- As mulheres inteligentes sabem
que -
Não
há nada mais interessante para um homem do que uma mulher distraída ou que não está
interessada nele.
" Homens gostam de mulher que consegue
funcionar sozinha e que sabe se cuidar, e pode dizer a qualquer pessoa que vá
se danar toda vez que sentir vontade de agir assim.”
Na manhã da quinta-feira eu
acordei um pouco mais tarde do que o normal, mas ainda dentro do horário e me
arrumei para o café da manhã sem a ajuda das meninas, o que na verdade já
estava acontecendo nos últimos dois dias. Eu finalmente aprendera a usar o
blush e o baton de
forma que eu não ficasse parecendo uma palhaça da corte, e tinha aprendido a ficar bonita sem parecer nenhuma irmã das grindylows da Sonserina, portanto, eu estava me sentindo muito mais bonita e confiante quando desci para o salão principal, onde as meninas já tomavam o café da manhã animadamente.
forma que eu não ficasse parecendo uma palhaça da corte, e tinha aprendido a ficar bonita sem parecer nenhuma irmã das grindylows da Sonserina, portanto, eu estava me sentindo muito mais bonita e confiante quando desci para o salão principal, onde as meninas já tomavam o café da manhã animadamente.
Sentei-me ao lado de Emme que me
sorriu como se aprovasse o figurino e voltou a atenção pra uma conversa que
estava rolando na mesa entre algumas meninas da Grifinória, mas que eu não
tentei me esforçar para pegar o bonde andando, por isso, me servi de um pouco
de chá e ovos mexidos enquanto olhava distraidamente o salão comunal.
O dia estava ensolarado como no
dia anterior e isso deixava a todos animados, o que tornava o salão comunal um
falatório sem fim onde você não conseguia distinguir nenhuma conversa, se
fechasse os olhos ouvia um enorme zumbido animado.
Com todo aquele falatório,
conversas, risadas, o café da manhã passou voando e logo fomos para nossa
primeira aula do dia, a aula de que eu mais gostava “Defesa contra as artes das
trevas”.
Apesar de termos um professor por
ano, o professor atual era aquele que nos fazia gostar da matéria. Digo que
temos um professor por ano porque de fato o temos; Dizem as más ou as
verdadeiras línguas que essa matéria é amaldiçoada, e agora que cheguei ao
sétimo ano vendo professor após professor sair todo ano por cada motivo mais
absurdo do que o outro, eu estou realmente acreditando nisso.
Enfim, fomos para a aula de DCAT,
onde o professor Traver já preparava a aula enquanto nos sentávamos e nos
preparávamos psicologicamente para mais uma aula “importantíssima para os
NIEMS”. Já disse que esse negócio de NIEMS está me enchendo o saco?
Eu, Lilly e Emme, como já
tínhamos combinado desde o início do plano “Conquistando SB”, nos encaminhamos
para sentarmos a frente da sala, mas quando chegamos a grande maioria já tinha
sentado na frente. Todos adoravam aquela aula. Droga!
Por isso fomos obrigadas a sentarmos
no fundo, próximas dos marotos que estavam sentados um pouco mais à direita da
gente e um pouco mais ao fundo.
Eu me sentei ao lado de Lilly
enquanto Alice e Emme sentaram juntas atrás de nós.
De onde eu estava, se eu virasse
trinta graus para a direita já conseguia ver Sirius que estava sentado com
James ao seu lado direito, mas se eu virasse a cabeça quinze ou trinta
centímetros para olha-lo, ele perceberia, por isso, eu não podia me atrever a
tanto. Aposto que foi a Emme que arranjou esse lugar para mim. Péssimo lugar,
diga-se de passagem.
Apesar de toda aquela história
chata de NIEMS, as aulas do professor Traver eram sempre gostosas de assistir,
ele sabia entreter a turma e nos ensinar, o que nem todos os professores
anteriores tinham conseguido.
Olha, tivemos cada tipo de
professor que você nem faz ideia, de um que parecia meio lunático e achava que
as acromantulas iriam dominar o mundo “Graças a Merlin, ele estava muitíssimo
enganado”, à professor que, tínhamos quase certeza absoluta que era um vampiro,
esse foi um dos mais engraçados, ele era tão atrapalhado que você ria só de
olhar para a cara dele.
Mas o professor Traver, apesar de
ser nosso último professor, e com certeza por algum motivo louco não
continuaria em Hogwarts depois, era um calmo e excelente professor que sabia
nos explicar qualquer assunto relacionado a aula e assuntos de fora da aula,
por isso ele sempre tinha a atenção de todos. Bom, quase todos.
— Lene. – Eu ouvi um sussurro no
meu ouvido que só poderia ser da louca sentada atrás de mim. Revirei os olhos e
bufei baixinho para virar o pescoço bem devagar a direita, a cabeça abaixada,
somente para ouvir o que Emme gostaria de me dizer, enquanto o professor fazia
uma revisão sobre animais fantásticos.
— Que? – Eu sussurrei de volta. O
Sussurro tinha que ser bem sussurro mesmo porque, apesar da voz do professor
ser alta, quase ninguém mais ficava conversando durante a aula, o que
facilitava alguém te ouvir, inclusive o professor.
— Acabei de descobrir uma coisa.
– Bufei, dessa vez um pouco mais alto. Aquilo era hora dela vir me dizer que
descobriu uma coisa?
