*Capitulo Sete: A peça*
“As coisas mais difíceis de ver são as que estão bem debaixo de nossos olhos.”
Thiago correu em direção à garota, era perigoso uma garota sozinha na rua há àquela hora, agora mais perigoso ainda era uma garota correndo daquele jeito sozinha na rua há àquela hora, poderia chamar mais a atenção ainda, e sem contar que ele estava preocupado com a garota e não queria assustá-la mais ainda.
Ela continuava correndo e mesmo tendo porte de jogador, com bom fôlego e tudo mais, ele começou a sentir-se ofegante enquanto a garota corria, parecendo tão sem fôlego quanto ele. Aquilo tinha que parar antes que os dois morressem sem ar.
― Hey!
Ele tentou.
Mas não adiantou muito, a garota continuou correndo.
Mas que droga.
― Calma! Ta tudo bem. – continuou. – Eu não vou te machucar, só quero ter certeza que você ta bem.
Ela continuava correndo, mas que droga, será que ela não ia parar mesmo?
― Ai caralho.
Thiago parou, apoiando as mãos nos joelhos, ofegante. Sentia o peito doendo quase sem ar, ele respirou fundo, tentando mandar mais ar para os pulmões, tentando recuperar o fôlego.
Enquanto ele tentava salvar a menina, ela quase o matava.
Ele percebeu que ela parou.
― Você ta bem? Desculpa se te assustei, eu só não ia deixar aqueles fedaputas...
Ela não respondeu.
Droga. Além de tudo é muda, eu mereço.
Ainda sem fôlego, Thiago ergueu-se dando alguns passos em direção à menina, era bom aproveitar que ela finalmente parara também.
Alguns passos e a menina voltou a correr.
Peraí. Tinha algo errado. Thiago parou.
Ele conhecia aquela mochila e conhecia aqueles cabelos.
― Lilian?
A menina parou.
Lilian virou-se lentamente, ainda tinha a respiração ofegante e o rosto assustado, quando seus olhos caíram sobre o garoto, agora parado, atrás de si.
Não era possível. Ela pensou.
― Potter?
Thiago sorriu, ofegante, apoiando novamente as mãos nos joelhos, tentando recuperar o ar.
― Você quase me mata de falta de ar, sabia?
Lilian aproximou do garoto, ainda meio desconcertada.
― Como você sabia que eu...?
Thiago chacoalhou a cabeça negativamente, erguendo-se pra olhar pra ruiva.
― Não sabia que era você. Eu estava voltando do colégio, eu moro nessa rua. – Ele indicou com a cabeça que sua casa ficava mais pra trás. – E eu vi dois garotos e uma garota apressada, deduzi o que era e corri pra fazer alguma coisa.
Lilian sentiu o queixo cair.
― Estava ajudando alguém que, provavelmente, você nem conhecia?
Thiago deu de ombros, passando a mão pelos cabelos.
― Agora acho melhor eu levar você pra sua casa, pra ter certeza que você vai chegar segura lá.
A ruiva, além de se sentir ofegante ainda por ter corrido tanto, sentia o rosto vermelho, não só pela corrida, mas por aquela situação. Nunca pensou que Thiago fosse do tipo que ajudaria outra pessoa sem nem mesmo conhecê-la. Era obvio que ela não o conhecia direito, mas aquilo já lhe mostrava que, apesar de seus defeitos, ele tinha uma coisa boa: seu caráter.
― O que estava fazendo na rua essas horas, Lilly? São Paulo anda perigoso ao extremo, não é seguro andar sozinha por ai.
A ruiva abaixou levemente a cabeça, ele tinha razão.
― Perdi a hora ensaiando pra peça.
Ela se justificou e Thiago entendeu, era óbvio que a ruiva estava tensa.
― Você vai se sair bem, você vai ver.
Thiago olhou-a e sorriu. Lilian sorriu de volta, abaixando a cabeça em seguida.
Estavam parando em frente à casa dela.
