informação pra si
mesma.
― Ainda falta muito?
A subida era sem duvida a parte
mais difícil, estavam quase no meio da subida quando Lilian sentiu seus pés
escorregarem em um monte de pequenas pedras de areia e se desequilibrar.
Levando as mãos ao chão, Lilian tentou se segurar nos matos e ramos de arvores para
recuperar o equilíbrio e poder voltar à subida novamente, quando uma mão se
estendeu em sua direção e ela ergueu os olhos pra ver Thiago parado a sua
frente, com a mão estendida pra que Lilian segurasse. Ela sentiu o peito se
encher de raiva e segurou numa raiz com força, erguendo seu corpo e arrumando a
mochila nas costas, vendo Thiago ainda de pé a sua frente, ainda com a mão
estendida.
― Não preciso da sua ajuda.
Ela desviou do menino e continuou
andando firmemente adiante, subindo o morro, dessa vez tentando pisar onde
tinha mais grama do que na trilha de terra.
― Mau jeito, Pontas. – Sirius que
vinha atrás deles passou por Thiago dando um tapinha no ombro do amigo enquanto
Thiago virava-se pra continuar subindo.
― Qual é a dela, vai ficar me
ignorando até quando? O fim de semana inteiro?
― Provavelmente.
Thiago não precisou virar-se pra
saber que fora Remo quem lhe respondera. Ele vinha logo atrás, subindo o morro
ao lado de Patsy a ajudando devido à mão enfaixada da garota.
― Eu só tava tentando ajudar ela
e o que ganho em troca? – Ele indicou com a mão a frente onde a ruiva seguia
caminhando agora ao lado de Lia, se referindo ao tratamento que vinha recebendo
da ruiva.
― Eu acho que ela não viu aquilo
como uma ajuda e sim como você atrapalhando os pegas dela.
Sirius riu levando um tapa na
cabeça por um, agora mal humorado, Thiago.
― Não teve graça.
― Eu acho que o Sirius tem razão.
Thiago fechou mais a cara e
Sirius abafou uma risadinha.
― Ae, se quer saber o que se
passa na cabeça da sua amada ruivinha, porque não pergunta pra melhor amiga
dela?
Sirius diminuiu os passos pra
ficar ao lado de Patsy a abraçando pelos ombros e a garota riu.
― De jeito nenhum. Eu não vou me
meter na briga desses dois, senão acaba sobrando pra mim.
Sirius e Remo riram e Thiago
assentiu com a cabeça.
― Não dê ouvidos pra esse
cachorro não, Pat. E pro seu governo Almofadinhas, a Lilian não é minha amada.
― Claro e eu sou uma pomba gira e
vou sair voando morro abaixo.
Todo mundo riu enquanto Thiago
dava outro tapa na cabeça de Sirius.
― Se quiser eu te faço voar agora
mesmo.
Sirius riu e deu passos
apressados a frente quando Thiago fingiu que ia jogá-lo pra fora do morro em
direção ao mar abaixo deles.
Eles alcançavam quase o topo da
montanha, quando Sirius parou ao lado de Lia a abraçando pelos ombros e olhando
a paisagem à frente.
Se haviam achado a paisagem da
Enseada bonita, agora eles realmente perdiam o ar com o que viam a frente.
O azul predominava toda a
dimensão a frente deles, misturado com o azul do céu e do mar. Pássaros voavam
livres pela imensidão do céu, o vento agora parecendo mais livre, mais
imponente, faziam os cabelos das meninas esvoaçarem dando uma sensação de
liberdade jamais sentida antes, era como se eles realmente pudessem voar. A
linha do horizonte ao longe, as montanhas que se destacavam distante, tudo
aquilo dava a sensação de estar no topo do mundo observando o quanto todo o
resto era pequeno e insignificante. O silencio ali era absolutamente
entorpecente dando a eles uma sensação de paz, de calmaria que seria capaz de
elevar não apenas seus pensamentos, mas também suas almas ao Ser maior acima
deles. Era como estar próximos de tocar o céu, próximos de Deus.
― Meu Deus! – Ouviram-se em
uníssono e eles se entreolharam sorrindo, antes de retomarem a caminhada.
Começaram a descer a montanha e a
descida parecia ser bem mais rápida e fácil do que a subida, obviamente.
Quando finalmente passaram pela
ultima arvore e viram a trilha de terra se transformar em uma macia e branca
areia da praia, eles finalmente suspiraram aliviados, se largando com mochila e
tudo a beira da praia e parando para um descanso merecido.
― Deus do Céu, mais umas
montanhinhas dessas e eu não preciso mais de academia.
As meninas riram e Sirius abraçou
Lia pelos ombros, olhando sugestivamente para o decote da garota antes de
dizer.
― Eu acho que você esta
perfeitamente gostosa assim, nem precisa de academia.
Os meninos riram, acompanhados,
claro, por Sirius que levava um tapa na mão pousada sobre o ombro da menina e
gargalhou mais alto.
― Vamos ficar aqui então?
Lilian pegou uma garrafinha de
água da sua mochila dando um grande gole antes de jogar a garrafa a Remo,
sentado mais próximo dela, que também tomou um gole e passou a garrafinha
adiante.
― Eu acho que não é seguro
pararmos logo na primeira praia.
― É, a Lia tem razão. É a
primeira praia, todo mundo passa por aqui. Melhor procurarmos outra mais a
frente.
― Tem muitas praias desse lado da
montanha, Remo? – Indagou Patsy após tomar um grande gole de água.
― Bom, pelo que eu vi no mapa,
tem algumas praias. Tem duas mais a frente com a maré bem calma e uma delas tem
até uma cachoeira.
― Então vamos pra essa, vai ser
preciso uma cachoeira de água doce no fim do dia.
As meninas se entreolharam meio
confusas.
― Vamos passar o dia aqui?
― Todo?
― Incluindo a noite?
― Bom, esse é o plano. – sorriu
marotamente Thiago, vendo os olhares preocupados das meninas.
― Não tem perigo nenhum. Nós já
fizemos isso antes.
― É, Pat, não é a primeira vez
que acampamos aqui. Não tem perigo.
― Fazemos uma fogueira e já era.
Temos barraca. Não tem nada demais.
Sirius tomou um gole da água
antes de passar o restinho pra Lia, que tomou um gole e deu de ombros se
levantando.
― Bom, então é melhor acharmos
essa praia logo antes que outros façam isso antes de nós.
― Mas tem tanta gente assim
fazendo trilha? – Ignorando o fato de Lilian o ignorar por completo, Thiago não
hesitou em responder.
