"Comer, rezar, amar" é um livro, ou filme, que com certeza se você não leu, você já ouviu falar sobre o filme ou até mesmo já o tenha assistido.
E eu tenho quase certeza que você no minimo já ouviu falar sobre ele, e isso se deve ao fato de ser um dos livros mais vendidos, e um dos filmes mais queridos pelas mulheres, apesar do filme não ser nem 30% do livro, só para se ter uma ideia, mas não foi por ele ser super conhecido que eu vim falar sobre ele, foi por simplesmente ter o adorado depois de ler e sair do "mundo" do livro querendo ser melhor do que sou hoje.




A história do livro é contado pela hilariante autora que, inacreditavelmente, realmente viveu suas experiências e as colocou humoristicamente no papel, Elizabeth Gilbert, ou conhecida
no livro como Liz.
Liz é uma mulher com seus trinta e poucos anos que se vê presa num casamento fracassado amorosamente, onde ela não o ama mais e se pergunta como conseguiu levar aquilo tão adiante, e numa prece profunda a Deus ela finalmente decide que precisa mudar toda sua vida.
Saindo do casamento com uma mão na frente e outra atrás, ela entra num romance avassalador que causa mais dano ao seu coração do que já era suficiente, e depois de todas essas experiências amorosas destruidoras, ela resolve viajar o mundo atrás de duas coisas essenciais: a paz e a descoberta de si mesma.

É então que sua trajetória incrível acontece, mas eu não vim aqui só para falar somente da trajetória dela, mas sim para falar do quanto se pode aprender com esse livro, o quanto se pode amadurecer emocionalmente, espiritualmente e o quanto se pode confiar e chegar perto de Deus quando você se abre pra isso.

É impossível ler o livro e não ter um momento sequer que você se identifica com a Liz, ou pensa "puxa, é exatamente assim que me sinto", ou "já me senti em determinadas situações".
E isso tudo já começa desde o começo, quando Liz se vê diante de um casamento que parece não ser mais feliz para ela, é como se ela tivesse sido incluida ali, mas nunca tivesse realmente participado a fundo, ou em algum momento tudo aquilo que ela queria parou de fazer sentido e ela se vê perdida, querendo sair dali, mas não querendo magoar quem fica, o que é impossível de acontecer.
Como qualquer pessoa comum, ela recorre a Deus, algo que inicialmente não lhe parece muito comum, mas aos poucos isso de alguma forma vai se encaixando em sua vida.
Determinada, ela decide se separar, e em seguida conhece um rapaz que vai levar seu coração de sem amor nenhum ao extremo e sádico amor, e ela de repente se  vê num relacionamento conturbado onde ela se entrega demais e acaba sofrendo demais também, e esse amor vai persegui-la por mais tempo do que o próprio casamento arruinado.
Decidida que deve viver a vida da melhor maneira possível, ela resolve aprender um novo idioma, e se muda para Italia convencida de que conhecer pessoas novas, um novo dialeto e novas culturas irão ajuda-la a se reencontrar. Nessa aventura repleta de "dio mio" muito macarone, pizza, massas e muitas risadas e histórias engraçadas, ela irá conhecer muitas pessoas que irão lhe trazer o prazer de viver novamente, o prazer da amizade, sem romances, sem segundas intenções, e quando ela finalmente se vê renovada, preparada, ela segue para a India, onde ela vai se dedicar a meditação e descobrir que existe coisas dentro dela que ou ela liberta ou a sufocaram.
É nessa parte também que ela aprende muito sobre sí mesma e sobre Deus.
É um livro repleto de grandes, imensos ensinamentos em diversos setores da vida, e para vários momentos, toda mulher deve ler esse livro, porque é certeza que você vai se identificar perfeitamente com a personagem que, acredite ou não, realmente viveu aquilo de verdade, e se foi possível com ela, as coisas mudarem e melhorarem, podem sim acontecer com você, basta ter fé, querer e ter força de vontade e correr atrás da felicidade, que nem sempre está na nossa cara.

Eu vou começar falando pequenos trechos do livro onde isso pode ser visto. Talvez um post seja pouco, mas eu vou falando aos pouco, trechos por trechos do livro.

Você obviamente em algum momento do livro vai se identificar com essa mulher.


"Todas essas perdas, uma atrás da outra, deixaram em mim uma sensação de tristeza e fragilidade, e a impressão de ter mais ou menos 7 mil anos de idade. Por uma simples questão de princípios eu não imporia essa minha pessoa desanimada, derrotada e velha ao adorável, inocente Giovanni. Sem falar que eu finalmente havia chegado à idade em que uma mulher começa a questionar se a maneira mais sensata de superar a perda de um lindo rapaz de olhos castanhos é mesmo levar outro para sua cama imediatamente. É por isso que já faz muitos meses que estou sozinha."


