CAPÍTULO DOIS
O PASSADO IMPORTA
Durante
minha infância meu primeiro lar foi um apartamento em cima de um bar chamado
“The Yankee Rebel” em Jamestown, N.Y. De propriedade da minha avó e dos meus
pais, esse era o bar e balada mais popular da região, onde algumas vezes tinham
até strippers. Meu pai era recepcionista, bartender e DJ. Nós morávamos no
andar de cima, então minha casa era o local das festas depois que o bar
fechava.
Meus
pais e seus amigos gostavam muito de beber. Eu não os estou julgando. É só a
forma como eles eram durante o nosso crescimento.
Ir para a faculdade e ter algum tipo de
formação não eram prioridades na minha família.
Coisas como desenvolver caráter e cuidar da sua saúde física, mental e espiritual eram raramente discutidas durante o jantar. Parece que estávamos sempre em uma constante festa, ou briga.
Coisas como desenvolver caráter e cuidar da sua saúde física, mental e espiritual eram raramente discutidas durante o jantar. Parece que estávamos sempre em uma constante festa, ou briga.
Segundo lendas familiares quando eu
tinha dois anos de idade eu engatinhei até um dos armários de bebida do The
Yankee Rebel onde fui pego bebendo pela primeira vez. Meu pais sempre riam
disso. Eu também ri, durante um tempo, então parei.
Hoje
eu sei que é possível beber de forma responsável. Se você pode fazer isso, você
tem mais poder. Mas eu não vi esse comportamento controlado enquanto crescia. E
também não pratiquei muito disso. Hoje em dia eu tento pensar em álcool e droga
como uma das maiores e mais consumidas, na minha opinião. Certamente, esse foi
o caso na minha família. Nós nos mudamos pra Tampa, na Florida, em 1986 quando
eu tinha seis anos de idade e minha irmã mais velha, BJ (Bobby Jean) tinha dois
anos. Meus pais compraram o “Garden Villa Nursing Home” (Casa de Repouso), onde
eles faziam de tudo, desde tomar conta dos pacientes até arrumar camas, limpar
o jardim e preparar as refeições. Nós morávamos em uma pequena casa nos fundos.
Leslie nasceu nessa casa de repouso no nosso primeiro ano na Florida, e os
gêmeos, Aaron e Angel, chegaram aproximadamente um ano e meio depois.
Nessa
época nós já tínhamos nos mudado para uma casa do outro lado da rua. Tinha
muita pressão sobre mim que tinha que cuidar do meu irmão e irmãs, mais novos,
porque meus pais trabalhavam durante muitas horas. Eu lembro de ter surtado
quando o Aaron e a Angel nasceram. Eu entrei no quarto deles no dia que eles
chegaram em casa do hospital e entrei em pânico quando vi seus berços um ao lado
do outro. Meu primeiro pensamento foi “Agora eu terei que ser responsável por
eles também!”.
Eu
tinha medo de ficar sozinho com eles quando meus pais saiam. Eu tinha medo de
não saber o que fazer, principalmente se houvesse algum problema. Quando eu disse
isso pra um dos meus terapeutas ele me interrompeu e disse: “Era ilegal os seus
pais saírem e te deixarem sozinho em casa com tão pouca idade, não sabe?”
Eu
não sabia disso na época e mesmo que eu soubesse, que diferença faria? Eu achei que era normal eu tomar
conta dos meus irmãos menores enquanto meus pais trabalhavam. Eu não
conhecia outra realidade. Meu
maior objetivo, naquela época, era deixar meus pais felizes assim eles não
gritariam conosco, não bateriam na gente, ou não brigariam por nossa causa.
Todo dia, quando meu pai chegava em casa do trabalho, eu me preocupava em se
ele estaria triste ou feliz. Normalmente, nos dias em que ele estava feliz, ele
tinha bebido. É triste de dizer, mas infelizmente os melhores momentos da nossa
infância ocorreram quando nossos pais bebiam e festejavam porque, pelo menos,
eles não estavam brigando. Claro que, mais cedo ou mais tarde, uma discussão
começaria e as coisas ficariam feias.
INFÂNCIA ESTRESSANTE
Como
o mais velho, eu me sentia responsável pela felicidade de todos. Eu acho que é
por isso que eu sou um artista, hoje. Naquela época era tudo uma questão de
manter a paz e não me meter em encrenca. De verdade, quando eu penso sobre esse
tempo, nós nos divertíamos demais enquanto a mamãe e o papai estavam no
trabalho e só tínhamos nós, crianças, em casa. Minha irmã Bobbie e eu éramos os
responsáveis e nós inventávamos ótimas brincadeiras. Os laços criados nessa
época foram fortes e eu tenho certeza que isso que ainda nos dá esperança de
que um dia nós conseguiremos nos relacionarmos melhor do que hoje.
Quando
nossos pais saiam nós éramos livres para fingirmos que tudo era normal. Foi
nessa época que construímos as bases do nosso amor. Eu costumava ser o grande
irmão (no sentido de ser o exemplo) do Aaron naquela época. Nós passávamos
horas pulando no trampolim nos fundos de casa, nos divertindo. Eu acho que ele
se espelhava em mim, naquela época, porque eu estava lá por ele e nós éramos os
melhores amigos.