― Não. Mas nunca se sabe, podem
chegar às praias com barcos também né, pra passar o dia.
Concordando que deviam seguir
adiante até chegarem a tal praia que Remo havia citado, eles arrumaram as
mochilas nas costas e recomeçaram a caminhada, atravessando a praia não muito
longa e adentrando em meio às copas das arvores, seguindo por uma nova trilha
adiante.
― Até que enfim!
― Não acredito que finalmente
chegamos.
― Caralho Remo você devia ter
dito que essa tal prainha era longe pra caralho né.
― Minhas pernas não tão
aguentando.
― E minhas costas então, essas
mochilas estão pesadas pra burro.
― Mas chegamos, isso que importa.
Eles tiraram a mochila das costas
se jogando na areia macia da praia. Alguns deixaram o corpo cair deitado sobre a
areia observando o céu azul e os pássaros que voavam felizes como se brincando
um com o outro no céu.
Eles tomaram água e então as meninas
colocavam as mochilas juntas e procuraram alguma coisa pra comerem enquanto os
meninos montavam as barracas.
A praia era sem duvida uma das
mais lindas até ali. Não era muito grande, poderiam percorrê-la inteira em
poucos minutos, o que todos acharam bom, pois era mais seguro quando se tinha
uma visão inteira da pequena praia.
De um lado ficava a montanha de
onde eles haviam vindo e do outro lado, onde havia outra montanha, havia uma
cachoeira de água doce, que, provavelmente outras pessoas que haviam acampado
ali antes deles haviam feito uma espécie de jato de água que vinha da água da
cachoeira, improvisada por um bambu rachado ao meio e amarrado com algumas
cordas finas. As meninas adoraram aquilo, significava um banho de água doce ao
fim do dia, afinal, não era muito higiênico ficarem todos grudentos com o sal
da água do mar o dia todo, incluindo a noite.
Quando as três barracas estavam
prontas, eles guardaram as mochilas todas em uma delas, fechada por um pequeno
cadeado e dividiram dois pacotes de bolacha, sentados a beira do mar observando
a paisagem.
― Meu Deus! Estamos no paraíso!
E Lilian tinha razão, pareciam estar
no paraíso.
Thiago se levantou pra colocar
uma garrafinha, agora vazia, de coca cola próxima a barraca e quando se virou
pra voltar onde as meninas estavam sentadas, ele fez um sinal de silencio aos
meninos que entenderam na mesma hora, enquanto ele dava passos sorrateiros em
direção as meninas.
― Shiu!
De repente gritos assustados
espantaram os pássaros que pousavam próximos a eles, fazendo-os voar céu acima,
enquanto três garotas caiam sobre a areia macia, gritando, rindo e tentando
empurrar três marotos risonhos que haviam pulado em cima delas na tentativa de
pregarem-lhe um susto.
― Sabia que ia pegar vocês.
Thiago ria, rolando pro lado,
sentindo a areia macia um pouco mais quente por causa da exposição diária ao
sol quente.
― Pegar? Duvido que vocês peguem
a gente.
Thiago nem tinha reparado que a
ruiva havia tirado os tênis All Star e se levantava com ar de marota no rosto e
saia correndo, sendo seguida pelas outras duas garotas, também descalças,
enquanto ele, Sirius e Remo se levantavam imediatamente e saiam correndo atrás
das garotas, iniciando um divertido pega-pega.
Não havia duvida que os meninos possuíam
um melhor preparo físico do que as meninas, que tentavam correr deles, mas não
conseguiam ir muito longe.
Lilian sentiu as mãos de Thiago
envolverem sua cintura por trás e riu, se desviando das mãos dele e correndo
sentido contrario, rindo e olhando pra trás tentando se afastar do garoto.
Thiago já estava sem camisa, o
que Lilian já havia notado, e não tinha como não admirar tal beleza, mesmo
estando zangada com ele pela briga da noite anterior.
O maroto tinha um tórax perfeito,
não exageradamente malhado, mas bem definido, a pele branca levemente bronzeada
pelo sol e a barriga praticamente um tanquinho onde, se Lilian lavasse roupa,
ela certamente adoraria que fosse naquele
tanquinho.
Sirius e Remo também já haviam se
desfeito da camisa e não ficavam pra trás, até mesmo Remo, que apesar de não
jogar futebol, tinha um belo físico.
― Você não me pega,
lá-lá-lá-lá-lá-lá. – Lilian cantarolou risonha pros meninos, antes de sentir
seu corpo colidir fortemente com alguém, fazendo a pessoa cair e ela cair por
cima.
Patsy caia em cima de Remo,
sentindo o corpo quente do maroto em baixo do seu, ele com o rosto corado, mais
pelo calor do que por qualquer outra coisa. Patsy olhou-o por segundos admirando
o quanto ele era lindo, quando sentiu, alem de Lilian caindo em cima de suas
costas, pessoas pulando em cima deles.
Thiago correu e pulou em cima de
Lilian, e Sirius que acabara de agarrar Lia a puxou junto caindo em cima dos
amigos caídos no chão.
― Sai...!
Lilian disse aos risos. Remo
sentia-se quase sufocado de tanto rir e com tantas pessoas em cima deles,
prensando cada vez mais Patsy a ele, era impossível não sentir cada curva
maravilhosa do corpo da garota sobre si.
Eles gargalharam muito, mais
ainda quando Lia escorregou para o lado caindo na areia e Thiago ergueu as costas
fazendo Sirius cair, tendo o maroto pulando em cima dele em seguida, tentando
agarrar o amigo na brincadeira.
― Olha o peitinho do
Almofadinhas, que deliça.
― Ai pontas não faz assim que eu
fico todo excitado, meu gostosão.
Todo mundo gargalhou, deixando-se
cair na areia, exaustos de tanto rir e de tanto correr.
― Meu Deus, minhas bochechas
estão doendo de tanto rir.
Patsy tentava massagear as
bochechas, tentando ficar séria, mas aquilo só causou mais risos.
Quando Thiago lançou um olhar
maldoso pra Sirius, Lilian olhou-o desconfiada.
― Ah não... Nem pense nisso,
Potter... POTTER!
Rindo Thiago, que se levantara
num pulo, pegou Lilian no colo e saiu correndo com a ruiva histérica em seus
braços, em direção ao mar.
Lia e Patsy também não tiveram
sorte ao tentar se esquivarem dos marotos e foram carregadas, também aos risos
em direção ao mar.