Primeiro que, estávamos numa aula
importante, uma aula que eu adorava e realmente gostaria de prestar atenção e
principalmente uma aula da matéria onde meus pontos na prova valeriam
provavelmente metade dos pontos que eu precisava para conseguir ingressar na
carreira de auror, afinal, como você seria um AUROR se não passasse na prova de
Defesa contra as artes das TREVAS?
Acho meio difícil né, camarada.
Segundo que, você não pode
simplesmente me dizer “descobri uma coisa”, sentar no seu lugar e esperar tranquilamente
que a aula simplesmente acabe para me contar. NÃO, você não pode fazer isso,
simplesmente porque eu sou a pessoa mais curiosa de toda a face da Terra, e até
depois dela, se existir.
Terceiro que, tem a ver com o
Sirius? Mesmo que não seja, você vai fazer eu só pensar isso o tempo todo, o
que ferra ainda mais com tudo, meu bem, portanto, nunca, jamais, em hipótese
alguma, fale para mim “eu descobri uma coisa” ou “eu preciso te contar uma
coisa”, se você não pretende ou não pode fazer isso naquele momento.
Diante de tais palavras eu
arregalei os olhos e realmente me virei para trás para encara-la, com as
sobrancelhas erguidas.
O que foi o meu erro total e
completo.
— Srta. Mckinnon, você poderia
citar para nós alguns animais fantásticos mais perigosos?
Esse professor era muito legal e
tudo mais, mas ele não gostava de conversinhas paralelas a aula dele, tipo a
McGonnagal sabe? Você sempre sai da aula dela sabendo das coisas e meio
fascinado, mas nunca, jamais vire as costas para ela durante a aula para saber
o que sua amiga descobriu; O mesmo posso dizer da aula do professor Traver.
Virei-me rapidamente para a
frente e dei um sorrisinho sem graça, percebendo o olhar de Sirius sobre mim
mesmo que ele estivesse numa visão a trinta graus oeste.
— Os dragões... – Comecei meio
envergonhada por ele ter chamado minha atenção.
— Com toda certeza, Srta.
Mckinnon. – Disse o professor, tirando alguns risinhos de outros alunos.
Idiotas.
— Acromântulas, com certeza,
professor. – Eu disse já sentindo medo só de falar o nome dela, vai que né,
atrai a coisa. Dessa vez foi Emme e Lilly que riram de mim.
Idiotas. Vou colocar umas
acromântulas na cama delas a noite para elas verem só.
— Cinzal. – Continuei. – Quiméra,
Basilisco, apesar de não ser visto há séculos. O elfo da Bavária, Erumpente...
— Muito bom, Srta. Mckinnon, como
podemos ver, temos uma lista bem grande de animais fantásticos perigosos, e de
acordo com o Ministério da Magia, muito bem controlado quando e onde são mais
encontrados.
O professor continuou explicando
enquanto eu bufava e afundava na carteira, morrendo de vontade de lançar um
olhar de basilísco para Emme, ela me pagaria por isso, ah pagaria!
Meio irritada porque o professor
chamou minha atenção, mal percebi que ela tinha enfiado um pedacinho de
pergaminho dobrado em baixo do meu livro texto, por isso quando percebi aquilo
levei um susto tão grande que quase derrubei o livro e o bilhete junto, o que
seria, com certeza, o meu fim certo e fatal.
“Ouvi dizer por ai que seu amado está saindo com uma menina da
Sonserina.”
— O QUE?
— Desculpe, Srta. Mckinnon? – O
professor ergueu os olhos novamente para mim e eu enfiei o bilhete em baixo do
meu livro texto rapidamente para que ele não visse, dei um sorrisinho amarelo e
o encarei com os olhos ainda arregalados devido ao bilhete e agora vermelha
porque o professor me olhava com cara de interrogação e eu não estava sequer
prestando atenção no que ele estava falando.
— De-desculpe, professor, é que
eu.. Eu não me lembrava dessas coisas todas, é tanta coisa, eu tinha esquecido,
esses animais são né... nossa... perigosos!
Pude ouvir o risinho de Emme,
Sirius, James e com certeza mais uma meia dúzia de alunos da sala, mas os
ignorei completamente.
Idiotas.
— Realmente Srta. Mckinnon, são
muito perigosos, alguns como eu estava falando são vendidos ilegalmente e as
vezes até vão parar entre os trouxas, o que é um perigo, imaginem um Fiuum não
silenciado no meio de uma casa trouxa? Poderia causar um estrago imenso.
O professor continuou falando e
eu nem lembrava mais do que ele dissera um segundo atrás ou onde eu estava, a
minha atenção total estava naquelas palavras daquele bilhete maldito.
Voltei os olhos para meu livro
texto, puxando o bilhete e lendo-o novamente enquanto ficava de vermelha para
escarlate e branca e azul e todas as cores possíveis, em segundos.
Resisti fortemente para não me
virar e gritar em alto e bom som pra ela, algo como “VOCÊ SÓ PODE ESTAR FICANDO
LOUCA, NÉ?”
Mas me contive, por isso
rabisquei rapidamente uma resposta e abaixei a mão para trás para que ela
pegasse o bilhete sem ninguém notar.
“O QUE?”
Acho que eu nem precisava
escrever essa mensagem uma vez que, eu tenho certeza, ela ouviu muito bem.
“Acho que é mentira, com certeza; Ouvi uma menina da Sonserina falando
pra amiga: ‘Vou me encontrar com o Black
hoje à noite’”
Encarei o bilhete de volta e li e
reli umas quinhentas vezes. O Sirius odiava as pessoas da Sonserina, como ele
seria capaz de ficar com aquelas vermes-cegos ridículas?
