Às vezes eu olho pro nada e penso em tudo. E sinto falta de quando tudo era muito mais simples, de quando tudo era muito menos complicado.
Às vezes eu olho pro nada e penso em tudo. E imagino minha vida como num filme, e imagino que aquela música que ecoa no fone de ouvido é a trilha sonora, o mundo passando pela janela do ônibus enquanto a mocinha trilha um novo rumo,  um novo caminho, um novo começo.
Quando será o novo começo? Quando a mocinha vai ter seu final feliz?

Às vezes eu olho pro céu, aquela imensidão azul e sinto a paz invadindo minha alma. O vento soprando leve, o silêncio do mundo ao redor e aquela sensação de estar tão perto de Deus. Um palmo de distância, talvez ele possa me ouvir, talvez todas as minhas preces sejam atendidas, um filme, a mocinha e Deus, os desejos mais reprimidos, aqueles mais intensos, aqueles que se resumem a apenas um: Quando a mocinha vai finalmente ser feliz?

Às vezes eu olho pro nada e penso em tudo, e penso em nada, e um grande vazio, oco e profundo toma conta de tudo, dos pensamentos, do meu coração.
Até quando tudo o que pedirei é felicidade e tudo o que Ele me dará é incertezas? 
Você não sabe pra onde ir, você não sabe o que fazer, tudo o que você sabe é que nada sabe. O grande mistério da vida.
Eu só queria olhar pro nada e pensar em tudo, e pensar em você, e pensar que nada mais é um vazio grande e oco e sem fim, e sentir a felicidade pulsando em minhas veias como um vulcão pulsante, pronto para entrar em erupção, pronto para seguir seu caminho, pra fazer o que ele nasceu pra fazer.

O que ele nasceu pra fazer... E o que eu nasci pra fazer?
Felicidade, eu não sei ainda o que é, eu não sei o que é olhar pro nada e imaginar que você está pensando em  mim, que quando esta longe é de mim que sente saudade, que sente falta, que deseja mais do que tudo ter do lado.
Eu não sei, talvez nunca saiba. Talvez tenha nascido para ser livre, leve e sozinha. Eu e o mundo, eu e meu mundo solitário, eu e minhas certezas, palavras, músicas, a paisagem na janela, o céu azul, o nada em tudo.

Às vezes eu olho pro nada, às vezes eu olho pro céu, eu olho pras árvores, a paisagem, o mundo passando na minha janela e tudo o que eu penso é em nada.
Quando será o novo começo? Quando a mocinha vai finalmente ter o final feliz?

Nunca se sabe, talvez seja isso, talvez o fim seja o final feliz. 


Por Lanah Black.


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