Lilian não sabia se ria ou se
gritava enquanto Thiago adentrava ao mar a carregando no colo, ela sentiu a
água levemente gelada do mar batendo em suas pernas, molhando a calça jeans e
gritou mais ainda quando Thiago a soltou na água, que já batia aproximadamente
na cintura do maroto.
A garota de cabelos
castanho-alourados sentiu-se afundar no mar, a água, agora que ela
encontrava-se ao fundo, não parecia mais tão gelada, mas maravilhosamente
refrescante. Ela voltou à superfície, sentindo as roupas grudadas ao corpo e um
pouco mais pesadas que o habitual e riu, passando a mão pelos cabelos molhados
e puxando-os pra trás, antes de fazer o que Lilian fazia naquele momento,
tentar sair correndo, dentro do mar, atrás dos marotos para afundá-los na água.
Lia pulou em cima de Sirius
tentando afundá-lo no mar, mas o maroto desviou-se a deixando cair na água,
rindo enquanto jatos de água batiam no seu rosto sendo consequência da guerra
de água que as meninas faziam contra os marotos.
Lia riu, puxando a blusa pra
cima, tirando-a e a rodando no ar, ficando de sutiã. Sirius lançou um olhar de
cobiça à loira, que ria.
― Ta olhando o que?
Lia riu jogando a blusa
encharcada no rosto de Sirius que pegou a blusinha e amarrou na testa.
Thiago sentiu um frio que nada
tinha a ver com a água percorrer sua espinha quando reparou que a ruiva fazia o
mesmo que Lia e quando os marotos perceberam, elas jogavam as roupas em cima
deles e riam fazendo uma nova guerrinha de água.
Quando Lia rodou a calça jeans no
ar, rindo animadamente, Sirius olhou-a assustado.
― Meu Deus, você vai ficar
pelada? Obrigado Senhor, eu estou no paraíso.
Todo mundo riu e Lia jogou a
calça no rosto de Sirius.
― Deixa de ser bobo, não estou
pelada.
Ela tentou pular, tentando
mostrar que ainda estava de calcinha e sutiã.
Lilian e Patsy riram, Lia era bem
mais louca do que parecia.
― Quem nunca viu calcinha e sutiã?
Nisso ela não estava errada,
pensara Lilian, a única diferença entre calcinha e sutiã de um biquíni, tirando
aquelas calcinhas que eram mais ousadas, claro, era que eram feitas de pano.
Mas antes que Lilian pudesse
concluir seus pensamentos, sentiu-se sendo puxava pelas pernas ao fundo do mar,
a fazendo afundar, mas não por muito tempo. Quando subiu a superfície ela viu o
riso maroto de Thiago próximo a ela e rindo ela saiu correndo, ou tentando,
atrás de Thiago.
―Potter, você me paga!
Thiago risonho saiu correndo em
direção a Sirius, que agora carregava as roupas das garotas nas mãos, em
direção à beira praia, quando sentiu alguém pulando nas suas costas.
― Almofadinhas, você fica um
tesão todo molhadinho.
As meninas riram e Sirius revirou
os olhos, tentando se livrar do maroto em suas costas que agora passava a mão
no tórax de Sirius, zoando o maroto.
Lia, Lilian, Patsy e Remo vinham
atrás dos dois, correndo e brincando com a água.
As meninas chegaram à beira da praia
rindo e sentando na areia molhada, enquanto Sirius, já livre de Thiago, jogava
as roupas no chão e sentava na mesma, deitando de costas na areia molhada e
observando o céu.
― Hey, tive uma ideia!
― Ah não, droga! Eu não queria
que chovesse.
Todo mundo riu e Sirius pegando
um pouco de areia molhada jogou na direção do maroto que se desviou, rindo.
― Que tal uma partidinha de
futebol? Os meninos contra as meninas?
― Ah não, Sirius, não é justo. Já
sabemos o resultado desse jogo: Cem pros meninos e zero pras meninas.
Todo mundo riu.
― Como você é pessimista, Pat!
A garota riu do comentário
brincalhão de Sirius.
― Ah, mas ela esta certa, vocês
são jogadores de futebol, óbvio que vão acabar com a gente.
― Ok, então. – Concordou Thiago.
- Vamos dividir. Eu, Lilly e Pat contra Sirius, Lia e Remo.
― Ótimo! Um jogador bom de cada
lado, contando que o Remo joga tão bem quanto vocês meninas.
No que todos riram, Remo revirou
os olhos e Sirius deu uma gargalhada parecida com um latido.
Sirius se levantou correndo e
pegou a bola dentro de uma das mochilas na barraca e voltou fazendo
embaixadinhas com a bola, enquanto as meninas admiravam e Thiago tacava uma
bola de areia molhada na direção do garoto que riu desviando, parando a bola no
chão com os pés enquanto as meninas faziam os gols com os tênis jogados na
praia.
Eles começaram o jogo com Sirius
correndo com a bola em direção ao gol, tentando ser bloqueado por Patsy que
numa tentativa frustrada de chutar a bola chutou a areia molhada da beira da
praia e riu, enquanto Sirius marcava o primeiro gol.
O jogo continuou animado e mais
engraçado à medida que o tempo passava. Todo mundo riu quando Lilian tentou
bloquear uma bola de Sirius chutando a canela do garoto com tanta força que ele
sentou no chão reclamando de dor, enquanto Lilian se desculpava e todo mundo
gargalhava.
Quando Thiago tentando fazer gol
chutou a bola tão forte que ela voou longe, batendo numa enorme pedra próxima a
uma das cachoeiras, Sirius teve a brilhante ideia, depois de buscar a bola, de
brincarem de pular da pedra, que não era tão alta e tinha uma super facilidade
de subir em cima dela por uma pequena trilha na montanha.
E todos deixaram a bola de lado
correndo em direção à pedra.
Era uma pedra próxima ao mar, ao
pularem inicialmente na água do mar, ela batia aproximadamente na altura do
pescoço de um dos meninos e eles eram bem mais altos que as meninas.
Remo recomendou a Pat que não era
muito bom ela pular, mas ela prometeu tomar cuidado, mantendo a mão machucada
próxima do corpo quando pulasse.
Sirius pulou da pedra mais de dez
vezes quando subiu mais uma vez, dessa vez numa disputa com Thiago pra ver quem
chegava primeiro, Lilian estava parada a beirada para pular e parou pra ver a
gracinha dos dois.
Quando os dois se aproximaram da
pedra, Sirius escorregou pela pedra de bunda caindo no mar causando risos em
todo mundo, mais ainda quando ele saiu do mar massageando a bunda.
― Machucou a bundinha,
Almofadinha. Olha suspeito heim.
