Quando eu mencionei para diversas pessoas que estava lendo um livro do escritor brasileiro Paulo Coelho, tudo que eu ouvi de volta foi "Ah, eu não gosto de escritor brasileiro".

O brasileiro em geral tem um grande preconceito por tudo que é criado dentro do próprio país, mas essas pessoas não fazem ideia do que elas estão perdendo, não é a toa que Paulo Coelho é considerado internacionalmente como um dos autores contemporâneos do momento, e por isso, e por esse belíssimo exemplar, eu vim hoje falar um pouquinho sobre um dos meus livros favoritos desse autor que, SIM, brasileiro ou não, vale muitíssimo a pena ler.
Dica, ao invés de gastar dinheiro comprando livros do Augusto Cury, compra do Paulo Coelho, vale muitíssimo mais a pena ;)


"Por isso, é melhor perder alguns combates na luta por seus sonhos que ser derrotado sem sequer saber por que você está lutando."




Neste livro Paulo Coelho nos oferece uma parábola sobre o amor que transcende todas as coisas. O romance é ao mesmo tempo uma lição de vida e um convite para seguirmos o verdadeiro caminho do coração e vencermos nossos medos.


Em toda história de amor sempre existe algo que nos aproxima da eternidade e da essência da vida, porque as histórias de amor encerram em si mesmas todos os segredos do mundo.


Pilar é uma jovem do interior da Espanha com muitos sonhos frustrados. Quando um amigo de infância volta a entrar em contato, ela se surpreende ao descobrir que seu primeiro amor se tornou um líder religioso e é reverenciado como milagreiro.
Ao se reencontrarem, porém, ambos são unidos por um único desejo: o de tornar seus sonhos realidade. Para isso, têm que vencer muitos obstáculos interiores, como o medo da entrega, a culpa e o preconceito.
Numa peregrinação espiritual através das montanhas dos Pireneus, os amantes trilham o árduo caminho do reencontro com as próprias verdades.

Paulo Coelho usa o reencontro de um homem e uma mulher para mergulhar nos mistérios da face feminina de Deus. O caminho que Pilar e seu companheiro percorrem é também o caminho a ser percorrido por todos aqueles que entendem a importância do amor como força transformadora, e como o melhor guia para a comunhão espiritual.


Primeiro começo dizendo que, se você for ateu ou evangélico, não crer em Deus, ou em Nossa Senhora Aparecida, esse livro provavelmente não o tocará da mesma maneira que tocará uma pessoa que, mesmo que não seja religiosa, creia em Deus ou em algo maior, mas eu ficaria imensamente feliz e gratificada se um ateu ou evangélico, lesse esse livro e fosse tocado  da mesma maneira que eu fui ao lê-lo.

'Na margem do rio Piedra eu sente e chorei', é um livro que, apesar de ter um nome grande, tem uma história linda e ensinamentos que te farão refletir e pensar mais em sua vida, no que você tem pensado e acreditado.
Vou tentar resumir a história e explicar porque você deve valer esse livro.

Pilar é uma jovem espanhola que cresceu numa cidadezinha pequena, junto com seu melhor amigo de infância que, como todos os homens, quando atingem uma certa idade, deixam a família e as cidades pequenas e vão em busca de algo maior, Pilar porém, viveu boa parte de sua vida na mesma cidadezinha pequena e se mudou para Saragoza (Espanha), e passou a se dedicar aos estudos, em busca de um concurso público, sonhando em se casar, ter filhos e passar sua vida assim, com estabilidade, como uma âncora, presa no mesmo lugar, sabendo onde ficar, o que quer e o que fazer de sua vida, sempre planejando tudo, e pensando que sua vida assim já está completa.
Então, ela recebe uma carta de seu melhor amigo de infância a convidando para comparecer numa palestra, na qual ele será o palestrante, e toda sua vida e convicções mudam, mudam por três motivos, ao notar que ele (cujo era apaixonado por ela na infância, continua apaixonado), ao perceber que ela (que fora apaixonada por ele na infância, mas sempre tivera medo do amor) continuava apaixonada, e ao perceber que esse homem sabia mais sobre a vida, sobre Deus e sobre a face feminina de Deus do que qualquer pessoa que ela conhecera, e que esse homem, em pouquíssimos dizer, mudara todo o seu modo de pensar e enxergar o mundo.