Esse
tempo terá sempre um lugar especial na minha memória, mas eu também lembro de
ter medo de os meus pais voltarem pra casa e descobrirem alguma coisa que os
chatearia. Eu esfregava o
chão, de joelhos, até que eles estivessem brilhando porque eu achava que isso os
deixaria felizes. Nós todos queríamos satisfazê-los para ganharmos o seu
amor e aprovação, o que é normal entre as crianças. Eu só não acho que a
maioria das crianças tenha que trabalhar tão duro pra isso.
...EU
ME SENTIA RESPONSÁVEL PELA FELICIDADE DE TODOS
Durante
as noites nós íamos para nossos quartos para fugirmos das brigas. Nós conseguíamos ouvir coisas
quebrando durante todo o tempo – mobília, copos e qualquer outra coisa
que eles pudessem arremessar. Meu pai tinha uma arma e ele, eventualmente, atiraria pra cima (pra
fora da janela) quando estava muito bravo. Medo era um sentimento frequente no nosso lar. Meu
pai liderava pelo medo (causar medo por intimidação, coesão). Nós nunca vimos nenhum episódio
de violência física entre nossos pais, mas meu pai me espancava com um cinto na
frente das crianças menores. Eu sempre servi de exemplo. Ele abaixava
minhas calças e me batia. Meu pai, claramente, aliviava seu stress em mim.
Disciplina não é algo ruim – crianças precisam de regras e limites e aprender
as consequências, mas o tipo de disciplina que meu pai exercia em mim era
errado.
Meus
pais não tinham faculdade. Eles eram trabalhadores e tiveram de trabalhar muito
para nos criar. Eles estavam sempre preocupados com dinheiro, outra razão pela
qual eles bebiam demais. Eu
fico chocado de ver filmes caseiros de quando eu tinha entre nove e dez anos, neles
eu sempre finjo estar bebendo. Claramente estou imitando meus pais.
Em
um dos vídeos eu e meu primo agimos como se estivéssemos saindo, como dois
adultos, pra um bar. Nós dançávamos e fingíamos que estávamos em uma balada.
Olhando pra trás e vendo o quanto o álcool fazia parte das nossas brincadeiras
eu percebo o quanto o fato de os meus pais beberem me afetou. É como se eu
fosse programado para beber. O relacionamento volátil entre eles também afetou,
negativamente, a minha forma de ver como os adultos devem agir em um
relacionamento entre homem e mulher.
CASA
DIVIDIDA
Infelizmente
nossos pais não escondiam, de nós, as suas brigas. Meus pais geralmente levavam
as suas discussões para dentro do meu quarto, ou da BJ, porque nós éramos os mais
velhos. Eles diziam: “Nós vamos nos divorciar, com qual de nós dois vocês
querem morar?”. Isso aconteceu várias vezes durante os anos. BJ e eu dizíamos
que iríamos com qualquer um, só pra que eles parassem com isso.
A ameaça do divórcio era uma constante
na nossa casa. Nós vivíamos com isso. Minha irmã mais velha e eu
tivemos que nos adaptar com a ameaça do divórcio dos nossos pais até que chegou num ponto em que
nós realmente desejávamos que isso acontecesse. Em segredo nós pensávamos: Se divorciem de
uma vez.
Meu
terapeuta diz que não é nenhuma surpresa o fato de eu ter problemas com relacionamentos
sérios. Eu tinha 23 anos
quando minha mãe finalmente deu entrada no processo de divórcio. Meu pai
me procurou para saber o que ele deveria fazer. Eu disse, “Você precisa terminar
com ela.”. Não deveria ser minha responsabilidade dizer isso à ele. Ambos perguntaram
aos filhos mais novos a mesma coisa e isso os afetou, muito. Os pais devem servir
de exemplo, ensinar e guiar seus filhos. Eles não deveriam ter colocado tamanha
responsabilidade nos filhos.
INFELIZMENTE
NOSSOS PAIS NÃO ESCONDIAM, DE NÓS, AS SUAS BRIGAS.
Todos
nós sentíamos que nossos pais eram ruins um para o outro. As bebedeiras e brigas nunca
cessaram, mesmo quando o dinheiro não era mais um problema. Durante o
processo de divórcio eles brigaram pela custódia do Aaron. Meu irmãozinho
lançou seu primeiro álbum com dez anos e na época em que o processo de divórcio
se iniciou ele, Aaron, já tinha ganhado milhões com seu álbum e turnês. Aaron tinha apenas quinze anos
quando entrou com um pedido judicial de emancipação por causa da forma como
nossa mãe estava gerenciando seus ganhos.
Durante
a crise entre eles, ele fez comentários, públicos, sobre nossa mãe ter roubado $100,000
dele. Pouco tempos depois disso ele retirou o pedido de emancipação. Eu não sei, exatamente, o que
aconteceu com o Aaron, mas eu acabei contratando profissionais para gerenciar a
minha carreira para não acabar na mesma situação.
Na
minha família, o drama e o turbilhão pareciam não acabar nunca. O caos
prevalecia na maior parte do tempo e todos nós pagamos um preço por isso.
Porque muitos de nós não conseguíamos lidar com isso muito bem, e, no fim,
acabamos nos separando.