Todo mundo riu e o maroto
reprimiu uma careta mostrando o dedo do meio pra Thiago, que gargalhou ainda
mais, sentado em cima da pedra.
― Doeu cara.
Lilian, ainda parada na pedra,
momentaneamente, depois da brincadeira de Sirius e Thiago, se esqueceu do por
que estava parada a beira da pedra até ser despertada por Thiago.
― Pode pular. Qualquer coisa eu
te salvo.
Ele piscou, passando a mão pelos
cabelos, brincando e a ruiva revirou os olhos, fechando a cara e virando-se
novamente pra ver o mar lá embaixo, se preparando pra pular.
Mas quando Lilian fez impulso pra
pular no mar, ela sentiu seus pés escorregarem e deslizou pela pedra
completamente de mau jeito, deslizando em direção ao mar.
Thiago num pulo se levantou e
estendeu a mão tentando segurar Lilian.
―LILLY!
A garota escorregou e caiu.
Thiago viu o corpo da ruiva,
caindo de mau jeito no mar e num impulso, ele pulou no mar afundando e
emergindo o mais rápido que pôde, nadando em direção a Lilian que parecia
desmaiada flutuando sobre as águas do mar.
Thiago segurou Lilian nos braços,
tendo a garota molemente desmaiada, ele nadou desajeitadamente em direção à
beira da praia, os amigos que haviam parado a brincadeira assustados, foram
tentar ajudar.
Sirius ajudou Thiago a sair do
mar, não deixando a maré puxá-lo de volta e rapidamente Thiago alcançou a beira
da praia, colocando delicadamente o corpo de Lilian na areia molhada, olhando
pra ruiva com ar de desespero no rosto.
― Ah meu Deus!
― Será que ela ta bem?
― Será que ela se afogou?
― A gente precisa fazer alguma
coisa?
― E se ela se machucou pra valer?
― E se ela bateu a cabeça.
― Meninas pelo amor de Deus,
calma!
Os meninos, próximos também de
Thiago e Lilian, se aproximaram das meninas, abraçando-as pelos ombros, elas
pareciam bastante assustadas e com lágrimas de preocupação nos olhos.
Thiago delicadamente segurou o
rosto de Lilian a chamando baixinho. Não sabia dizer se a ruiva engolira água
ou não.
Ele chacoalhou levemente o corpo
da ruiva pra ver se o gesto poderia acordá-la, mas a ruiva permaneceu
inconsciente no chão da praia.
Thiago sentia seu coração batendo
descompassado dentro do peito, uma agonia presa à garganta misturada ao medo,
ao desespero de que algo mais grave poderia ter acontecido à ruiva quando seu
corpo se chocou com a água.
― Lilian! Lilian, acorde, por
favor.
Thiago olhou indeciso pros
amigos, como se perguntasse se poderia fazer o que ele pretendia fazer, mas
ninguém disse nada, nem fez objeção alguma quando Thiago segurou o rosto da
ruiva delicadamente e levou seus lábios até os dela.
Ele já havia selado seus lábios
aos lábios maravilhosos da ruiva antes, mas dessa vez era diferente, naquele
dia mágico os lábios dela estavam vermelhos como uma maçã, naquele momento
pareciam tão brancos que Thiago sentiu seu coração congelar ao constatar isso e
perceber que aqueles lábios antes tão quentes, agora estão levemente mais
gelados.
Ele levou uma das mãos ao nariz
da ruiva, de modo que pudesse fazer a respiração boca a boca da maneira correta
que havia aprendido em uma das aulas de natação quando era mais novo.
Thiago inspirou o máximo de ar
que conseguiu, segurando o ar por segundo e quando encaixou seus lábios nos da
ruiva ele soltou o ar, de modo que o ar pudesse alcançar os pulmões dela e
obstruir qualquer coisa que pudesse estar impedindo-a de respirar, ou fazendo
com que a água, caso ela tivesse engolido, fosse expulsa dos pulmões dando
lugar apenas ao ar.
Quando Thiago afastou-se para
verificar se Lilian respondera a sua primeira tentativa de respiração boca a
boca, Lilian tossiu e Thiago imediatamente segurou delicadamente a nuca da
ruiva de modo que ela pudesse erguer o corpo e respirar com mais facilidade.
Ela sentou-se no chão, tossindo
até que finalmente ela respirou mais calmamente e percebeu os amigos a sua
volta.
Todos respiraram aliviados quando
viram que Lilian finalmente estava bem.
― Você ta bem, Lilly?
― Eu to bem. - A ruiva sorriu e
olhou sem jeito pra Thiago sentado ao seu lado, mas ainda a olhando de modo
preocupado.
― Meu Deus, você quase nos mata
de preocupação.
― Desculpa gente, eu
escorreguei...
Thiago balançou a cabeça como quem
dizia que ela não devia se desculpar por aquilo e a ruiva assentiu levemente,
sorrindo sem jeito.
― Graças a Deus, esta tudo bem.
Os demais se sentaram a beira da
praia, próximos uns dos outros, todos sentindo realmente mais aliviados
enquanto observavam a perfeição que acontecia diante de seus olhos.
O céu estava alaranjado, na
verdade era difícil defini-lo com apenas uma cor. No meio do céu, se olhassem
pra cima ainda podia ver o azul majestoso, mas quando se olhava para o mar a
sua frente, próximo a linha do horizonte, as cores eram diversamente
majestosas: Podia-se ver o alaranjado misturado levemente com o azul que
resultava num roxo e rosa claro, e em volta do sol um alaranjado mais intenso,
como se uma mão invisível tivesse pintado o céu com tinta.
O astro Rei, agora se preparando
para dar seu adeus a Terra, brilhava luminoso, próximo a linha do horizonte,
agora não parecendo mais tão intenso, possibilitava aos olhos dos seis jovens
sentados a beira da praia de admirá-lo com maior atenção.
Aquela bola de fogo pairando, no
que dava a impressão de ser acima do mar, era a coisa mais perfeita e magnífica
que podiam ver, principalmente, para eles que moravam numa cidade onde mal se
podia ver o azul do céu direito devido a grande concentração de poluição.
Mas, era mais que isso, mais do
que ver um por do sol e achá-lo bonito. Era estar ali, sentados tranquilamente
à beira da praia, sem preocupação alguma a não ser viver a vida, a não ser
aproveitar cada dia como se fosse o ultimo.
Era uma sensação de paz, de união
com o universo, como se fossem as únicas testemunhas oculares de um momento
excepcionalmente e divinamente perfeito do universo, como se fosse, não apenas
mais um por do sol, mas o único, o ultimo.