Paulo Coelho foi inteligente, sábio e profundo ao escrever esse livro, mesmo entrando um pouco fundo na questão da face feminina de Deus, que pode ser considerada como Maria, mãe de Deus, ou para nós católicos, Nossa Senhora Aparecida, mas a questão do livro mais muito mais a fundo que isso, vai mais além de mostrar-nos um pouco mais sobre Nossa Senhora, e também sobre outras personagens mulheres do catolicismo, mas nos mostra como a nossa fé pode mudar a nossa vida se apenas acreditarmos nela, se acreditarmos mais em nós, se acreditarmos no que somos capazes.
Existem diversas passagens nesse livro que valem a pena serem grifadas, refletidas e comentadas, passagens que nos fazem refletir sobre o que temos feito de nossas vidas e com nossas fé.

Existe uma passagem do livro, logo no início dele, que diz:
"É preciso correr riscos. Só entenderemos direito o milagre da vida quando deixarmos que o inesperado aconteça. Todos os dias Deus nos dá - junto com o sol - um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes (...) Mas quando olhar para trás - porque sempre olhamos para trás - vai escutar o seu coração dizendo: 'O que fizeste com os milagres que Deus semeou por teus dias? O que fizeste com os talentos que teu Mestre te confiou? Enterraste fundo em uma cova, porque tinhas medo de perdê-los. Então, esta é a tua herança: a certeza de que desperdiçaste tua vida."

Ao ler isso você começa a se perguntar, "O que tenho feito dos meus dias? O que tenho feita da minha vida?"
Isso nos faz pensar na parábola dos talentos, citado na Biblía, que, para quem não sabe, conta a história do Senhor e seus três servos. Ao primeiro servo o Senhor deu cinco talentos, ao segundo servo, o Senhor deu dois talentos, e ao terceiro servo, o Senhor deu um talento.
O primeiro servo pegou os cinco talentos e negociou e aprimorou, obtendo assim, mais cinco talentos, o segundo servo fez o mesmo, porém o terceiro servo, com medo de perder o unico talento que tinha e ser castigado por seu Senhor, enterrou o seu talento.
E isso vem nos dizer que Deus não quer que enterremos nossos talentos e o guardemos até o final de nossas vida para mantê-los seguros e intactos, Deus quer que evoluímos, aprimoramos e transformemos o nosso único talento em dois, três, quatro, cinco ou dez.
E esse livro também vem mostrar isso e nos fazer questionar a mesma coisa..

E eu te digo uma coisa, um livro é realmente bom quando ele mexe com você, quando ele te faz pensar na sua vida, nas suas atitudes, no que você é, e esse livro é exatamente um desses livros.

Existe também no livro uma passagem onde é contada a história do 'O outro', e eu aposto, APOSTO e ganho que você vai se identificar com essa passagem.
Nessa passagem Paulo Coelho mostra a história do outro, onde um homem que devia muito em um bar, um dia apareceu e pagou a todos o que devia, então todos assustados com aquilo, pelo fato do homem que não tinha nada, de repente aparecer todo endinheirado, então oo homem responde dizendo que passara a vida toda acreditando que nada era possível a ele, até o momento em que ele pegou aquilo tudo e o outro que existia dentro dele que sempre lhe dizia que era impossível, e colocou pra fora de sua vida, então tudo se tornou possível.
E a Pilar, ao fazer esse exercício do 'Outro', ela nos mostra como essa 'outra' toma conta de nós, é aquela desesperada, mal humorada, pessimista que vive dentro de nós, que nos diz que fomos abandonados ou rejeitados, quando não fomos, quando na verdade estamos entendendo errado as coisas, é apenas o outro tomando conta da gente, e nos fazendo pensar ou acreditar que não somos importantes, que tudo é impossível a nós, quando não é, quando tudo depende de nós mesmo e no que e do quanto acreditamos.

Esse livro vai fazer você refletir sobre diversos assuntos e momentos, e na minha opinião, é um dos melhores livros do escritor, pelo menos sobre esse tema.

Não vá pensando que é apenas um livro religioso porque vai além disso, muito além, mostra também os conflitos da personagem que muitas pessoas, acredito que mulheres principalmente, vão se identificar, sobre como muitas vezes deixamos de amar por medo de sofrer, sobre como julgamos tudo da nossa maneira e julgamos errado, sobre como muitas vezes queremos viver como montanhas, presas, estagnadas em um mesmo lugar, e vendo a vida passar, vendo as pessoas viverem, quando nós vivemos presos e frustrados.