“O Sirius ODEIA o pessoal da Sonserina, ele só ficaria com alguém de lá
se...”
Parei de escrever o bilhete no
mesmo instante.
Ele só ficaria com alguém da
Sonserina se... estivesse apaixonado?
Congelei por dentro diante
daquela ideia e passei o bilhete para Emme sem conseguir termina-lo, ela não
seria tão burra assim de não perceber o que eu queria dizer.
“Lene, não viaja, ele não gostaria desse tipo de menina, ele com
certeza deve estar aprontando alguma coisa, é isso que eu acho.”
Olhei para o bilhete e franzi o
cenho, virando a cabeça num ângulo de trinta graus a direita para observar
Sirius que ria com James, baixinho.
Como ele conseguia rir na aula do
professor Traver sem o professor chamar a atenção dele?
Esses garotos conseguiam qualquer
coisa, incrível.
Ele desviou os olhos de James e
olhou para mim, voltei os olhos rapidamente pro meu livro texto/o bilhete, e
rabisquei apressadamente.
“Aprontando COMO?”
“Você se lembra de como ele e o James ‘adoravam’ azarar o Snape e
aprontar pra ele sempre que podia? Talvez ele esteja armando alguma coisa
contra o Snape ou o pessoal da Sonserina.
Só uma ideia.”
Só uma ideia? Mas que tipo de
coisa ele poderia armar contra o Snape se ele iria se encontrar com uma menina?
Aquilo não fazia sentido para
mim, tinha peças faltando naquele quebra-cabeça, ou então era realmente o que
parecia ser e eu que estava sendo idiota tentando pensar que era outra coisa e
Emme só tentando me consolar.
Suspirei meio triste, odiava
saber que ele estava saindo com alguém, e isso acontecia sempre, com frequência,
por mais que eu tentasse não saber, parecia imã, só porque eu não gostava de
saber NUNCA se ele estava com alguém, a notícia chegava até mim na velocidade
da luz.
“Talvez ele realmente vá sair com a garota e pronto. Sejamos realistas.”
Emme percebeu que aquela notícia
não me deixara feliz, e como deixaria? Você, mais uma vez, ouve dizer que o
cara por quem você é apaixonada está saindo com uma garota, mesmo que seja da
casa que ele mais odeia, e não vai ficar triste? Pensar que ele sai INCLUSIVE
com garotas até da casa que ele MAIS odeia, menos com você, não vai te deixar
triste?
“Eu ainda acho que tem algo a mais nisso, nunca em sete anos ele saiu
com meninas da Sonserina, ele sempre deixa bem claro que odeia todos eles, por
que ele mudaria de ideia tão de repente?”
“Porque o estoque dele nas outras casas acabou?”
“Ainda tem você!”
“HAHAHA.”
“Lene, sério, eu vou seguir ele, hoje, à noite, para descobrir.”
Quaaaaase, mas muito quase mesmo,
eu gritei novamente um ‘O QUE?’, mas me controlei e arregalei os olhos como se
não acreditasse no que meus olhos liam.
“Ficou maluca de vez, Vance?”
Ela sabia muito bem que eu só chamava
ela de Vance quando eu estava realmente irritada.
Qual é a dela? Seguir o meu Six?
Alguma coisa tinha aí mesmo, e agora era eu quem estava curiosa.
“Ou ele está aprontando alguma coisa pra cima da Sonserina, ou são eles
querendo aprontar pra cima da gente. O Jogo é sábado, se eles não vencerem a
Grifinória, perdem a taça pela milésima vez; Aposto que tem alguma coisa aí.”
Ahhhh... o jogo. Nem eu tinha
pensado nisso.
Eu sei o que você deve estar
pensando agora: “Por que meninas estariam preocupadas com jogos de quadribol,
se a Sonserina vai ou não vencer ou sabotar a Grifinória?”
Acontece que nós meninas também
adoramos Quadribol e principalmente ODIAMOS perder para a Sonserina, sobre
qualquer circunstância, isso JAMAIS deve acontecer.
Portando, diante desse assunto,
eu realmente fiquei preocupada, e claro, também esperançosa, quer dizer, eu
odiaria descobrir que a Sonserina estava tentando sabotar para vencer a gente,
afinal, se eles conseguissem deixar o Sirius ou o James fora do jogo era moleza
vencerem, nós não tínhamos substitutos ao nível dos dois, mas descobrir que o
Sirius realmente estava saindo com uma menina da Sonserina era mil vezes pior,
pra mim, não pra Grifinória, claro.
“Eu não tinha pensado nisso, e se eles estão apenas tentando tirar o
Sirius ou o James do jogo? Daí estamos realmente perdidos.”
“Acho que devemos falar com eles.
Ps. Faz aproximadamente uns cinco minutos que o SB está olhando pra
você, nem ouse olhar pra ele agora.”
O QUE?
Arfei e congelei.
Como eu não iria olhar para ele
naquele momento?
Respirei fundo e me concentrei no
bilhete.
Merlin ele está olhando para mim!
Ai Merlin, será que ele é
legilimente?
Quase ri de mim mesma, as vezes
eu era tão desesperada. Mas e se ele for?
Okay Marlene, não seja idiota,
não é qualquer um que tem essa capacidade, né? Concentra.
Voltei minha atenção para o
bilhete, especificamente pra parte que dizia “Acho que devemos falar com eles”
Rabisquei meio tremula de volta.