As ondas do mar continuavam
calmas, indo e vindo em pequenas ondas sem grandes proporções, proporcionando o
som mais calmo e celestial, o que tornava aquele momento ainda mais especial do
que parecia.
Lilian sorriu, admirando aquela
paisagem perfeita a sua frente. Era impossível, a pessoa acreditasse ou não em
Deus, negar a magnitude de tudo aquilo. Por mais que tentassem, não havia real
explicação pra tal beleza, pois as coisas realmente lindas da vida não deviam
ser explicadas e sim apreciadas.
Thiago desviou os olhos do por do
sol esplêndido a sua frente para olhar pro lado, para a ruiva, que agora
parecia ter os cabelos quase do mesmo tom do céu.
Os cabelos ainda molhados
escorriam por seu rosto e seus ombros nus. Ela era ainda mais linda do que ele
poderia imaginar, quando achava que já tinha visto toda a beleza dela, se via,
a cada dia que passava, descobrindo ainda mais.
Ela tinha um corpo lindo, magra,
delicada, com leves sardas também pelo corpo e ele se pegou observando cada
sarda daquele corpo. Nunca olhara pra uma garota daquele jeito. Será que estava
ficando louco?
Lia estava sentada ao lado de
Sirius, o que ela reparou quando viu alguém passando a mão pelos cabelos, agora
molhados, e observava o sol com uma expressão que ela não soube dizer qual era,
mas que lhe pareceu muito intensa.
Ela não podia negar, ele era
realmente lindo, lindo era pouco. Ele tinha um físico de dar inveja a outros
garotos e fazer garotas o desejarem. E ela não sabia dizer ao certo o que
rolava entre eles, mas ela sabia que ainda se lembrava da briga com a tal da
Bella, que agora ela repugnava mais que tudo, e não que tivesse sentido ciúmes
dele, mas ele era a causa da briga, e isso a irritava. Teria agora que brigar
com todas as namoradinhas dele?
Sirius estava se sentindo
estranhamente estranho. Era sem sombra de duvida uma visão maravilhosa,
perfeita, daquelas que te fazem querer ser uma pessoa melhor, ajudar o mundo,
ser o Superman e acabar com todas as desgraças da humanidade. Bom, aquilo não
era possível, ele sabia, mas queria poder mudar pelo menos alguma coisa no seu
próprio mundo.
Não. Não que ele tivesse
realmente do que reclamar, ele sabia que não tinha. Era um garoto bonito,
descolado, tinha os melhores amigos do mundo, era rico, não precisava se
preocupar com nada além de futebol, mulheres e gandaia. Mas ainda assim, alguma
coisa não se encaixava direito. Talvez pelo fato de seus pais não ser do tipo
que realmente se preocupassem, que ligassem pro que ele fazia ou deixava de
fazer, na verdade eles só pensavam em si próprios e no dinheiro, que crescia
cada vez mais em suas contas bancarias. Mas será que isso era realmente motivo
pra deixá-lo daquele jeito?
Patsy se sentia bem mais feliz
naquele dia do que se sentira nos últimos. Claro que aquilo se devia ao fato de
ter passado uma tarde incrivelmente fantástica com Remo. Talvez toda aquela
cena que ela vivera no teatro, não tivesse realmente sido tudo aquilo, talvez
ela tivesse interpretado errado, talvez ele não tivesse interessado por outra,
talvez ela tivesse se enganado. Talvez.
Suposições. Era tudo que ela tinha.
Meras suposições. Ideias. Esperanças. Será que algum dia ela saberia exatamente
o que se passava na cabeça e no coração de Remo Lupin?
Era difícil não pensar nela
diante daquele espetáculo a sua frente. Remo achava absurdamente perfeito o pôr
do sol. A beleza que o mundo nos oferecia e que muitas pessoas, muitas vezes,
nem sequer notava. O nascer do sol, a presença do astro Rei durante todo o dia,
iluminando, aquecendo a humanidade de forma maravilhosa, os passarinhos ao
redor, onde quer que fossem, sempre a presença sutil, suave e bela dos pássaros
enfeitando a paisagem, dando a ela uma melodia, tentando tornar o mundo numa
melodia mais agradável do que a que o ser humano costumava prestar mais
atenção.
Remo pensava que as pessoas
deveriam valorizar mais a beleza do mundo a sua volta, pois afinal, até mesmo
uma cidade repleta de prédios e pessoas ocupadas consigo mesmas, tinha sua
beleza, aquela que se via não apenas com os olhos, mas com o coração.
Remo sabia que não devia agir
assim, não devia deixar a vida ir passando sem aproveitá-la como deveria, como
gostaria. Sabia que tinha que fazer o que seu coração mandava, pois talvez o
dia de amanha fosse tarde demais para tal, e ele não queria esperar o ultimo
dia de sua vida pra dizer a ela aquilo que ele ansiava dizer a tanto tempo.
Pelo visto, um pôr do sol tinha
muito mais poder do que as pessoas sequer poderiam imaginar.
***
― NÃO! Sirius! Thiago! Querem
parar com isso?!
Três garotas riram e gritavam,
próximas a cachoeira, tentando expulsar dois marotos arteiros que,
fingidamente, tentavam espiar as meninas se trocando depois de um banho na água
gelada da cachoeira.
Lia, depois de ter se trocado e
que agora estava com uma roupa seca e mais confortável, usando um biquíni com
uma saia e uma blusa mais leves por cima, o que as outras meninas também
preferiram, saiu de trás da toalha que as meninas haviam pendurado próximo a
cachoeira para se trocarem, e correu atrás de Sirius tentando pega-lo.
― Eu vou deixar você pelado na
praia se você nos espiar de novo. – Gritou a loira rindo do maroto que parava
ao longe.
― Vai me deixar pelado? Ah porque
você não disse que queria isso antes?
Todo mundo riu e Lia tacou a bola
na direção do maroto que a pegou a bola no ar a ajeitando no peito e deixando-a
cair nos pés antes dele fazer uma embaixadinha com a bola e jogá-la em direção
da loira, que revirou os olhos e riu.
― Exibido!
Agora uma enorme fogueira se
encontrava na praia, próxima as barracas montadas mais cedo pelos meninos.
Thiago e Remo estavam sentados,
já de “banho” tomado, ao redor da fogueira, assando queijinhos, carne e coração
de galinha em espetos e colocando os que já estavam bons em cima de um pratinho
de plástico próximo a eles.
As meninas, junto com Sirius, se aproximaram e
resolveram ajudar os dois. Lia pegou os copos, entregando os cheios, que Lilian
enchia com Coca-Cola, a cada um. E depois se sentaram próximas à fogueira para
se aquecerem.