Você
pode construir um cenário concreto do por que eu era o menos inclinado, da
minha família, a beber e a usar drogas. Minha carreira com os Backstreet Boys e o retorno financeiro
que eu tinha deveria ter sido mais do que suficiente para me satisfazer e me manter
motivado a seguir na linha. Eu deveria ter focado mais no meu trabalho e
em todas as oportunidades que eu tive. Mas, ao invés disso, ao invés de me focar nas coisas
boas, eu parecia não conseguir me livrar do que era ruim.
ENCERRANDO
O CICLO NEGATIVO
Eu
tenho sorte de estar vivendo um sonho, no que tange à minha carreira, mas
durante muito tempo eu era infeliz porque não me permitia ter um tempo para
pensar nos meus sentimentos, no que eu realmente queria conquistar ou me
preparar para o tipo de vida que eu queria. É isso que os terapeutas e
psicólogos querem dizer quando dizem começar
de dentro pra fora.
Até
que você finalmente faça isso, você está fadado a continuar repetindo o mesmo
padrão autodestrutivo que te levaram a se sentir infeliz e estagnado.
Muitas
pessoas repetem padrões comportamentais prejudiciais e de auto sabotagem como o
alcoolismo, uso de drogas ou abuso físico e sexual sem mesmo saber o porquê até
que eles finalmente se entendam com o seu passado e percebam o quanto dos seus
padrões são espelhados nos padrões vivenciados pelos seus pais. Na minha busca pessoal eu
descobri que meu pai veio de um lar parecido com o que ele criou para nós.
Eu amava meu avô Carter que
era, na verdade, seu padrasto (meu pai nunca conheceu seu pai verdadeiro. Eu
tentei descobrir quem ele era, mas até hoje não obtive sucesso).
Vovô
Carter se tornou mais doce com a idade, mas ele fazia uso abusivo de álcool
durante a infância do meu pai. Ele brigava com a minha avó por conta do seu
hábito de beber e, como resultado, meu pai viu um monte de atos de violência
como resultado de bebedeiras enquanto era criança. Meu pai também foi educado
(disciplinado) à moda antiga, o que pode explicar porque ele me batia com o
cinto.
Assim
como meu pai, eu repeti vários padrões. Beber, usar drogas e a raiva me levaram
a incidentes embaraçosos e até a prisões por brigas e dirigir embriagado, sobre
o que falarei mais tarde. As
coisas saíram do controle quando eu comecei a usar cocaína para poder continuar
acordado e badalar mais. Eu me tornei aquele cara que ficava cambaleando pelo clube
no final das noites, enquanto as luzes eram acessas e o DJ tocava a última
música.
(Por
alguma razão parecia ser sempre “Don’t Stop Believing” o que é irônico, porque
Journey era uma das bandas favoritas da família.)
NOSSA
CASA ERA LOUCA (Um Caos)
Durante
essas noites, muito frequentemente as pessoas me reconheciam e eu me sentia envergonhado
de ser visto tão drogado. Eu
estava uma verdadeira zona – bêbado, vidrado, sob efeito de cocaína, com
sobrepeso e descuidado. Finalmente eu me dei conta de que beber demais e usar
drogas estava comprometendo a minha carreira e me causando problemas de
saúde, mas, antes disso, parecia que eu estava totalmente inclinado à destruição.
Eu comecei a pegar pesado na bebida
durante a minha adolescência e depois passei pras drogas quando tinha entre
dezoito ou dezenove anos, começando com maconha e depois indo pra cocaína,
Ecstasy e analgésicos, além de outras substancias. Os defensores da maconha
dizem que ela não é uma porta para outras drogas, mas pra mim e muitos dos que eu
conheço a maconha, definitivamente, nos levou a outras drogas. Minha história
não tem nada de anormal, na verdade, ela é bem comum.
Entretanto,
a verdadeira porta para o abuso em álcool e drogas foi a minha infância e o ambiente
que meus pais criaram para meu irmão, irmãs e eu. Eu não estou dizendo que sou uma
vítima de maus pais ou que isso seja uma desculpa para os meus erros, mas
realmente ajuda a entender muitos dos meus comportamentos.
Meus
pais tem pontos positivos. Minha mãe, em particular, era muito encorajadora e
me apoiava na minha carreira como cantor. Eu amo os dois. Eu só gostaria que
eles tivessem enfatizado mais na nossa educação e construção de caráter e menos
em beber e badalar enquanto eu e meus irmãos estávamos crescendo. Eu também
gostaria que não tivesse tantas discussões, brigas e gritaria. Existia muito drama e pouco
carinho nas nossas vidas.
Nossa
casa era louca. Minha família tende a pensar que uma comunicação normal envolve
gritarmos um com o outro. Resolução de conflito não existia no nosso
vocabulário. Nós tínhamos a tendência de brigarmos como pit bulls,
reconciliarmos com uma inundação de lágrimas e abraços de urso e, depois de um
curto espaço de tempo, voltarmos a brigar novamente, repetindo o ciclo, sem
fim.