Thiago enfiou as mãos nos bolsos da calça e parou.
― Vou esperar você entrar, só pra garantir.
Ele sorriu.
Lilian olhou pra sua casa e então se virou para olhar novamente o maroto, e então se aproximou, caminhando até ele, se aproximando cada vez mais. Thiago permaneceu parado, sem mover um músculo sequer.
Lilian beijou-lhe o rosto ternamente e olhou-o por segundos.
― Obrigado. Nem sei como agradecer pelo que você fez.
― Que isso, Lilly. Não precisa agradecer.
Ela sorriu e foi em direção a sua casa.
Thiago ficou ali, um minuto parado olhando para o portão da casa de Lilian, primeiro pra ter certeza de que ela estaria segura e depois por que ele estava sentindo seu corpo paralisado. Nunca em toda sua vida, nem quando era só um molequinho sem jeito com as garotas, um beijo no rosto fizera seu coração disparar tanto.
***
“Havia um menino.”
As luzes estavam apagadas, as poucas luzes que iluminavam o ambiente eram fracas, levemente azuladas, vindo de pontos estratégicos que ninguém conseguia saber ao certo onde ficavam.
“Um menino encantadoramente estranho”
Uma voz firme ecoava pelo ambiente, chamando a atenção de todos, ninguém era capaz de desviar os olhos dele, de onde ele estava. Até mesmo um piscar de olhos parecia ser capaz de perder o foco, perder algum detalhe, perder alguma coisa muito importante, até mesmo um suspiro era capaz de fazer perder algum som, alguma palavra, alguma parte importante do que se seguia a frente.
“Dizem que ele vagava distante. Muito distante. Além da terra e do mar.”
Um garoto caminhava, se não fossem as luzes azuladas, quase não o notariam ali, com as vestes negras, leves gestos, leves olhares, apenas uma voz firme, forte, ecoando por todo o ambiente, preenchendo todos os espaços vazios.
“Um pouco tímido. De olhar triste. Mas muito sábio. Ele era.”
Sua voz era suave, macia, quase palpável em maciez, aquela voz que poderia fazer crianças dormirem e mulheres se apaixonarem. Suave como seda, melódica como um piano. Ah! Sua voz era um veludo! Ninguém queria que ele parasse, ninguém queria que aquela voz se findasse, ninguém queria, todos queriam que aquela voz continuasse.
“E então um dia. Um mágico dia. Ele cruzou meu caminho.”
Ele se moveu. Moveu-se, com delicadeza, sem destreza, ele caminhava. Agora todos podiam vê-lo, o viam bem melhor, as luzes azuladas destacavam-no fantasmagoricamente, e ele não parava. Não parava.
“E enquanto falávamos de muitas coisas. Uma coisa ele me disse”
Podia-se ouvir um som ao fundo, violino, piano, talvez os dois, suavemente preenchendo todo o vazio deixado pela voz de veludo. Suaves acordes capazes até de fazerem-nos dormirem, todos, num sono profundo, suave, doce, mas era impossível, não podiam; Aquela voz, Ah! A voz de veludo não permitiria, ela ainda estava lá. Ela ainda entoava seus acordes angelicais. Ela ainda hipnotizava. Ah, aquela voz de veludo!
“A coisa mais importante”
Ele baixou os olhos.
“Que você aprenderá”
Ainda de olhos baixos ele respirou fundo.
“É simplesmente amar”
Ele ergueu os olhos. A luz azulada refletiu em seus olhos misturando-se ao acinzentado.
“E em troca, amado ser.”
As luzes se apagaram e uma onda de aplausos prorrompeu-se de todo o auditório. Sirius desceu rapidamente uma escadinha atrás do palco, pegando uma toalhinha e enxugando a testa, enquanto uma nova musica começava a ressoar pelo ambiente, e todo mundo se preparava para a próxima cena. Ele piscou pra ela, e então ela subiu. Continuando o espetáculo.