"Aquele não era o momento para eu arrumar uma história de amor e, consequência obvia e inevitável, complicar ainda mais minha já tão enrolada vida. Aquele era o momento para eu procurar o tipo de cura e paz que só podem vir da solidão."



Ah sim, essa é uma história de amor, ou pelo menos, uma história de amor que acaba e acaba com você, aquelas que te levam ao fundo do poço e só quem passou por algo assim vai saber o que você está passando, e se você está passando por isso, esse livro é perfeito, melhor dizendo, simplesmente PERFEITO para você, e você deve agora mesmo fechar esse blog e ir correndo comprar um exemplar e aprender a se livrar de todo esse peso dentro de você e ver como o mundo é lindo e existem milhares de possibilidades se você simplesmente se desfocar e deixar que elas apareçam na sua vida.
Sim, deixar a porta aberta, ou fechada por um tempo até que você esteja pronto o suficiente para seguir em frente, mas sem deixar-se presa ao passado. O que passou, passou, são só momentos e nada dura pra sempre, muito menos todo esse sofrimento.
Além do mais, você precisa ver se isso realmente é amor ou carência, seja lá o que for, você precisa se livrar disso urgentemente.

Tem um trecho do livro que descreve um pouco esse sofrimento de uma forma bem fácil de ser entendida:


"Tudo começa quando o objeto de sua adoração lhe dá uma dose generosa, alucinante de algo que você nunca ousou admitir que queria, um explosivo coquetel emocional, talvez, feito de amor estrondoso e louca excitação. Logo você começa a precisar dessa atenção intensa com a obsessão faminta de qualquer viciado. Quando a droga é retirada, você imediatamente adoece, louco e em crise de abstinência, sem falar no ressentimento para com o traficante que incentivou você a adquirir seu vício, mas que agora se recusa a descolar o bagulho bom, apesar de você saber que ele tem algum escondido em algum lugar, caramba, porque ele antes lhe dava de graça.
O estágio seguinte é você esquelética e tremendo em um canto, sabendo apenas que venderia sua alma ou roubaria seus vizinhos só para ter aquela coisa mais uma vez que fosse.
Enquanto isso, o objeto da sua adoração agora sente repulsa por você. Ele olha para você como se você fosse alguém que ele nunca viu antes, muito menos alguém que um dia amou com grande paixão. A ironia é que você não pode culpá-lo. Quero dizer, olhe bem para você. Você está um caco, irreconhecível até mesmo aos seus próprios olhos.
Então é isso. Você agora chegou ao ponto final da obsessão amorosa, a completa e implacável desvalorização de si mesma."


 "Quando se está perdido nessa selva, algumas vezes é preciso algum tempo para você se dar conta de que está perdido.
Durante muito tempo, você pode se convencer de que só se afastou alguns metros do caminho, de que a qualquer momento irá conseguir voltar para a trilha marcada. então a noite cai, e torna a cair, e você continua sem a menor ideia de onde está, e é hora de reconhecer que se afastou tanto do caminho que sequer sabe mais em que direção o sol nasce."


Eu sei bem como é viver isso tudo, quem lê o meu blog com certeza sabe disso também, como é você adoecer de amor como se fosse um viciado em drogas.
É isso o que o amor faz com as pessoas, pelo menos os amores errados, os amores acabados, os amores que acabam com você e que talvez lá no fundo, nem valha tanto a pena.
O amor é o maior mal da humanidade e também a salvação, é o que impulsiona o ser humano, o que o faz querer se levantar da cama de manhã, e também o que o faz não querer sair da cama nunca mais.
O amor é o essencial da vida de qualquer ser humano, e uma pessoa que é feliz na vida profissional, mas não é feliz no amor, com certeza não é tão feliz assim.
É o amor, que meche com a sua cabeça e te deixa assim, literalmente, como diz na musica do Zezé de Camargo e Luciano, que faz "eu pensar em você e se esquecer de mim".
E é ai que começa o mal do amor, pensar mais em "você" do que "em mim", se doar demais ao outro, dar tudo de si que você acaba sem nada, sem amor próprio, sem forças, sem nada quando ele vai embora.
E não, você não é a única, eu, a torcida do flamengo e inclusive uma escritora famosa, todos estamos fadados a isso, a dar demais quando amamos, a dar tudo de nós sem pensar em nós mesmos, esse é o mal do amor.