“ESQUELETOS
NO ARMÁRIO (SKELETONS IN THE CLOSET)
Todo mundo tem segredos, coisas que
eles fizeram e das quais se arrependem ou coisas que aconteceram com eles e das
quais sentem vergonha de falar a respeito. Você e eu temos que
aceitar o fato de que somos humanos e cometemos erros, e que, em alguns
momentos, não somos capazes de controlar o que nos acontece. Nós não escolhemos
a nossa família ou as tragédias que acontecem nas nossas vidas.
Como
diz uma antiga música country. “Sometimes you’re the windshield and sometimes you’re
the bug” (Algumas vezes você é o para-brisa e algumas vezes você é o inseto.) (“The
Bug” de Mary Chapin Carpenter.)
Algumas
vezes nós somos surpreendidos, em outras nós nos sabotamos. Faz parte da vida, parte
de ser humano. Aceitar isso traz liberdade, assim como em perdoar aqueles que
te machucaram e a si mesmo por ter cometido erros. Isso não quer dizer, entretanto,
que podemos fazer qualquer coisa que cause dor e depois consertar tudo
perdoando a nós mesmos. Nós
temos que assumir a responsabilidade e então tentar fazer melhor.
Alguns
anos atrás eu me dei conta de que meus problemas e segredos do passado estavam se
acumulando ao ponto de se tornarem grandes pesos nas costas, que eu carregava comigo
durante todo o tempo. Eles me empurravam tanto pra baixo que eu mal conseguia
me mexer. Você não pode acreditar em como eu me senti aliviado de poder falar
sobre todos esses assuntos com alguém que me apoiava e me encorajava e que
tinha métodos muito práticos de lidar com todos eles de uma maneira muito
positiva.
Eu
não sou um terapeuta profissional e não sou capaz de sentar com você, só nós
dois, e te guiar pelo processo que me ajudou. O que eu posso fazer, entretanto,
é te encorajar a achar uma pessoa em quem você confie, alguém com experiência
em aconselhamento e terapia ou, pelo menos, um bom amigo ou um familiar para te
ajudar a se livrar desse peso.
Durante
muito tempo eu lutei com a ideia de procurar terapia. Parecia algo para pessoas
problemáticas ou para alguém que tivesse mais dinheiro que bom senso. Assim
como muitas pessoas, eu não estava disposto a admitir que eu não era capaz de
lidar com meus próprios problemas. Eu tinha a atitude de Eu estou bem. Não preciso de ajuda. Tenho tudo sob controle.
Exceto
que eu não tinha.
A
verdade é que um terapeuta não lida com seus problemas por você. Ao invés
disso, o terapeuta te fornece meios para que você se ajude. Eles tem
treinamento, experiência e uma perspectiva muito mais ampla e profunda do que
muitas pessoas, e eles são ótimos ouvintes.
A
maior parte das vezes meus terapeutas só me deixavam falar. Parte de mim ainda
luta com o fato de que eu precisei de ajuda profissional, mas todos nós
precisamos de alguém com quem conversar e os terapeutas que eu tive realmente
me ajudaram a ver a vida de uma forma mais clara. Amigos podem ser ótimos, mas
eles vão acabar te julgando de acordo com as suas bases e perspectivas. Alguns
podem até ter receio de dizer o que realmente sentem. Então, eu recomendo um
profissional.
Eu
não acredito que a maioria das pessoas precise usar drogas para superar um
problema psicológico, mas cada pessoa é diferente. Eu sei que tem sido uma grande
ajuda simplesmente poder tirar do meu peito as coisas que me incomodavam e que
apodreceram com o tempo. O stress de carregar um peso tão grande, por tanto
tempo, pode causar doenças, outra razão para procurar alguém que você confie
para te ouvir e te guiar. Eu
passei por isso por mais de dois anos, preso num relacionamento negativo e nada
saudável com uma garota. Ela tinha ciúmes da minha carreira bem sucedida e
tentava me fazer sentir culpado.
Eu me sentia preso, mas por causa do
ambiente em que cresci eu não sabia como um relacionamento saudável deveria ser.
Eu ainda era um adolescente, mas eu me
mudei para a casa dessa garota e dos seus pais, por um tempo, o que foi, de
alguma forma, como sair da frigideira e cair no fogo. Eu não culpo a garota.
Ela também era nova. Nós dois tínhamos inseguranças e bagagem. Minha carreira estava
decolando tão rápido que nenhum de nós dois conseguia acompanhar tudo que estava
acontecendo.
Nosso relacionamento se tornou tão
estressante que eu acabei fisicamente doente. Eu desenvolvi uma espécie
de tosse que simplesmente não ia embora e minha pele ficou acinzentada. Eu tinha medo de que algo
realmente errado estivesse acontecendo comigo. Isso mostra o poder que nossa
mente e nossas emoções tem. Eles estavam se alimentando da minha alma.
EU
NÃO SABIA COMO UM RELACIONAMENTO SAUDÁVEL DEVERIA SER.
Se
você se encontra na mesma situação eu sugiro que você procure ajuda, porque é
difícil achar uma saída sozinho. Alguém em que você confie que tenha os seus
melhores interesses em mente pode te ajudar a tomar as difíceis decisões que
você precisa tomar para remediar a situação. Tenha em mente que algumas das
suas decisões podem ter consequências.