I follow the night
Eu sigo a noite ♪
De um lado do palco ela estava parada, um vestido vermelho fazia sua pele branca destacar-se mais, porem combinava com os cabelos igualmente vermelhos, caídos levemente pelos ombros em grandes cachos.
Can't stand the light
Não consigo suportar a luz ♪
Do outro ele estava sentado, camisa branca entreaberta, o rosto levemente suado, o olhar perdido, perdido a olhar o outro lado, onde ela se encontrava, onde ela refletia em seus olhos azuis acinzentados, onde ela brilhava, onde ele queria poder alcança-la.
When will I begin
Quando eu começarei
To live again?
A viver outra vez? ♪
Ela caminhava lentamente em direção a ele, mas não o via. Parou, encostando-se a beirada da porta, o olhar perdido, um sorriso no rosto, sonhador, esperançoso.
Ele olhava de quando em quando para janela, sentado a frente de sua velha maquina de escrever, de quando em quando escrevendo, os pensamentos longe, longe o suficiente para prestar atenção ao que tanto escrevia.
♪ One day I'll fly away
Um dia eu partirei
Leave all this to yesterday
Deixarei isso tudo para trás
What more could
O que mais
Your love do for me?
O seu amor pode fazer por mim? ♪
Ao centro do palco ela estava, o olhar perdido, o horizonte escurecido a sua frente onde quase nada ela podia ver, a fazia perder-se em pensamentos. O vestido vermelho destacando-se a sua pele branca, os cabelos loiros caídos pelo ombro em grandes cachos, enquanto sua voz ecoava por todo o ambiente, preenchendo-o, preenchendo-a.
♪ When will love be
Quando o amor
Through with me?
terminará para mim?
Why live life from
Por que viver a vida
Dream to dream
De sonho a sonho?
And dread the day
E temer o dia
When dreaming ends?
Que o sonho acabará? ♪
Ele fechou os olhos por segundos, enquanto se levantava e ia até a janela. A voz dela era como a de um anjo, jamais imaginou que dela poderia vir uma voz como aquela, tão doce, tão forte, tão angelical. Ele sorriu, sonhadoramente, estendendo a mão, na tentativa de alcançá-la do outro lado.
How wonderful life is
Como a vida é maravilhosa
now you're in the world
agora que você está no mundo. ♪
A voz dele invadiu o ambiente inteiro, surpreendendo algumas pessoas, nunca aquela frase, aquela frase musical tinha sido cantada com tanta veracidade, com tanto amor.
Os cabelos de um jeito arrumado bagunçado e a camisa branca entreaberta deixava-o ainda mais belo quanto o sorriso expressado em seu rosto, sonhador como nunca ninguém jamais vira.
♪ One day I'll fly away Um dia eu partirei
Leave all this to yesterday
Deixarei isso tudo para trás
Deixarei isso tudo para trás
Why live life from Por que viver a vida
Dream to dream De sonho a sonho?
And dread the day
E temer o dia
E temer o dia
When dreaming ends? Que o sonho acabará? ♪
Thiago sorriu passando por Lia, parada ao centro do palco, envolvendo a cintura da loira a rodopiando e a deixando no mesmo lugar, enquanto caminhava em direção a ruiva, sonhadora, parada a porta.
Sirius segurou o ar com a mão estendida, os olhos fechados, no rosto o sorriso sonhador. Despertou-se então caminhando em direção ao centro do palco, parando atrás de Lia, a envolvendo graciosamente pela cintura, enquanto a mesma fechava os olhos, a voz ecoando por todo o auditório, enquanto atrás deles, Thiago ajoelhava-se a frente da ruiva, beijando-lhe a mão num gesto carinhoso, segurando sua mão em seguida e a envolvendo num rodopio leve em direção ao centro do palco.
One day I'll fly away
Um dia eu partirei
Fly... fly away
Partirei... Partirei ♪
Fly... fly away
Partirei... Partirei ♪
Sirius respirou o suave cheiro que emanava dos cabelos de Lia encostando o queixo em seu ombro, fechando os olhos por segundos. Porque aquele segundo não podia durar uma eternidade?