A noite não estava muito fria,
mas o calor da fogueira dava uma sensação muito boa e logo todos comeram
famintos, tinham a impressão que o mar não apenas cansava alem do normal, como
abria o apetite.
Patsy sentada próxima a Remo,
depois de terem saciado a fome, pegou um pequeno kit de primeiros socorros para
trocar a faixa sobre o ferimento da mão, após ela ter retirado a antiga que se
encontrava toda encharcada.
Thiago pegou o violão e sentou-se
próximo de Lilian, enquanto Remo ajudava Patsy a limpar o ferimento e Sirius
permanecia ao lado de Lia, cujo abraçava os joelhos, levemente pensativa,
olhando para a fogueira.
Thiago começou a tocar levemente
algumas notas no violão e todos olharam pra ele sorridentes e felizes com a
ideia.
O maroto olhou pra Lia sentada do
outro lado, que sorriu assentindo.
Thiago começou a tocar suaves
notas e todos passaram a prestar atenção a musica que começava suavemente
linda.
♪ Sabe, já faz tempo
Que eu queria te falar
Das coisas que trago no peito ♪
Que eu queria te falar
Das coisas que trago no peito ♪
A voz de Lia irrompeu dispertando-os levemente.
Sua voz era suave, macia e de uma beleza incrível, era como se estranhamente se
unisse ao som da natureza.
Sirius sentia-se estranhamente calmo, a voz de Lia
lhe trazia uma paz que ele as vezes ansiava mais que tudo. Ele observou a loira
ao seu lado cantando e achou-a excepcionalmente linda. Os olhos fechados,
entregue a musica, como se ela pudesse sentir os acordes, as palavras dentro de
si mesma a deixava ainda mais linda.
Sirius lembrou-se nitidamente da noite anterior e
sentiu uma imensa vontade de tocar-lhe os cabelos, a pele macia e quente, que
na noite anterior ele sentira como jamais sentira antes. Ela era suave e forte
ao mesmo tempo e ele não conseguia entender como as vezes ele podia deseja-la
tanto como naquele momento. Como na noite anterior.
♪ Saudade, já não sei se é
A palavra certa para usar
Ainda lembro do seu jeito ♪
A palavra certa para usar
Ainda lembro do seu jeito ♪
Lilian desviou os olhos da fogueira para olhar
para Thiago sentado ao seu lado, tocando o violão. Deus, como ele podia ser
daquele jeito? Tão lindo, mas tão horrível ao mesmo tempo? Era estranho como
ele a fazia sentir sentimentos tão diversos, como uma grande arte do conflito
em erupção dentro dela, misturando tudo numa duvida cruel, fazendo-a amar e
odiá-lo ao mesmo tempo, fazendo-a deseja-lo e ao mesmo tempo repugna-lo. Como
ele podia ter esse poder sobre ela?
♪ Não te trago ouro
Porque ele não entra no céu
E nenhuma riqueza deste mundo ♪
Porque ele não entra no céu
E nenhuma riqueza deste mundo ♪
Remo segurava a mão de Patsy sobre a palma de sua
mão, após ter limpado o ferimento e agora enfaixava a mão dela, ora ou outra
ele erguia os olhos pra ela, olhando-a lindamente iluminada pelas chamas da
fogueira, que a deixava fantasmagoricamente linda e mais perfeita ainda.
Ela sorriu quando ele terminou de enfaixar a mão
dela, prendendo a faixa com um pedaço de esparadrapo. Porem ao terminar, ele
não soltou a mão da garota, segurou-a delicadamente entre a sua e levou a mão
dela próxima ao seu rosto, onde ele ficou acariciando-o os dedos dela
suavemente em seu queixo enquanto o som do violão e a voz suave de Lia invadia
a praia habitada apenas por eles.
♪ Não te trago flores
Porque elas secam e caem ao chão
Porque elas secam e caem ao chão
Te trago os meus versos simples
Mas que fiz de coração ♪
Mas que fiz de coração ♪
Thiago ergueu os olhos vendo a
ruiva olhando-o de uma maneira que era definitivamente melhor que na noite
anterior, e sem saber por que, aquilo lhe encheu de uma súbita alegria.
Ele terminou os acordes da musica
enquanto Lia suavizava o final apenas com leves sons de voz e todos bateram
palmas alegremente.
Remo soltou a mão de Patsy
sentindo seu rosto quente, uma quentura que ele sabia nada ter a ver com o
calor do fogo próximo a ele.
Sirius levantou-se dizendo que
iria pegar mais refrigerante, enquanto Thiago depositava o violão de lado, e
virava-se para conversar com Lilian.
Lia se esticou pegando o violão
quando Sirius voltou, se sentando ao seu lado.
A noite estava muito agradável e
todos se entreterão em conversas paralelas. Lia conversava e ria com Sirius ao
mesmo tempo em que tocava leves acordes no violão.
― Toca alguma coisa pra mim?
― Ahn, pra você? Como o que, por
exemplo?
― Ah não sei, alguma coisa que
você ache que tem minha cara.
Lia riu gostosamente e Sirius
ficou meio minuto observando aquele sorriso, quando seus olhos cruzaram com os
dela, ele sentiu alguma coisa remexer-se estranhamente dentro de si e o rosto
dela corar de uma forma que ele jamais vira.
― Ok. Então me deixe tocar alguma
coisa pra você.
― Você? Vai tocar?
Sirius passou a mão pelos
cabelos, antes de pegar o violão das mãos de Lia e ajeitá-lo no colo.
― Já te disse que Sirius Black é
muito mais do que se imagina?!
Lia riu e virou-se de frente ao
maroto para observá-lo.
― Bom, talvez você ache a musica
meio engraçada, mas eu gosto dela.
Ele deu uma piscadela pra Lia e
voltou os olhos pro violão, começando com suaves acordes antes de iniciar o que
Lia percebeu finalmente ser a musica.
♪ Chorando o gelo que você me deu
Achando que você já me esqueceu
Não sei se foi você ou se fui eu
menina... menina ♪
Achando que você já me esqueceu
Não sei se foi você ou se fui eu
menina... menina ♪
― Eu ainda não entendo, Remo.
― Não entende o que?
Patsy ainda estava sentada ao
lado de Remo, tinha a mão machucada agora sobre o colo e o garoto sentado ao
seu lado parecia olhá-la de forma preocupada e admirado ao mesmo tempo, o que a
fazia se sentir mais feliz do que nunca.