Algumas
vezes você pode estar em um relacionamento nada saudável ou em um ambiente que
não é bom pra você e você deve não apenas reconhecer isso, mas também mudar o
que deve ser mudado sobre esses relacionamentos. Se você estiver se sentindo
triste, estressado ou doente por causa disso, como eu me senti, pode ser que
você precise da ajuda de um terapeuta para descobrir o que fazer.
Quando
eu finalmente consegui sair desse relacionamento que estava me causando tanto problema
a sensação de liberdade e libertação que eu senti foi fantástica. Eu não tinha
ideia de quanto aquela situação estava me afetando. Eu ainda precisava da ajuda
do terapeuta para resolver os problemas e bagagens que eu levei para dentro do
relacionamento, o que é outra coisa importante de se lembrar. Algumas vezes o problema não
está na outra pessoa, ou não está APENAS na outra pessoa. Maus relacionamentos
podem ficar ainda pior dependendo do que você leva pra dentro deles,
também."
"LEVANDO
EM CONTA O PANO DE FUNDO”
Um
dos erros que eu cometi e que eu espero ajudar você a evitar é que, por um
longo tempo, eu não parei para me perguntar porque eu estava sendo tão auto
destrutivo e nervoso. Nunca passou pela minha cabeça parar e pensar em onde eu
estive, para onde eu estava indo e onde eu queria terminar a minha vida.
Mesmo
quando as pessoas que se importam comigo tentavam me alertar eu, na maioria das
vezes, simplesmente as dispensava. Eu não queria avaliar as minhas ações ou
pensar sobre o porquê de eu estar escolhendo elas ao invés de outras opções. Eu
achei que estava no controle até me encontrar no fundo de um grande buraco
negro me perguntando que diabos tinha acontecido comigo.
Me
levou algum tempo conseguir, finalmente, sair do fundo desse buraco negro e
colocar minha vida nos trilhos, novamente. Um dos primeiros grandes passos que
eu dei foi olhar para o que me levou a quase me auto destruir, examinar porque
isso aconteceu e decidir tomar um caminho mais saudável e construtivo.
Uma
vez que você realmente acredite que merece uma vida (existência) melhor, você
terá que se livrar de toda a negatividade da sua vida. E com isso eu quero
dizer que você vai ter que se livrar de toda dor e bagagem auto destrutiva que
estão arraigadas em você durante todos esses anos, assim você poderá começar a
sua nova vida sem nenhum peso.
Toda
música, filme ou livro de ficção tem um pano de fundo. Muitos cantores e
compositores, atores e autores levam em consideração essa história enquanto
estão escrevendo ou se apresentando. Eles perguntam o que teria acontecido com
seus personagens nos anos anteriores que os teria levado a agir da forma como o
fazem nas músicas, filmes ou livros. O seu pano de fundo pode dizer muito sobre
você também. Então, nesse capítulo, o que eu estou pedindo é que levem em
consideração as pessoas, eventos e circunstâncias da sua vida que podem ter
influenciado seu comportamento.
O
SEU PANO DE FUNDO PODE DIZER MUITO SOBRE VOCÊ TAMBÉM.
Algumas
dessas pessoas, eventos e circunstâncias podem ter tido um impacto positivo,
mas se você sofreu como eu a probabilidade é que elas tenham influenciado de
forma negativa.
Para
te ajudar a entender a como fazer isso e o porquê disso ser importante, eu
compartilhei parte do meu pano de fundo com você – coisas das quais nunca falei
em público. Agora, por favor, pense na sua própria história e nessas
influencias, grandes ou pequenas, que podem não ter tem feito bem. Pense nas
influencias que podem ter afetado seus pensamentos e padrões comportamentais,
especialmente aqueles que te levaram à auto destruição ou ações que causaram
alguma dor e que te levaram a se arrepender.
Quando
você age de forma auto destrutiva ou causando algum tipo de dor você pode se pegar
pensando: Isso não sou eu. Eu não sou o tipo de
pessoa que faz essas coisas.
Pensamentos
assim são boas indicações de que alguma coisa te tirou de si. Identificando essas
influências negativas você poderá analisá-las e então decidir fazer as mudanças
necessárias para voltar a ser a pessoa que você realmente é ou a pessoa que
você quer ser.
INSPEÇÃO
DE BAGAGEM
Tenha
em mente que os fatores que podem ter te influenciado negativamente podem ter acontecido
em qualquer fase da sua vida, então pode ser útil fazer uma lista de prós e contras
desde quando você conseguir se lembrar. Antes de fazer isso, entretanto, você precisa
limpar a sua mente. Isso quer dizer nada de álcool, drogas ou substancias que poderiam
deturpar o seu pensamento. Uma vez que você esteja limpo, seja através de uma reabilitação
profissional ou apenas autodisciplina, então você poderá fazer um inventário e ver
quais eventos e experiências estão causando o comportamento autodestrutivo.
Uma
vez que você tenha escrito os eventos e experiências importantes, tente
entender como cada um deles afetou você. Depois de feito isso você pode começar
o processo de cura.
Se
você tiver dificuldade para fazer esse inventário, pode te ajudar olhar a sua
vida em blocos, períodos de tempo, incluindo seus anos na pré-escola, ensino
fundamental, ensino médio, faculdade, seus anos depois da graduação, também.