“Não. Se falarmos com eles, ele vai saber que descobrimos sobre o
encontro e talvez pense que estamos fuxicando a vida dele.”
“Então vamos segui-lo”
“Você ouviu o canto do Fiuum?”
Ouvi uma risada abafada da Emme
antes do bilhete voltar pra mim.
“Ele continua olhando pra você, está com a mão apoiada no queixo olhando
do professor pra você, acho que é porque tem uma acromantula no seu cabelo”
O QUE?
Passei a mão pelo cabelo e olhei
em direção a Sirius que realmente estava me olhando e me deu um sorrisinho.
Sem saber o que fazer, sorri de
volta e gesticulei baixinho algo como “Você me chamou?”, no que ele riu, baixinho,
e negou com a cabeça.
Fiz um “Ahhhh ta”, só com a
cabeça e voltei os olhos pro bilhete meio assustada e com o coração na boca.
Se ele estava ficando com alguma hipogrifo
de saia eu queria saber.
“Okay, vamos seguir ele, hoje, a noite.”
Sorri triunfante e feliz comigo
mesma, a adrenalina já correndo por minhas veias, junto com o medo latente e
poderoso.
Merlin, que ele realmente não
esteja saindo com nenhuma daquelas grindylows, por favor!
O dia passou mais lento que um
verme-cego só porque eu queria que ele chegasse logo ao fim, sabe quando você
quer que o tempo voe e ele vira uma lesma? Pois é, depois do almoço tivemos
duas aulas seguidas de feitiços e depois transfiguração, o que acabou me
deixando com uma dor de cabeça tão grande e tão feroz quanto um rabo-córneo-húngaro,
e olha que eu só tinha visto ele em livros e parecia maior do que a página.
O jantar, assim como o dia todo,
passou numa lentidão que era como se até os elfos estivessem demorando para
preparar a comida, mas eu só estou sendo dramática.
Depois do jantar fomos para o
salão comunal e nos sentamos num canto sem chamar muita atenção. Sabendo que
Lilly era monitora, eu e Emme decidimos não contar para Lilly o que
pretendíamos, por isso, aos segredos, combinamos que quando desse mais ou menos
um horário que sabíamos que estava próximo de Sirius sair, já ele nunca saia
cedo pros seus encontros, isso eu já sabia, infelizmente; Então quando desse o
horário próximo, eu e Emme falaríamos que estávamos com muita dor de cabeça e
iriamos na ala hospitalar, e então sairíamos e esperaríamos escondida do lado
de fora, assim quando ele saísse, poderíamos, de longe, segui-lo e descobrir o
que estava acontecendo.
Era um bom plano, certo?
Eu tinha certeza de que iria
funcionar. Por isso, quando o horário se aproximou, olhei para Emme e comecei o
meu teatro de colocar a mão na cabeça como se aquele rabo-córneo-húngaro da
tarde estivesse novamente montado sobre minha cabeça.
Abaixei a cabeça e comecei a dar
uns gemidos de dor, no que Lilly que estava lendo desviou os olhos do livro para
me observar.
— Tudo bem, Lene? – A carinha de
preocupada dela fez até eu me sentir culpada por estar mentindo e fingindo.
— Aquela dor de cabeça chaaaata
de novo. – Fingi uma careta de dor, massageando a testa e fazendo caretas.
— Você passou boa parte da tarde
reclamando disso, deveria ir na ala hospitalar. – Concordei com a cabeça e fiz
outra careta.
— É, acho que vou mesmo ver se a
Madame Pomfrey consegue dar um jeito nesse rabo-córneo-húngaro que está
dançando salsa na minha cabeça.
Lilly riu e disse.
— Vai enquanto você ainda está de
bom humor, o que significa que a salsa ainda não virou um sapateado. Você com
dor fica sempre mal-humorada.
Fiz uma careta e me esqueci disso,
coisas que só quando a gente está com dor que a gente faz sabe, mas que não
lembramos que fazemos quando fingimos.
Isso que dá mentir, eu não
recomendo pra ninguém, exceto em casos como esse, eu realmente precisava saber
se o Sirius preferiria ficar com uma Sonserina do que comigo, a última do
estoque Grifinoriano.
Olhei pra Emme como quem diz,
“sua vez”, mas quando ela colocou a mão na cabeça e iria dizer que também
estava pensando em ir na ala hospitalar porque a aula da professora McGonnagal
ainda estava ressoando na sua cabeça, eu vi Remus se aproximar e dizer um
timidamente “Olá, Emmeline”
Ela ficou meio escarlate e sorriu
exageradamente para ele, no que eu senti meu estomago afundando.
Ahh não, droga! E agora?
— Remus! – Ela exclamou toda
feliz.
Depois do que James e Sirius
dissera na tarde de ontem, era mais do que obvio que ela ia ficar toda
empolgada dele ir falar com ela, né?
— Olá meninas. – Ele disse
educadamente, mas levemente vermelho, acho que ele combinava mesmo com a Emme
em certos aspectos.
Dissemos ‘oi’ pra Remus,
sorrindo, e eu chorando por dentro. Remus, pelo amor de Merlin, anda logo com
isso pra Emme poder ir comigo seguir o Sirius.
— Emme.. eu.. er.. estava
pensando se você me ajudaria na matéria de hoje da McGonnagal...
Afundei no sofá.
Droga, e que ótimo pra Emme, mas
que droga!