― Como você, inteligente, quase
um CDF, que além de tudo sabe até fazer curativos, pode ser um, como vocês
dizem mesmo...?
― Maroto?
Remo riu e Patsy o acompanhou.
― É. E é um termo bem a cara de
vocês, não?
Remo riu mais ainda.
― Bom, talvez eu tenha realmente
um lado maroto, apesar de não parecer.
― Ah é verdade, tem mesmo. Você
foi um verdadeiro maroto, hoje, pulando daquela pedra. Se você visse sua cara,
era um Thiago e Sirius encarnado em Remo.
Os dois riram gostosamente e Remo
balançou levemente a cabeça.
― Talvez eu seja mesmo um maroto,
mas um pouco mais ajuizado que esses dois.
― Mais ajuizado, com certeza!
E mais lindo também, ela queria
dizer.
― E mais... – ela parou
abruptamente, desviando os olhos dos dele imediatamente.
Quase deixara seus pensamentos
lhe escaparem sem querer.
― E mais... O que, Pat?
Ela sentiu o sangue congelar
dentro de si, voltando os olhos pra ele. O jeito que ele a olhava fez seu
sangue congelar e seu corpo paralisar-se por segundos que quase lhe pareceram
horas.
♪ Eu to ficando com uma sensação
Que eu fui a pista e você o avião
Você o trem e eu a estação
menina... menina ♪
Que eu fui a pista e você o avião
Você o trem e eu a estação
menina... menina ♪
― E no meio da noite o
Almofadinhas ficou jogando coisas em cima das barracas da gente sabe, pra
assustar.
Lilian ria enquanto Thiago
narrava a primeira vez que ele e os marotos tinham acampado naquela praia.
― E daí quando eu sai da barraca,
já irritado porque ele não deixava a gente dormir, eu vi uma coisa enorme perto
das arvores.
Lilian levou a mão a boca,
assustada.
― Ah meu Deus. Era um urso?
― Que nada. Era o idiota do
Almofadinhas com o lençol jogado em cima da cabeça fingindo ser um urso.
Lilian riu acompanhada de Thiago
que lançou um olhar carinhoso em direção ao amigo do outro lado da fogueira,
vendo-o tocando o violão e cantando, e riu mais ainda, ele sabia o quanto
Sirius adorava aquela musica e vê-lo cantando pra Lia significava alguma coisa.
Lilian observou o olhar do maroto
e sentiu-se estranhamente feliz com aquilo. Se havia uma coisa que ela
realmente admirava, eram amizades verdadeiras.
― Vocês são amigos há muito
tempo?
― Ta brincando?! Conheço esses
dois desde pirralhos. E desde que eu
era pirralho também né.
Lilian riu fracamente.
― São os melhores amigos que eu
tenho. Acho que eu os conheço melhor que a mãe deles, se bobear.
Ele riu carinhosamente.
― E claro que eles também me
conhecem melhor do que ninguém.
Lilian sorriu observando Thiago.
Ele olhou pra ela e olhou em direção ao Sirius.
― Olha só. Uma prova de como eu
realmente conheço eles: O Sirius odeia quando eu chamo essa musica de ‘musica
de emo’.
Ele piscou pra Lilian.
― Não acredito que você ta
cantando pra Lia essa musiquinha de emo, Almofadinhas.
Do outro lado da fogueira, ainda
tocando a musica, Sirius soltou uma das mãos do violão pra mostrar o dedo do
meio pra Thiago, que riu, olhando pra Lilian como quem diz “não disse?!”.
Ela riu com os dois.
― Ele adora essa musica e sei que
ele jamais cantaria ela pra qualquer garota.
― Mas ele ta cantando pra Lia. –
Disse Lilian franzindo a testa e olhando pra Thiago, que riu.
― Exato. Ele nunca cantou essa
musica pra ninguém, além de mim e o Remo, mas nós já sabemos que somos o amor
da vida dele.
Thiago passou a mão pelos cabelos
e Lilian riu, desviando os olhos por instantes de Thiago pra olhar Sirius e Lia
adiante e sorriu feliz pela amiga.
♪ Eu lembro beijos, blues e poesia.
O sal na pele, você me lambia
E eu dizia:
O sal na pele, você me lambia
E eu dizia:
"Oh baby, I love you" ♪
Lia ficou olhando Sirius tocar.
Jamais imaginou que ele tocasse tão bem e muito menos que ele tivesse uma voz
tão linda. Comparada com a voz de Thiago, a voz de Sirius era tão bela quanto à
do amigo: Suave, porem forte, decidida e perfeitamente afinada.
Ela riu com os versos da musica e
viu-o sorrindo-lhe daquele jeito lindo. Realmente a musica era a cara dele. Lia sabia que se ele algum dia
fosse fazer uma declaração pra uma garota, seria naquele estilo, com frases
mais engraçadas do que românticas, mas ainda assim com um toque de amor entre
elas. Será que ele... Não. Decididamente
não.
Ela não sabia o que havia entre
eles, tinham ficado na primeira vez que se conheceram, mas não havia rolado
mais nada além de uma amizade gostosa, até a noite anterior, até aquela noite
que, por mais que ela fingisse não se lembrar, ela lembrava-se nitidamente de
cada detalhe, de cada toque, do calor da pele dele, do corpo dele, das mãos,
dos lábios... Deus, como ela se lembrava de cada detalhe! E aquilo a fazia se
sentir estranhamente quente.
Será que o que havia entre eles
era apenas físico? Não. Ela sabia que tinha alguma coisa a mais. Porque naquele
momento ela sentia seu coração batendo de forma que nunca batera antes por
ninguém. Será que ele sentia o mesmo por ela?
♪ Eu lembro a cara que você fazia
Será que eu lembro o que não existia?
Você dizia: "Oh baby, I love you" ♪
Será que eu lembro o que não existia?
Você dizia: "Oh baby, I love you" ♪
Ela sentiu o coração bater
acelerado, como na noite anterior, ela teve a sensação de Remo estar cada vez
mais próximo dela, mas nos olhos ele tinha uma mescla de curiosidade e... Eu devo ta sonhando.
― Er... – ela tentou dizer.
Não podia dizer o que pensara, ou
podia? Não era nada demais dizer que alguém era lindo, afinal, ele já devia ter
ouvido aquilo milhões de vezes de outras garotas, claro.
Ela sentiu seu coração se apertar
com uma mescla de ciúmes, amor, ela já não sabia.
Ouvia o estalar dos gravetos
sendo queimados pela fogueira, ouvia o som de violão que Sirius tocara e a voz
muito linda do garoto, o som de tudo aquilo a entorpecia, mas nenhum som foi
mais profundo, mais lindo e despertou mais coisas dentro de si como o que ela
ouviu em seguida.