Você também pode procurar as influências dos membros da sua família, amigos,
professores, técnicos, chefes, colegas de time, colegas de trabalho e outros
que possam ter tido algum efeito sobre o seu pensamento.
Em
geral, olhe por momentos chave e os mais emocionais que você puder lembrar.
Nossas ações também podem ser muito influenciadas por tragédias ou a perda de
entes queridos, pelo medo e stress ao longo dos períodos da vida.
Você
pode querer primeiro identificar os comportamentos mais danosos e
autodestrutivos que você possa estar repetindo e então tentar traçá-los de
forma a descobrir quando foi a primeira vez que você os realizou ou quando você
os aprendeu. Lembre-se, você não poderá progredir se estiver preso no mesmo
padrão que bloqueou o seu caminho até agora.
Eu
finalmente me dei conta, alguns anos atrás, com a ajuda dos meus terapeutas,
que eu precisava examinar o que eu tinha passado e quem eu tinha me tornado.
Chame isso de “pesquisa da alma” ou “autoconhecimento”; é tudo uma questão de
aumentar o seu senso de autoconsciência, o que foi muito importante pra mim.
Senso
de autoconsciência inclui entender porque você faz o que faz, o que dispara a
sua raiva, o que faz com que você tenha comportamentos autodestrutivos ou
porque você repete os mesmos comportamentos anti-produtivos.
Você
alguma vez se pegou pensando: Por que
eu fiz isso? Como eu pude ter dito isso? O que eu estava pensando? Todos
nós já passamos por isso. O objetivo é pensar e refletir antes de agir, assim você não
estará agindo por impulso sem considerar a repercussão e as consequências dos
seus atos.
Construir
um grande senso de autoconsciência pode salvar a sua vida, sua carreira ou seus
relacionamentos. Estar mais consciente sobre os gatilhos que te tiram da linha
podem te impedir de se tornar um motorista alcoolizado que matou algum inocente,
ou de se matar, ou machucar alguém que você ama.
NÃO
MAIS UMA VÍTIMA
Tem
outro aspecto da autoconsciência que eu achei bem útil; ele me tirou do meu
“modo vítima” que eu mencionei antes. Durante um longo período de tempo eu
culpei outras pessoas e meu passado pelos meus problemas. Eu não consigo
descrever a alegria que eu senti ao parar de me sentir uma vítima e comecei a
assumir a responsabilidade pela minha própria vida. Uma vítima não tem
esperança. Uma vítima não consegue ver dias melhores.
Uma
vítima permite que outras pessoas ou eventos determinem o curso da sua vida.
Eu nunca
mais quero ser uma vítima. Eu sou tão afortunado de ter saído desse estado. Eu me
livrei disso depois de finalmente entender que eu tinha que mudar algumas
coisas. Eu tive que aceitar que precisava de ajuda, que o que eu estava fazendo
não estava funcionando.
Culpar
não estava funcionando. Eu precisava assumir uma posição de controle. Se eu não
tivesse feito mudanças e se não me comprometer com elas, minha vida poderia,
facilmente, ter se tornado uma tragédia como a da Leslie ou a de tantos outros
que caíram pelas drogas, álcool ou desespero.
Um
momento chave, pra mim, foi quando me fiz perguntas simples, mas cruciais:
Esse sou realmente eu?
Como eu acabei me tornando isso?
Quem eu quero realmente ser?
Como eu me torno essa pessoa?
UMA
VÍTIMA NÃO CONSEGUE VER DIAS MELHORES.
Você
e eu podemos escolher a vida que queremos. Cada um de nós tem esse poder, mas nós
temos que agir em busca disso. Nós não podemos colocá-lo em uso se nós ficamos presos
ao jogo da culpa. Claro, talvez nós tenhamos tido péssimas feridas. Talvez você
tenha sido abusado, negligenciado ou tenha sido submetido à violência. Coisas
terríveis podem ter acontecido a você e eu sinto muito pelo que você passou e
suportou. Mas, lembre-se, seja lá o que tenha tem acontecido, isso não te
define. Você ainda tem a habilidade de escrever a sua própria história. Isso
pode não ser fácil. Você pode ter muito trabalho a fazer. Mas muitas, muitas
pessoas superaram eventos terríveis e acabaram obtendo grandes resultados. Se você
quer ter uma vida melhor, você tem que se dedicar a ir atrás disso. Isso pode
significar ter de admitir que você não tem todas as respostas. Você pode ter
que se educar, assim como você está fazendo lendo esse livro, ou talvez pedir
ajuda.
VIVENDO
O SONHO
Os
desafios aparecem de tempos em tempos pra todos nós – algumas vezes eles,
inclusive, são diários. Existirão
dias em que você pensará que os problemas vêm, pra você, um atrás do outro. Uma
forma positiva de encarar isso é ter em mente que lidar com problemas e momentos
difíceis faz parte da vida. Na verdade, é parte de estar
vivo.
Pense nisso: o único tempo em que você
não terá nenhum tipo de desafio é quando você estiver morto e enterrado.
Enquanto nós estivermos vivos e respirando nós teremos que lidar com contas,
doenças, trabalhos duros e problemas de relacionamento. Esses desafios são apenas parte da vida então, os
aceite, lide com eles e siga adiante.