Antes que eu pudesse esperar para
ver o que ela falaria, não que fosse difícil adivinhar, eu vi Sirius se levantando
do sofá onde ele estava, em frente a lareira com James e Pettigrew, e senti meu
coração acelerar no peito.
Droga, droga, droga.
Eu teria que fazer aquilo
sozinha, não tinha outro jeito.
Vi Emme sorrir pra Remus e olhar
para mim, meio desesperada, e eu sorri calmamente pra ela de volta como quem
diz “Tudo bem amiga, não perde a oportunidade”, e disse em seguida.
— Vou indo pra ala hospitalar
antes que fique tarde.
— Ótima ideia, Lene, quer que eu
vá com você? – Lilly sempre preocupada e prestativa.
Com o canto dos olhos vi que
Sirius se encaminhava para o buraco da mulher gorda e senti um aperto no peito:
o desespero.
— Não, Lilly, tudo bem, eu vou
sozinha.
— Mas, Lene, é perigoso você ir
sozinha, já está quase no horário de se recolher... – Droga, Lilly, anda logo.
Ele acabava de sair, eu tinha que sair correndo, logo.
— Nãooo Lilly. – Falei meio
desesperada, segurando ela sentada na poltrona, no que até Remus me olhou,
confuso. – Tá tudo bem, eu vou correndo e volto rapidinho. Fica aí.
Sorri, sem graça, e sai correndo
em direção ao buraco da mulher gorda antes que Lilly realmente viesse atrás de
mim.
Quando sai, percebi que tinha
demorado demais, ele já tinha praticamente desaparecido, mas captei um vulto
virando à esquerda no final do corredor e apressei o passo, quase correndo na
mesma direção.
Mas quando virei à esquerda, não
vi ele em lugar algum. Continue caminhando, meio apressada e meio apavorada.
Andar naqueles corredores, à noite, sozinha, era um pouco intimidador, você
ficava com medo de tudo, do Filch, do Pirraça, da McGonnagall ou o Prof.
Dumbledore aparecer, ou pior, algum fantasma, eu tinha um certo medo daquele
barão sangrento, sabe, mas que isso fique só entre nós, okay?
Apressei o passo e virei à
esquerda no próximo corredor, nada do Sirius. Continuei andando, virei à
direita, depois a esquerda e de repente percebi que estava indo longe demais.
Eu obviamente já tinha perdido
ele, ele podia ter ido se encontrar com ela pro lado das Masmorras, onde ficava
o salão comunal da Sonserina, ou em qualquer outro lugar mais neutro, eu nunca
poderia saber agora que tinha perdido ele de vista, então decidi voltar pra
Torre da Grifinória e me contentar em jamais descobrir a verdade, eu tinha
fracassado piedosamente.
Dei meia-volta e virei à esquerda,
rumando ao caminho que me levaria de volta enquanto me sentia meio frustrada,
triste e decepcionada. Será que ele realmente estava saindo com uma menina da
Sonserina?
Suspirei e virei a direita quando
levei um susto.
Topei de frente com alguém e
quase cai pra trás, o que não aconteceu porque mãos quentes e firmes me
seguraram, me fazendo encarar aqueles olhos azuis acinzentados enquanto eu
arfava de susto.
— Merlin!
Foi tudo que eu consegui dizer e
ele, depois de me ajudar a me equilibrar, me soltou e me olhou, franzindo a
testa.
— Tá fazendo o que sozinha nesses
corredores a essa hora, Lene? – Ri meio nervosa e meio encurralada pensando
desesperadamente no que dizer, mas não conseguindo pensar em nada.
O que ele estava fazendo no
corredor sozinho àquela hora?
— O que você está fazendo no corredor sozinho a essa hora? – Ele ergueu a
sobrancelha e me encarou, meio sério.
Boa, Marlene!
Quase batia a mão contra minha
própria mão num cumprimento, mas deixei quieto, ia parecer esquisito demais,
né?
— Eu sou homem! – Ele sorriu meio
galante e sedutor, dando uma piscadinha e eu revirei os olhos, cruzando os
braços e fazendo cara de desdém.
— E isso te dá algum direito que
eu não tenha? – Ah, eu me adoro as vezes, já disse isso?
— É que eu sei me virar caso
alguém ou alguma coisa apareça. – Eu quase gargalhei.
Homens e seus machismos.
— Alguma coisa tipo um basilisco?
– Ri um pouco alto demais.
— Tipo uma acromantula. – Parei
meu riso na hora e dei um tapa um pouco forte demais no braço dele.
— Não fala que atrai a coisa! –
Ele riu e então de repente ficou sério olhando para algo atrás de mim, pelo
olhar dele, de assustado, eu senti meu sangue congelar na hora.
De duas uma, ou ele estava
fingindo, ou realmente tinha alguma coisa atrás de mim, e ai meu Merlin, se
fosse uma acromantula, eu morria ali, naquele momento, só de susto.
— Madame Nor-r-ra. – Ele disse,
simplesmente, e eu entendi a gravidade da situação. Um pouco pior do que uma
acromantula.
— Ai, Merlin. – Eu disse enquanto
sentia ele segurar meu braço e me puxar correndo para algum lugar que eu
demorei pra perceber onde era.
Só percebi onde estava quando ele
me encostou contra a parede e fechou a porta, devagar.
Estávamos num armário de
vassouras, no final do corredor.
Um excelente lugar para se
esconder a noite, imagina o tanto de aranhas que não tinha ali, naquele
momento, sobre minha cabeça e que eu sequer podia ver se estava ou não descendo
para o meu cabelo.