Thiago envolvia a ruiva em seus braços, rodando levemente com ela pelo palco, podia sentir o quente corpo dela em suas mãos e aquilo era maravilhoso.
Parando ao centro do palco, Thiago roçou os lábios no rosto da ruiva a soltando, enquanto Sirius suspirava, deslizando a mão pela cintura de Lia, soltando-a e indo em direção a Lilian, enquanto Thiago segurava Lia pela mão e eles sumiam em meio a escuridão que se apossava deles sobre o palco.
As pessoas sentadas na plateia se divertiam e se emocionavam com a peça que se desenrolava no palco.
Patsy estava achando a peça realmente fascinante, tinha muito do original, mas tinha um toque maroto na peça, um toque suave que deixava tudo ainda mais perfeito, sem contar que aquela peça do filme em si, já era linda, então ela sabia que não tinha como ficar menos perfeito.
Ela sorriu olhando para o lado, Remo estava sentado ao seu lado, sentiu uma onda de extrema felicidade momentânea tomar conta de si, como ele capaz de fazer aquilo? Fazê-la sentir tantas coisas diferentes? Fazê-la chorar num dia e no outro simplesmente, quando ele sorria pra ela, fazê-la esquecer-se completamente das lágrimas antes derramadas?
Bom, isso não importava naquele momento, afinal, pelo menos naquele dia, ele estava ali ao seu lado, uma das mãos levemente tocando a sua, fazendo-a sonhar ainda mais do que a peça no palco acima era capaz.
My gift is my song
Meu presente é minha canção ♪
Ela gritava no chão, quando a voz dele irrompeu-se e a dela calou-se. Ele virava-se para olhar a frente, em direção a plateia da qual ele nem sequer conseguia ver, primeiramente pela iluminação que escurecia a plateia a sua frente, e depois porque, ele estava imensamente inundado de um sentimento naquele momento, um sentimento que saia por seus lábios, em forma de canção.
Seria tudo aquilo apenas efeito da peça incrivelmente contagiosa e emocionante?
and this one's for you
E essa é para você ♪
Ele virou-se para olha-la, ela estava parada, ainda caída no chão, agora olhando-o firmamente, levemente surpresa, e ele podia jurar que via algo a mais naqueles olhos incrivelmente verdes.
♪ And you can tell everybody that this is your song
E você pode dizer a todos que essa é a sua música
It maybe quite simple, but now that it's done
Pode ser bem simples, mas agora está pronta
I hope you don't mind, I hope you don't mind
Espero que não se importe, espero que não se importe
That I put down in words...
Por eu ter colocado em palavras...
How wonderful life is now you're in the world
Como a vida é maravilhosa agora que você está no mundo ♪
Ela olhava-o, os olhos levemente avermelhados fixos nele, os lábios entreabertos, surpresa, encantanda, talvez, ele não saberia dizer ao certo, ele sabia que em seus lábios um sorriso brincava e que ele, certamente, ele estava encantando com a maravilhosa visão que via a sua frente.
♪ I sat on the roof and I kicked off the moss
Eu sentei no telhado e começei a escrever
Well some of these verses, well they've, they've got me quitecross
Bem, alguns desses versos me deixam bem entediado ♪
Ele virou-se ficando de costas pra ela, enquanto cantava, por mais que sentisse seu coração levemente acelerado, sua voz era firme, forte e suave ao mesmo tempo.
Podia sentir os olhos dela ainda fixos em si, mesmo que estivesse de costas, e ele sorriu, em meio a musica, em meio aos versos declamados musicalmente por ele.