É um livro belíssimo que eu deixo hoje como dica, e que vale a pena ser lido e relido de tempos e tempos, porque ele sempre irá te tocar de diversas maneiras diferentes a cada vez que você o ler.

Antes de terminar esse post, vou deixar também uma dica super bacana de um livro inspirado no livro do Paulo Coelho, se chama A musica do Mundo.
O livro conta a história de Monir, um jovem rico que num belo dia decide seguir seus sonhos, contrariando a vontade do pai e largando toda a sua riqueza, luxo e indo em busca do seu caminho.
É um livro super bacana, escrito por um escritor brasileiro, e eu só encontrei em E-book, mas vale muitíssimo a pena ler.
Vou deixar o link para vocês baixarem o e-book do livro: 
A Musica do Mundo



Vou deixar aqui algumas das frases do livro do Paulo Coelho que eu grifei desse livro e que mais gosto:

"Ah, quem dera eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atirá-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças."


"O caminho é feito ao andar"

"Não vamos deixar que ela (a criança dentro de nós) tenha medo, porque está só, e quase nunca é ouvida. (...)
Se escutarmos a criança que temos na alma, nossos olhos tornarão a brilhar."


"Aquele que é sábio, só é sábio porque ama. E aquele que é tolo, só é tolo porque pensa que pode entender o amor."

"Sei que o amor e as represas são iguais: Se você deixa uma brecha por onde um fio de água possa se meter, aos poucos ele vai arrebentando as paredes - e chega um momento em que ninguém consegue mais controlar a força da correnteza."

"Certas pessoas vivem brigadas com alguém, brigadas consigo mesmas, brigadas com a vida. Então, começam a criar uma espécie de peça de teatro na cabeça delas (...) outras pessoas, entretanto, nos convocam quando começam a se comportar como vítimas, reclamando das injustiças da vida, pedindo para que a gente concorde, dê conselhos, participe. Quando se entra nesse jogo, sempre se sai perdendo."


"Eu sou o que qualquer um de nós é, se escutar seu coração. Uma pessoa que se deslumbra diante dos mistérios da vida, que está aberta aos milagres, que sente alegria e entusiasmo pelo que faz. Só que o Outro, com medo de decepcionar-se, não me deixava agir."


"Por isso, é melhor perder alguns combates na luta por seus sonhos que ser derrotado sem sequer saber por que você está lutando."

"O universo sempre nos ajuda a lutar por nossos sonhos, por mais tolos que possam parecer. Porque são nossos sonhos, e só nós sabemos o quanto nos custa sonhá-los"


"É desnecessário conversar sobre amor, porque o amor tem sua própria voz, e fala por si próprio."


O exercício do outro:
"Comecei a imaginar como gostaria de estar vivendo naquele momento. Eu gostaria de estar alegre, curiosa, feliz. Vivendo intensamente cada instante, bebendo com sede da água da vida. Confiando novamente nos sonhos. Capaz de lutar pelo que queria, 
Amando um homem que me amava.
Senti que a minha alma se inundava com a luz de um Deus em que não acreditava mais. E senti que, naquele momento, a Outra deixava meu corpo, e sentava-se num canto do pequeno quarto.

Eu olhava a mulher que tinha sido até então: fraca, procurando dar a impressão de forte. Com medo de tudo, mas dizendo a si mesma que não era medo - era a sabedoria de quem conhece a realidade.

Vi a outra sentada no canto do quarto - frágil, cansada, desiludida. Controlando e escravizando aquilo que devia estar sempre em liberdade: seus sentimentos. Tentando julgar o amor futuro pelo sofrimento passado.
A outra, que era dura porque era fraca, que era fria porque tinha medo."


"Seja feita a vossa vontade, Senhor. Porque Tu conheces a fraqueza do coração dos Teus filhos, e só entregas a cada um o fardo que pode carregar."


"Não quero mais conversar com minhas próprias trevas. Um tombo do terceiro andar machuca tanto quanto um tombo do centésimo andar. 
Se eu tiver que cair, que caia de lugares bem altos."


"Eu me sentia como se tivesse vivido o mesmo dia durante anos a fio, despertando do mesmo jeito, repetindo as mesmas coisas, e tendo sempre os mesmos sonhos.
Por que fizera isto? Não conseguia encontrar uma explicação. Talvez porque tivesse preguiça de pensar em outros caminhos. Talvez pelo medo do que os outros iam pensar. Talvez porque desse muito trabalho ser diferente."



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