Respirei fundo e ele, de frente para
mim, dessa vez muito perto, fez um “Shiu” e sinal de silencio com a mão.
Entenda.
Estávamos num armário de
vassouras, chamamos de armário de vassouras essas minúsculas salinhas onde o
Filch guarda suas vassouras, rodos e tudo para limpeza. Como ele não é adepto
da magia, por mais que ele tente esconder isso de nós, nós obviamente sabemos
desse detalhe, ele guarda vassouras e produtos de limpeza em armários como esse
em cada andar, assim fica mais fácil pra ele, do que ficar carregando pra todo
lado uma vassoura, certo?
Até que ele não é tão burro.
Mas acontece que esses armários
realmente são pequenos, tem pouco espaço e muita tranqueira, algumas vassouras
velhas e tudo mais, tem um cheiro meio esquisito e pouquíssima iluminação,
apenas uma janelinha minúscula de onde a luz da lua se infiltra te permitindo,
depois que seus olhos se acostumam a escuridão, a enxergar apenas quem ou o que
estiver bem a sua frente e nada mais, muito menos aranhas minúsculas.
Por isso eu via Sirius parado a
minha frente, bem próximo a mim porque atrás dele tinha um monte de vassouras e
tranqueiras nos espremendo, e também quase espremido contra meu corpo, o que eu
poderia achar ÓTIMO se não fosse por aquela circunstancia né, ou seja, poder
levar uma detenção ou pior, sabe-se lá o que Filch é capaz de fazer se ele te
pegar fora da cama aquele horário e te levar para sala dele. Dizem que na sala
dele tem grilhões pendurados no teto e que ele te pendura lá e você fica por
horas de cabeça pra baixo até esquecer o seu nome.
Sinistro.
Como eu nunca visitei a sala do
Filch ou sequer peguei uma detenção por qualquer coisa que fosse, estava
apavorada, já o Sirius, por outro lado, era o mestre em detenções e já devia
ter ficado pendurado na sala do Filch umas dezenas de vezes, portanto eu não
acredito que ele estivesse com medo, só evitando perder tempo numa detenção,
vai que o Filch desse detenção pra ele em pleno sábado de jogo, né? Melhor não
arriscar.
Ficamos ali em silêncio por algum
tempo, o silencio predominando dentro e fora do armário de vassouras enquanto
eu pensava o que aconteceria se o Filch nos pegasse.
— É verdade que na sala do Filch
tem grilhões no teto? – Eu sussurrei pra Sirius que desviou os olhos da pequena
abertura que ele tinha deixado na porta para ver se conseguia ver o Filch ou a
Madame Nor-r-ra, para olhar pra mim.
Quando ele fez isso, ficou de
alguma maneira ainda mais próximo a mim, se fosse medir a distância entre nós,
eu diria que entre meu nariz e o dele tinha uns oito a dez centímetros de distância.
Ele estava tão próximo que eu podia sentir o hálito quente dele na minha pele e
sentir o cheiro de hortelã do hálito dele, o que me fazia lembrar vivamente do
nosso beijo, graças a Merlin estava escuro, alias.
— Você nunca esteve lá? – Ele
indagou, igualmente baixinho, me fazendo sentir mais fortemente ainda o cheiro
de hortelã dos lábios dele. – Tem sim, é uma coisa medonha de se ver.
Ele riu baixinho e desviou os
olhos novamente para a minúscula abertura da porta que mal deixava a claridade
entrar pela fresta.
— Você já foi pendurado lá? – Eu
perguntei, inocentemente, claro que eu não acreditava realmente nisso, mas vai
saber né, o Sirius já aprontara tanto naquele castelo que eu não duvidava de
mais nada.
Ele soltou uma risada rouca que
ecoou mais alto do que deveria, o que o fez tapar a boca rapidamente para
reprimir e rir mais ainda, dessa vez com a voz reprimida, o que me fez tapar a
boca para também reprimir o meu riso.
Quando paramos de rir, ele negou
a cabeça levemente, me lançando um olhar de “olha só o que você fez!”, e
sussurrou, em resposta.
— Não, mas já tentei pendurar o
James lá uma vez. – Eu tapei a boca rapidamente enquanto ria e ele riu, baixinho,
espiando pela abertura da porta.
— Vocês são dois malucos! – Eu
disse e ele riu de volta.
— Você não viu nada. – Ele me olhou,
dessa vez um pouco mais sério e um pouco diferente e eu de repente senti meu
sangue correr quente nas veias e minha respiração acelerar mais do que o
normal.
— Aproveitando que estamos
trancados aqui dentro, sozinhos, só eu e você... – Ele começou baixinho, com um
tom de voz sedutor, e eu arfei, me sentindo uma idiota em seguida, abaixando os
olhos e depois voltando a ergue-los para observar, na escuridão apenas os olhos
dele, sem conseguir admirar o tom acinzentado entre o azul.
— E as aranhas. – Eu disse
tentando disfarçar a tremedeira que se instalava no meu corpo.
— Acromantulas. – Ele riu e eu
bati com força no braço dele.
— Para! Se não elas vão chamar a
mamãe delas e daí sim você vai apanhar de verdade. – Ele riu baixo, negando com
a cabeça como quem diz “Que exagero! ”
— Pois bem, como eu ia dizendo...
– Revirei os olhos, gesto que ele não deve ter percebido, e ele continuou.