♪ But the sun's been kind while I wrote this song
Mas o sol foi gentil enquanto eu escrevia esta canção
It's for people like you that keep it turned on
É para pessoas como você que eu continuo a escrevê-las
So excuse me forgetting, but these things I do
Então me perdoe por ter esquecido, mas essas coisas eu faço
You see I've forgotten if they're green or they're blue
Como você vê, eu esqueci se eles são verdes ou azuis
Anyway, the thing is, what I really mean
De qualquer modo, o fato é que o que realmente eu quero dizer é
You got the sweetest eyes I've ever seen
Seus olhos são os mais doces que já vi ♪
Ela ainda estava caída no chão, ele estava parado a frente, de costas pra ela, mas ela ainda podia ouvir sua voz, tão suave, tão firme, tão perfeita, jamais imaginou que a voz dele pudesse causar tantas sensações nela como sentia naquele momento.
Ela apoiou as mãos no chão, levantando-se e ele virou-se para olhá-la indo a sua direção. Ele sorria enquanto cantava, um sorriso meigo, dócil, que ela nunca havia visto em seu rosto. Enquanto cantava ele segurou-lhe a mão, roçando-a em seu queixo. Seria aquilo efeito da musica que era excepcionalmente linda, ou da voz hipnotizadora dele, que fazia seu coração disparar loucamente dentro do peito?
“Seus olhos são os mais doces que já vi”
Ele segurou-a envolvendo-na em seus braços e rodopiou com ela, que deixou-se levar enquanto ria fracamente.
♪ And you can tell everbody that this is your song
E você pode dizer a todos que essa é a sua música
It may be quite simple but now that it's done
Pode ser bem simples, mas agora está pronta
I hope you don't mind, I hope you don't mind
Espero que não se importe, espero que não se importe
That I put down in words
Por eu ter colocado em palavras... ♪
Ele a segurava em seus braços rodopiando com ela, sua voz ecoava pelo teatro inteiro, enquanto a ruiva mantinha os braços em volta do seu pescoço, rindo, aquele sorriso que era a coisa mais linda que ele ja havia visto na vida.
Ele envolveu-a nos braços, a inclinando sobre seu braço, enquanto o corpo de Lilian declinava-se ligeiramente pra baixo, enquanto ela mantinha ainda as mãos envoltas em seu pescoço, Thiago colocou uma das mãos nos cabelos de Lilian e aproximou seu rosto do dela, parecia cena de filme, ela em seus braços, inclinada, pronta para ser beijada pelo príncipe encantado.
Mas ele não a beijou, ao invés disso, Lilian viu-o olha-la fixamente, enquanto molhava os lábios, a melodia ainda tocava agora mais lenta ao fundo, mas que estranho, ela não conseguia ouvir, ela não conseguia nem mesmo ver nada a sua volta, nada, nem um som, nem uma melodia, era como se o mundo tivesse se emudecido.
Os olhos de Thiago nos seus a deixava com a respiração levemente arfante.
Quando algum som se fez presente, pareceu encher tudo a sua volta, mas era apenas um som, apenas uma voz e apenas uma coisa que ela conseguia ver a sua frente.
How wonderful life is
Como a vida é maravilhosa ♪
Os labios dele se aproximaram mais dos seus, ela molhou-os instintivamente, enquanto matinha os olhos fixos nele, enquanto não apenas ouvia, mas sentia a musica dentro de si, em sua própria pele.
now you're in the world
agora que você está no mundo ♪
Ele terminou as ultimas notas da canção, e ficou olhando-a sem desviar os olhos dos dela, dos lábios dela, enquanto ela ainda permanecia em seus braços, as mãos em volta de seu pescoço, o corpo levemente inclinado pra trás, com Thiago a segurando firmemente em seus braços.
Aplausos prorromperam de todos os lados, as cortinas se fecharam, e Lilian não sabia dizer por quanto tempo permaneceu ali, nos braços de Thiago, inerte do mundo, envolvida num mundo do qual ela jamais imaginou estar, mas que naquele momento, ela não desejava jamais sair.
*N/A:
Pra quem não reconheceu ou não conhece, a peça que eles encenam é do filme Moulin Rouge As musicas são “One day I'll fly away” que a Nicole Kidman canta no filme.
E a outra é “Your song” do Ewan Mc Gregor.