Coisas
acontecem. A boa notícia é que quando coisas ruins acontecem você tem escolha
em como lidar com elas. Você pode deixar que isso te leve num espiral morro a
baixo, te arremessando naquele buraco negro de desespero ou você pode se
levantar e enfrentar a situação de uma forma positiva, o que pode te levar a
ter um dos melhores dias da sua vida.
Lembram
da cena que eu descrevi na introdução? Eu estava no palco, no Central Park, cantando
com os Backstreet Boys todos reunidos para dar início à nossa turnê
comemorativa de 20 anos. Milhares de pessoas estavam aplaudindo. O sol estava
brilhando. Kevin estava conosco novamente. A harmonia estava de volta...rs... (Sem
ironia)
VOCÊ
NÃO PRECISA PASSAR PELO QUE EU PASSEI.
Eu
queria cair de joelhos e gritar de alegria e gratidão. Aquele momento espetacular
nunca teria acontecido se eu não tivesse, finalmente, parado para examinar a
minha vida e me perguntar o que estava me fazendo colocar todo meu futuro em
risco. É triste que eu tenha tido que chegar ao fundo para então me questionar
e fazer as mudanças que eram necessárias na minha vida. Mas, algumas vezes você
precisa chegar ao fundo do poço para perceber que não quer ficar lá. Espero que
você consiga sair de lá mais rápido do que eu. Eu realmente acredito que a
melhor forma de aprender é através da experiência, mas você deveria aprender de
um modo mais seguro e saudável, de um jeito não destrutivo.
Você
não precisa passar pelo que eu passei. E acredite em mim, você não quer.
Você
pode ter ouvido que a definição de insanidade é fazer a mesma coisa
repetidamente esperando resultados diferentes. Se você não examinar o seu
passado, se der conta das coisas que o prenderam e se comprometer a seguir em
frente você, muito provavelmente, vai se encontrar preso no seu próprio ciclo
de insanidade e comportamento improdutivo.
Eu fiquei. Eu passei grande parte da
minha adolescência e dos meus vinte e poucos anos sabotando a minha carreira e
minha vida de forma geral, me auto medicando com drogas e álcool para lidar com
minhas inseguranças, raiva e medo. Através da terapia, da
ajuda de amigos e trabalhando para me educar e tomar decisões mais sábias, eu
comecei a fazer mudanças positivas. Eu comecei a perceber que ao invés de fugir
do meu passado ou tentar me anestesiar eu precisava examinar e entender.
Eu
precisei olhar pra trás e realmente compreender onde eu estive e como certos
eventos e circunstancias me afetaram antes de eu conseguir seguir adiante, na
direção de onde eu quero estar. É como planejar uma viagem. Se você for ao
Google Maps, na internet, primeiro você tem que estabelecer onde você está
antes de você conseguir a rota pra onde você quer ir. Nesse caso, entretanto,
não estamos falando apenas de geografia ou localização física.
Nós
também estamos falando de onde você esteve mental e emocionalmente e, talvez,
até, espiritualmente se você também quiser.
UMA
AVALIAÇÃO HONESTA
É importante ser bem honesto aqui,
porque você está, basicamente, olhando o que tem dado errado na sua vida para
que, então, possa fazer dar certo. Isso significa dizer a
verdade sobre seu passado e ter consciência das coisas ruins e boas. Se você
leva seu carro para uma oficina você não esconde o fato de que o motor está
vazando óleo ou que os freios estão gastos. Você dá ao mecânico uma lista de
tudo que está errado pra que ele possa consertar.
O
mesmo vale para quando você olha para o seu passado. Você não pode pular nada que seja desconfortável
de lidar porque esses problemas, essa negatividade, são, provavelmente, os mais
importantes de serem examinados e entendidos.
Você também não pode voltar atrás e
mudar as coisas. E você, definitivamente, não pode consertar todos que estão na
sua vida. Mas você pode se ajudar e esse deve ser o seu foco. Você merece o
melhor que a vida puder te dar. Você pode querer ajudar os outros e isso é uma
atitude nobre. Primeiro, entretanto, você precisa ser forte por você.
Eu
repito a mim mesmo, todo o tempo, que para ajudar e guiar os outros eu preciso
servir de exemplo. Eu nem sempre sou bem sucedido, mas meu objetivo é estar em
termos com meus atos, mantê-los assim e inspirar os outros a fazer o mesmo. Eu
fiz isso fisicamente e eu estou trabalhando, diariamente, para fazer o mesmo
mental e emocionalmente. Eu penso que seu meu irmão e irmãs e todos os outros
com quem eu me importo virem que eu estou mais saudável, tomando melhores
decisões, sendo mais esperançoso e otimista, eles irão querer ser do mesmo
jeito. E eles saberão que se eu consegui, então eles também podem conseguir.