— Será que a senhorita poderia me
dizer, agora, o que estava fazendo andando pelos corredores do castelo há essas
horas da noite? – Fiz uma careta bem nítida para ele e mostrei a língua, no que
ele riu.
— Você fica um encanto quando
mostra a língua, sabia? – Fiz outra careta e mostrei a língua novamente, no que
ele riu um pouco mais alto do que devia novamente.
— Sabe o que eu faço quando uma
garota mostra a língua pra mim, Lene? – Ele disse e eu estranhamente senti um
calor percorrer meu corpo todo.
— Você com certeza não corta a
língua delas. – Que coisa mais idiota de se dizer.
Quis bater a mão na minha testa,
mas era melhor não.
Ele riu roucamente, mais baixo
dessa vez, negando com a cabeça.
— Você faz elas morderem a
língua? –Ele riu novamente, um pouco mais alto, com aquele riso que parecia um
latido. Era um pouco mais difícil ver ele rir assim, era só quando ele
realmente ria com vontade, sem esperar e sem conseguir se controlar, daí a
risada perdia o controle e parecia um cachorro latindo, mas era muito
bonitinho, é sério, acredite em mim.
— Você é uma gracinha! – Ele
disse ironicamente, e eu revirei os olhos, fiz uma careta e... adivinhe só? Mostrei
a língua para ele novamente, e ele de repente, subitamente, se aproximou MUITO
mais de mim, os dez centímetros se transformaram em três? Dois? Merlin, não
consigo contar. Não consigo respirar!
Ele riu, aquele riso de latido
novamente e afastou-se alguns centímetros novamente, agora seu rosto talvez
estivesse uns seis ou sete centímetros de distância do meu rosto.
— Eu beijo ela! – Ele disse com a
voz rouca e meio sexy, e eu percebi que ele queria exatamente aquilo, me deixar
sem ar, tremula e caidinha por ele.
Por mais que eu REALMENTE
estivesse tudo aquilo, que ele não saiba, é claro; eu não podia demonstrar né,
por isso fiz uma careta, mostrei a língua novamente e dei um empurrão de leve
nele, o afastando uns dois centímetros, fazendo ele voltar a distância
anterior.
— Essa tática não funciona
comigo, Six. Você vai ter que se esforçar muito mais do que isso! – Eu pisquei
e ri, meio desdenhosa e foi a vez dele de fazer uma careta, no que eu ri de
volta.
— Então, o que o senhor estava
fazendo nos corredores do castelo depois do toque de recolher, sozinho? – Deixei o sozinho bem nítido e
ele riu baixo, negando a cabeça, novamente.
— Fui tomar um pouco de ar. – Eu
ri, dessa vez tapando a boca para evitar que ecoasse muito alto a risada que
foi realmente de surpresa e zombaria.
Ele querendo tomar um ar, ahan,
com certeza. Me caso com um basilisco se isso for verdade. Ou pior.
— Me caso com o Snape se isso for
verdade. – Ele riu, como um cachorro latindo, roucamente.
— Adoraria ver essa cena!
Cuidado, Lene, fiquei sabendo que ele não lava as cuecas.
— Hahaha. Como ele é engraçadinho.
– Mas eu realmente ri com a zoação do coitado, infelizmente poucas pessoas
gostavam dele, bom eu não sei se realmente é infelizmente porque ele as vezes
faz por merecer, anda com cada pessoa e aquelas roupas sempre pretas? Bem
esquisito.
— Você é uma gracinha, sabia? –
Eu disse ironicamente e ele riu.
— Você, por um acaso, não estava
me seguindo, estava? – Ele fez uma carinha de riso, mas estava falando sério, e
eu congelei por dentro.
Droga, e agora?
— Na verdade, eu estava. Fiquei
sabendo que você ia sair com a irmã do Snape e quis ir verificar isso de perto.
– Dei uma risada para disfarçar a verdade daquela frase. Melhor ser irônica com
a verdade, do que inventar uma desculpa muito esfarrapada né.
— Eu com alguma Sonserina? – Ele
riu, um pouco alto demais e eu olhei em direção a porta. Dessa vez ouvi passos ao
longe e então olhei de volta para Sirius, assustada.
Filch.
— Droga, e agora? – Eu disse. Se
Filch abrisse a porta e descobrisse nós ali, não teria escapatória, era detenção
na certa.
— Relaxa, eu vou pensar numa
saída. – Ele disse, como se ele tivesse a solução para tudo.
— Que saída? Aqui nem tem janela
direito? – Ele fez uma careta com minha piadinha fora de hora e olhou a volta,
voltando os olhos para a porta.
Então eu decidi, melhor sair dali
e inventar uma desculpa, do que ser pega me escondendo, porque daí sim eu não
pensaria em desculpa nenhuma que fosse suficiente.
Respirei fundo e segurei a porta,
pronta para abri-la e sair, mas Sirius foi mais rápido e segurou minha mão,
impedindo que eu abrisse a porta.
— O que você está fazendo? – Ele
me disse, meio desesperado. Eu o encarei seriamente de volta e respondi, num
sussurro áspero.
— É melhor ser pego lá fora e
inventar uma desculpa, do que ser pego se escondendo! – Ele negou a cabeça,
enfaticamente.
— Relaxa, ele não vai vir aqui,
se você sair daí sim vai estar perdida, comigo você está muito mais segura. –
Ergui as sobrancelhas pra ele como quem diz “Ahhh ta, super herói!”
Ri, desdenhosamente e respondi de
volta.