― Pat...?
A voz dele saiu num quase
sussurro e antes que Patsy pudesse virar o rosto para olhá-lo ela sentiu o
toque suave da mão dele em seu queixo, fazendo-a olhá-lo e ela sentiu o coração
dar saltos dentro do peito antes de disparar loucamente.
― Mais... – ela começou com a voz
num sussurro. – Lindo.
Ela sentiu o rosto corar
ferozmente e abaixou os olhos, sentindo-se tolamente envergonhada por ter dito
aquilo. Era melhor emendar mais alguma coisa e distorcer um pouco a frase para
que ele não notasse a verdade e profundeza daquelas pequenas palavras. Talvez,
quem sabe, se ela dissesse que o jeito de ser dele era incrível e que ela o
admirava e se sentia feliz por ser amiga dele, tornasse tudo melhor? Com
certeza isso não o faria pensar que ela sentisse alguma coisa, da qual ela
realmente sentia por ele, afinal, como poderia deixá-lo saber o que ela sentia
quando nem mesmo ela sabia...
Seus pensamentos foram
interrompidos. Seu corpo se paralisou por um breve segundo ou minuto, bom, ela
não soube ao certo, talvez tivesse sido por apenas um milésimo de segundo até
ela se dar conta realmente do porque seu coração batia tão forte e porque se
espalhavam sensações de congelamento por todo seu corpo misturado a alegria,
arrepio, fervor e mais tantas coisas que ela não sabia nem especificar com
sentido. Na verdade naquele momento era como se nada fizesse sentido.
Droga, não acredito que tudo isso foi apenas um sonho...
Seus pensamentos foram
interrompidos mais uma vez. Deus, estou
sonhando ou meus olhos estão mesmo fechados e os lábios, os maravilhosos lábios
sobre os meus, são os do meu amado Remo Lupin?
♪ Eu lembro a cara que você fazia,
Eu lembro dia e noite, noite e dia
Você dizia:
Eu lembro dia e noite, noite e dia
Você dizia:
"Oh baby, I love you... I love you...
Baby, I love you…
Baby, I love you…
I love you" ♪
― Ah, mas eles também são o amor
da sua vida.
Lilian riu e Thiago fez cara de
vencido.
― Mulheres vêm e vão, né. Eles
são pra sempre.
Lilian concordou levemente com a
cabeça antes de Thiago continuar.
― Mas olha, eu já salvei esses
dois de cada uma.
Lilian riu alto enquanto Thiago
passava a mão pelos cabelos, risonho.
― Ah então eu não sou a primeira
que você salva?
Ela fez cara de fingida
indignação e Thiago riu, balançando levemente a cabeça.
― Bom, garota, é a primeira sim.
― Ficou bem gay você falando isso,
sabe.
Thiago gargalhou com o comentário
de Lilian e depois encarou a garota com ar risonho.
― Poxa Lilly, assim você ofende.
― Estava brincando. – Ela disse
risonha diante da feição de coitadinho que Thiago exibia.
― Na verdade... – Ela começou sem
jeito. – Eu queria te agradecer por me salvar pela segunda vez.
― Acho que já virou minha
profissão. Thiago Potter o salvador de Lilian Evans.
Lilian riu.
― É sério, Thiago...
― Não, não, não, não...
― Thiago, deixa eu agra...
― Não, não. As pessoas não
agradecem aos anjos da guarda por salva-las.
― Ah agora você é meu anjo da
guarda?
Ela riu e Thiago assentiu
passando a mão pelos cabelos.
― Sim Srta. Evans. Seu anjo da
guarda em pessoa.
Lilian riu do jeito do garoto
passando novamente as mãos pelos cabelos.
― Meu deus, pára com isso.
Ela tentou segurar a mão dele para
não deixa-lo passar a mão pelos cabelos, mas rindo Thiago passou novamente a
mão pelos cabelos.
― Você vai ficar careca desse
jeito.
Lilian ria e Thiago riu mais
ainda quando ela segurou sua mão fortemente tentando mantê-la abaixada, mas
inutilmente.
― Não adianta. Eu sou bem mais
forte que você.
― Ah não é justo.
Ela riu tentando segurar a mão de
Thiago com as duas mãos e ainda assim sem muito sucesso.
Thiago gargalhou e deixou com que
ela abaixasse a mão dele, com consentimento dele, é claro.
― Isso mesmo, me humilha porque
você é homem e é mais forte.
― Te humilhar?
Thiago gargalhou novamente.
Lilian riu e então olhou para o maroto que parava de rir aos poucos.
― É sério, Potter...
―Thiago. – Ele fez aquela carinha
de cachorrinho sem dono e ela riu.
― Thiago.
― Thiago.
― Agora sim, pode continuar amada
Lilly.
Lilian sorriu e sentiu seu rosto
corar. Ele tinha dito amada Lilly?
Thiago, percebendo o jeitinho embaraçado
da garota, passou a mão pelos cabelos.
― De nada.
― Obrigado! – Ela sussurrou,
ainda com o rosto corado.
― O que? Eu não ouvi direito.
Thiago riu, fingidamente se
fazendo de surdo.
― Obrigado! – Ela disse mais
seriamente.
― Ta me dando um “obrigado” sério
desse jeito?
Lilian franziu a testa antes de começar
a gargalhar, encolhendo o corpo enquanto Thiago fazia cócegas na barriga da
garota que tentava segurar-lhe as mãos.
― Não. Não, isso é covardia.
Thiago parou com as cócegas,
rindo e então percebeu uma coisa que ele não havia percebido.
Lilian estava deitada sobre a
areia macia da praia e ele se encontrava quase sobre ela.
Seus rostos estavam muito
próximos e Thiago viu-a instintivamente passar a língua sobre os lábios e
sentiu como se estivesse diante de uma deusa.
Ela era linda, Thiago não tinha
mais duvida nenhuma quanto a isso, ela tinha o rosto vermelho, ele não sabia
bem se pelas risadas ou por eles estarem assim tão próximos, e aquilo a deixava
ainda mais linda.
Ele queria beijá-la, ele desejava
mais que tudo beijá-la, sentir os lábios dela nos dele. Deus, me deixe tê-la só mais uma vez.
*N/A:
A musica que o Thiago e a Lia cantam antes é “Versos
simples” Chimarruts.
Bom espero que tenham gostado do cap
O próximo tem mto mais aventura e romance ;)
ate o próximo cap
ate o próximo cap
E comentemmmm
Beijos
Lanah Black