"Mas eu sou inteiramente tragada pela pessoa que amo. Sou como uma membrana permeável. Se eu amo você, eu lhe dou tudo que tenho. Dou-lhe o meu tempo, a minha dedicação, a minha bunda, o meu dinheiro, a minha família, o meu cachorro, o dinheiro do meu cachorro, o tempo do meu cachorro, tudo. Se eu amo você, carregarei para você toda a sua dor, assumirei por você todas as suas dívidas, em todos os sentidos da palavra. Protegerei você da sua própria insegurança, projetarei em você todo tipo de qualidade que você na verdade nunca cultivou em si mesmo e comprarei presentes de natal para sua família inteira. Eu lhe darei o sol e a chuva, e se não estiverem disponíveis, darei-lhe um vale sol e um vale chuva. Darei a você tudo isso e mais, até ficar tão exausta e debilitada."



"Quando olho para o histórico amoroso que deixei para trás, ele não parece tão bom. Foi uma catástrofe depois da outra. Quantos outros tipos diferentes de homem posso continuar tentando amar e continuar fracassando?
o que sei é o seguinte: estou exausta com as consequências cumulativas de uma vida de escolhas apressadas e paixões caóticas."


Acho que esses trechos mostram bem o que essa mulher passou que, com certeza, você em algum momento da sua vida também passou por tudo isso.
Ah sim, eu já passei por isso diversas vezes, e sei bem tudo que ela disse, virgula por virgula, sentimento por sentimento.

E o que essa mulher fez para superar, mudou-se temporariamente para a Itália.
Claro que você não pode simplesmente se mudar para a Itália toda vez que passar por um caso amoroso trágico, mas o que ela aprendeu na Itália, além do lindo idioma italiano que eu adorei aprender um pouquinho mais nesse livro, foi como as vezes você só precisa conhecer pessoas novas e se entregar inteiramente ao prazer da vida, e não estou falando de sexo, apenas de apreciar a vida, comer, sair, beber com os amigos, rir, aprender coisas novas, conhecer lugares novos.
Dar um novo ar a sua vida e se desfocar, tudo é questão de foco e de quanta importância você dá as coisas, se você ficar olhando tempo demais para o fim, para a tristeza, e dar importância demais a ele, ao passado, ao que terminou, você nunca vai sair dessa, você nunca vai superar, tudo na vida é questão do tamanho da importância que você dá as coisas, se você não der tanta importância as tragédias da vida, elas não duram nada e logo as coisas boas aparecem.


"É melhor assim, eu sei que é. Estou escolhendo a felicidade em lugar do sofrimento, eu sei que estou. Estou criando espaço para o futuro desconhecido encher minha vida com surpresas que ainda estão por vir. Eu sei tudo isso. Mas mesmo assim..."

Desfoque e comece a viver sua vida.


"Bhagavad Gita, aquele antigo texto iogue indiano, diz que é melhor viver o seu próprio destino de forma imperfeita do que viver a imitação da vida de outra pessoa com perfeição. Então agora comecei a viver a minha própria vida. Por mais imperfeita e atabalhoada que ela possa parecer, ela combina comigo, de alto a baixo."


O que se aprende na primeira parte do livro é isso, é como você pode cair fundo por um amor ou por uma longa e turbulenta tempestade na sua vida, mas pode e precisa se levantar. 
Que a alegria está sim na maneira de ver as coisas, e depende de você.
Não dar tanta importância as desgraças da vida, ah sim, as desgraças da vida, muitas pessoas as adoram, só sabem falar delas, e falar o quanto sofreram, quantas coisas difíceis passaram, os sofrimentos, as perdas, as dificuldades, e só sabem olhar para isso, mas ai que mora o perigo da vida, quanto mais você olha para as desgraças, mais você as atrai para você.
Pare de se fazer de vitima do mundo e seja o seu próprio salvador.
Pare de sofrer por quem e por coisas que não valem a pena, ame mais a si mesmo e siga em frente, desfoque das coisas ruins e veja quantas coisas boas podem vir.
Tudo na vida são momentos, tudo, o que você está vivendo agora, nesse exato momento, são momentos, daqui a pouco isso irá ter passado, e pra quê você vai quase morrer agora por causa de momentos que daqui a pouco serão apenas passado?

Na primeira parte do livro aprendemos o quanto a Itália também é deslumbrante e vai te deixar, pelo menos me deixou, morrendo de vontade de conhece-la.
Aprende-se o quanto a pizza na Itália deve ser deslumbrante pois fiquei com vontade só de ler ela descrevendo poeticamente aquela maravilha.
Sem falar no belíssimo idioma italiano, coisa mais linda.

E termina-se essa parte com algo que só uma escritora de verdade que sabe colocar em palavras o que se sente e que sentiu tudo aquilo pode fazer da sua melhor maneira.


"Quando você sente um tênue potencial de felicidade depois de 

épocas tão sombrias, precisa agarrar essa felicidade com todas 

as suas forças, e não soltá-la até ela arrastar você para fora da 

lama, não se trata de egoísmo, mas sim de libertação.
Você recebeu a vida, é seu dever, e também seu direito como ser humano, encontrar alguma coisa de belo nessa vida, por mais ínfima que seja."



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