— Eu sei me salvar sozinha. – Ele
me olhou meio assustado, enquanto eu empurrava a mão dele, abria a porta
rapidamente e saia rapidamente do armário, fechando a porta ao sair, como quem
deixa claro “Você precisa se esconder, eu não”
Por um segundo me senti
triunfante com isso, mas depois de dar alguns passos, bem na curva do corredor,
congelei porque Filch vinha correndo em minha direção com o rosto esplendido de
felicidade.
Droga, o que foi que eu fiz?
— AHA! Aluno fora da cama! Você
estava certa, minha querida, temos uma aluninha fora da cama depois do horário,
você está muito ferrada! Ah, se esta!
A felicidade de Filch poderia se
comparar a minha depois que beijei Sirius, ou a de Emme quando soube que Remus
gostava dela, era algo assim, bem visível sabe, quase palpável, por isso senti
que se eu não arrumasse uma desculpa bem das boas mesmo, eu estava realmente
muito ferrada, ah se estava!
— Filch! – Enfiei o rosto nas
mãos e fingi um soluço alto. – Graças a Merlin, você chegou. - Comecei a chorar
meio desesperadamente, na verdade fingi que estava chorando, não tinha uma
lagrima sequer nos meus olhos, mas eu acho que o Filch não enxergava muito bem
também, então ele nem ia notar.
— Ah, Merlin, eu não sei o que
seria de mim sem você, Filch, ainda bem que você chegou. - Filch diminuiu
drasticamente a corridinha feliz em minha direção e me olhou confuso, aquilo
com certeza era algo totalmente novo para ele, um aluno falando ‘graças a
Merlin você chegou’? Tinha alguma coisa bem errada nessa história.
— Mas o que... ? – Ele começou,
meio confuso e gaguejante e eu emendei bravamente na minha atuação.
— O Pi... Pirraça me trancou numa
sala de aula, sozinha. – Solucei alto, as mãos ainda no rosto, somente os olhos
por entre os dedos, para ver a reação dele. – Eu na-não conseguia sair, fiquei
tão desesperada.
— O Pirraça? – Filch olhou a
volta como que esperando o poltergaist, e eu rezei internamente para ele não
ouvir seu nome de longe e vir voando desmentir minha atuação, daí sim eu
estaria perdida.
— Quando ele ouviu você chegando
ele me destrancou e saiu voando por aí.
— Cadê aquele baderneiro? Ah, ele
vai ver só comigo, onde já se viu, trancar garotinhas sozinhas por aí, vou dar
um jeito nele que ele vai se arrepender, ah se vai!
Filch agora parecia realmente
bravo, mas com Pirraça e saiu andando pelo corredor, em direção ao armário de
vassouras, por um instante senti meu sangue congelar, e aposto que o sangue de
Sirius, lá dentro, também congelou.
— Ele deve estar por aqui, eu
aposto, ele ia querer ver isso. Ah se ia. – Ele parou de frente para o armário
de vassouras, olhou pro armário e olhou pra cima e a volta, como que procurando
o Pirraça, eu precisava fazer algo urgente antes que Filch resolvesse abrir a
porta do armário de vassouras pra procurar lá dentro, o que ferraria o Sirius
de vez.
— ELE...! – Dei um grito e Filch
virou-se rapidamente para me olhar. – Eu vi ele indo pra lá. – Apontei na
direção contrária e para cima, fazendo Filch seguir meu dedo com os olhos.
— Ele disse que ia procurar outra
pessoa pra trancar, igual fez comigo, você precisa impedir ele Filch. Ele foi
pra lá, anda, ele vai esconder outro aluno!
Filch arregalou os olhos e
começou a andar esbaforido na direção contrária do armário de vassouras,
praguejando e resmungando baixinho coisas que eu mal consegui entender direito
como “baderneiro”, “vai se ver comigo” e “pirraça”.
Ele sumiu de vista, acompanhado
de sua gata, e eu respirei fundo, aliviada, enquanto ouvia a portinha do
armário de vassouras se abrir, para me virar e encarar um Sirius boquiaberto,
quase branco.
Sorri triunfante e disse, com a
boca cheia.
— Quem precisa salvar quem, hã? –
Pisquei de maneira poderosa, me virei e sai andando, confiante, enquanto
deixava um Sirius confuso e perplexo, para trás.
Nunca, jamais, subestime uma
mulher, meu bem. ;)
*N/A:
Essa Marlene está pegando o jeito
da coisa, diz ai. Kkkkkk
Adorei ela salvando o Sirius,
eles mal sabem o quanto uma mulher pode ser poderosa, coitadinhos kkkkkk
Algumas dicas desse livro podem
ser colocadas na vida real, principalmente, claro as que eu deixo no inicio do
capitulo.
Quando você está conhecendo um
cara, começando a ter algo ou interessada em fazer o cara se apaixonar como
você talvez seja por ele, o lance é mesmo nunca deixar que ele tenha certeza
absoluta, nunca demonstrar demais, mas claro que não de menos, e jamais assumir
o papel de namorada.
Espero poder passar todas as
dicas certinho pra vocês e que, se colocarem em pratica, que possa ajuda-las
kkkk
Dai me contem como foi.
Espero comentários J
Até o próximo capitulo.
Lanah Black
Oi :) vim até seu blog pra ver se tinha postado mais capitulos aqui mas não postou né :'(
ResponderExcluiramiga não faz a gente sofreer assim não.
esperando continuação
Parabens pelo seu trabalho
Abraços