QUEBRANDO
BARREIRAS
Durante
muito tempo eu preferi me esconder dos meus problemas do que solucioná-los. Uma
das coisas que eu fiz foi empurrar as más memórias para um canto do meu cérebro
onde eu esperava que eles ficassem trancados pra sempre. Psicólogos e
psiquiatras dizem que, algumas vezes, reprimir algumas memórias pode ser bom,
especialmente em situações de eventos realmente traumáticos que podem fazer com
que a gente reaja de uma forma negativa. Mas, cedo ou tarde, pra melhor ou
pior, nós temos que lidar inclusive com os eventos mais traumáticos porque a
mente acaba sobrecarregada se não o fizermos. As memórias negativas, mesmo as
mais profundas, irão vir à tona e, algumas vezes, o seu ressurgimento pode
disparar comportamentos autodestrutivos, como se auto medicar com drogas e
álcool.
LEMBREM-SE,
PARA MELHORAR VOCÊ PRECISA SER MELHOR.
Você
pode precisar de ajuda para lidar com memórias reprimidas. Muitas pessoas
precisam, eu inclusive. Se você tem medo de abrir as portas para algo que você
não conseguirá lidar, por favor, procure um terapeuta profissional, um
conselheiro, psicólogo, psiquiatra, membro do clero ou pelo menos um bom amigo
ou familiar que você confia que te dará suporte. Eu fico feliz de ter podido
contar com ajuda profissional para me livrar dos meus “esqueletos”, então eu te
encorajo a fazer o mesmo.
Uma
vez que você se torna consciente do passado e de todas as coisas boas e ruins
que fazem parte dele, você deve se comprometer a deixar isso pra trás, adotar
comportamentos e perspectivas mais saudáveis e seguir adiante em uma direção
mais positiva. Isso pode incluir perdoar aqueles que te causaram mal e, inclusive, perdoar a si mesmo
pelos erros ou comportamentos tolos e autodestrutivos.
Lembre-se,
para melhorar você precisa ser melhor. Você precisa estar em termos com os seus
atos para estar em termos com a sua vida. Eu estou trabalhando nisso agora e eu
prevejo trabalhar nisso o resto da minha vida. Eu não espero atingir a
perfeição, mas eu estou determinado a fazer disso meu objetivo para então eu
continuar lutando todo dia, mês, ano.
Eu
tento não ter arrependimentos porque é importante sempre olhar em frente, mas
eu sei, de coração, que durante muitos anos eu poderia ter feito mais da vida. Eu tive muitas oportunidades que
eu não aproveitei. Eu desperdicei muito tempo badalando, ficando bêbado e me
drogando.
Eu
estava seguindo uma terrível tradição familiar. Eu tenho amigos, incluindo
alguns dos membros dos BSB, que cresceram em famílias dando ênfase à educação e
fé.
Honestamente,
eu não sabia que esse tipo de família existia até conhecer pessoas honradas como
os membros dos BSB, Brian Littrell e Kevin Richardson.
NÃO
SEJA TEIMOSO COMO EU.
Nas
próximas páginas eu vou falar mais sobre esses dois primos. Eles são caras
humildes, os primeiros a te garantir que não são perfeitos. Eles provavelmente
dirão que também cometeram erros na vida. Eu me espelho neles e os admiro
porque, na maior parte, eles cresceram baseados na sólida formação, princípios
e valores que os pais dele, sabiamente, passaram.
LEVANTE
E SUPERE
Enquanto meus pais não me ensinaram
muito sobre valores e princípios, eu acabei aprendendo sobre eles lendo livros
e testemunhando exemplos de amigos como Kevin e Brian.
Não foi até meados dos meus vinte anos que eu comecei a ver como era importante
ter exemplos de vida. Eu poderia ter evitado muitos problemas e feridas se eu
tivesse sido ensinado a fazer isso quando mais novo. Se você ainda não
descobriu quais são seus valores e princípios de vida, por favor, aprenda com
os meus erros. Não seja teimoso como eu. Determine exemplos pra você. Eles
podem salvar a sua vida. Sem eles, eu me tornei um produto do meu meio ambiente.
Pelo
menos, agora, eu estou determinado a não ser uma vítima desse ambiente. Eu
estou comprometido a me levantar e superar a vida que eu tinha para então poder
criar a vida que eu quero. Você pode fazer o mesmo. Você tem o poder de
escolher como vai passar o resto da sua vida nesse mundo. Você é como eu,
também sente que desperdiçou muito tempo da sua vida bebendo e usando drogas?
Se sim, você pode mudar tudo isso se dando conta do porquê desses vícios terem parecido
tão boas ideias, no começo, e depois decidir que você não acredita em nenhum daqueles
mitos que deram asas a esses péssimos comportamentos.
Talvez
você não tenha sido motivado a ir atrás do seu emprego dos sonhos. Ou talvez
você esteja em um relacionamento que não está dando certo. Pense na última vez
em que você esteve realmente feliz e empolgado com o seu presente e futuro. O
que estava acontecendo? Como você pode
voltar nesse momento? O que você poderia estar fazendo que te satisfizesses e
te daria vontade de saltar da cama todo dia? Olhe pra dentro de você e se pergunte
o que te impede de mudar, então procure por novas e mais poderosas formas de se
motivar a dar o primeiro passo em direção à mudança. Depois nós iremos ver uma
boa forma de fazer isso. Uma vez que você descobre o que te tornou fraco e
incapaz de conseguir a vida que você quer, você estará pronto para identificar
e construir as suas forças.