"CAPÍTULO DEZ
Meu
avô, Doug Spaulding, pai da minha mãe, foi o meu maior exemplo quando eu era um
menino. Eu me espelhava mais e mais nele conforme eu fui me comprometendo a ter
uma vida melhor. Infelizmente em 4 de janeiro de 2013, enquanto eu trabalhando
nesse capítulo, ele faleceu de enfisema com 79 anos de idade.
Por
mais que trabalhemos dia-a-dia para fazer e sermos o melhor que pudermos, nós
não podemos esperar
estar protegidos de outros contratempos e perdas. Momentos difíceis ainda irão acontecer. A esperança é que nós nos fortaleçamos com o tempo e nos tornemos mais preparados para lidar com os desafios que surgirem. Eu me dei ainda mais conta disso depois do falecimento do meu avô, uma das pessoas mais importantes na minha vida.
estar protegidos de outros contratempos e perdas. Momentos difíceis ainda irão acontecer. A esperança é que nós nos fortaleçamos com o tempo e nos tornemos mais preparados para lidar com os desafios que surgirem. Eu me dei ainda mais conta disso depois do falecimento do meu avô, uma das pessoas mais importantes na minha vida.
Vovô
Spaulding era um homem de muitos talentos. Ele era professor de inglês e teatro
no ensino médio, editor semanal de um jornal, apresentador e produtor de um
programa na TV local e um ávido leitor. Ele tinha milhares de livros na sua
casa. Eu ficava admirado com sua biblioteca e fascinado com seu jeito elegante
e sábio. Ele amava música e literatura clássica, especialmente os trabalhos de
Shakespeare.
Ele
estudou literatura sua vida toda. Ele era tudo que eu queria ser, inclusive
ator. Ele havia se apresentado em teatros universitários e era apaixonado pelo
seu papel de Rei Lear. Ele também escreveu e dirigiu peças e trabalhou em
alguns projetos de vídeo com seus colegas de Chautauqua, residentes de Nova
Iorque, Bill e Hillary Clinton. Meu avô sempre falava de quando ele me levou
pra ver Hansel and Gretel (Conhecido por nós como ‘João
e Maria’), na Opera de Chautauqua, quando eu tinha três anos de idade. Ele
dizia que eu estava tão encantado que fiquei de pé durante toda a apresentação.
Vovô acreditava que aquela peça havia sido minha inspiração pra me tornar um
ator. Também tem a história dele me levando pra ver uma apresentação ao vivo de
The Wizard of Oz (O mágico de Oz) quando
eu tinha aproximadamente cinco anos de idade. Eu fiquei com tanto medo da bruxa
que eu chorei.
A
morte do vovô foi particularmente triste pra mim porque ele era uma pessoa que
realmente se importava e aquela que eu sabia que podia ligar sempre que
precisasse conversar. Eu sabia que ele se importava comigo. Seu amor era
incondicional. Ele me mandava livros para eu ler, especialmente os voltados pra
terapia holística e avanços médicos, e nós discutíamos tudo que tínhamos
aprendido com eles.
EU ACHO QUE
É IMPORTANTE TER ALGUÉM EM QUEM SE ESPELHAR...
Vovô
Spaulding era maravilhoso porque seu interesse em aprender nunca diminuiu ao
longo dos anos. Mesmo já no fim dos seus setenta anos ele estava sempre na
internet procurando coisas no Google, sempre atrás de novas informações. Eu
respeitava sua fome por conhecimento. Ele ajudou a me motivar a continuar meu
aprendizado e expandir meus conhecimentos sobre o mundo. Ele era tão
inteligente. Toda vez que nós nos visitávamos ou conversávamos eu queria
absorver o máximo que eu pudesse.
Eu
acho que é importante ter alguém em quem se espelhar, seja um amigo
respeitável, seus pais ou avós, ou até mesmo um irmão mais velho. Nós não
podemos escolher as pessoas que irão cruzar nosso caminho na vida, mas podemos
escolher com quem queremos nos associar e aprender. Eu o encorajo a procurar
por pessoas positivas que irão te inspirar e te fazer querer ser o melhor em
qualquer coisa que você faça.
Meu
avô foi quem me apresentou a um ditado de Benjamin Franklin que eu vou guardar
pra sempre: “Quem se deita com cães amanhece com pulgas”. Em outras palavras,
as pessoas com quem você passa tempo tem um grande impacto na sua vida, então
você deve escolher seus amigos e mentores de forma sábia. Vovó Spaulding me
disse, recentemente, que meu avô era meu maior fã, mas mal ele sabia que eu era
o seu maior fã. Eu vou sentir
falta dele.
Antes
de ele falecer eu disse que o deixaria orgulhoso e que eu garantiria que faria
as pessoas sempre lembrarem dele. Eu quero viver de acordo com seus exemplos.
Eu quero ser um homem tão bom quanto ele foi, e eu quero ser um exemplo para os
outros, assim como ele foi pra mim.
AS
RECOMPENSAS DE UMA VIDA MELHOR
Uma
das coisas mais legais de tentar ser tão bom quanto meu avô Spaulding é que
agora eu sinto coisas que eu não sentia enquanto estava bebendo
compulsivamente, usando drogas, tomando remédios e farreando todas as noites.
Por
exemplo, outro dia uma pessoa me fez a pergunta mais trivial de todas, “Como
você está, Nick?”.
“Ótimo!”
eu disse. “Minha vida está ótima.”
E
pela primeira vez em muitos anos eu estava realmente querendo dizer isso, de
alma e coração.
Quantas
vezes nós respondemos esse tipo de pergunta no piloto automático, dizendo o que
achamos que temos que dizer, mas sentindo coisa completamente oposta? Bom, eu realmente
estou me sentindo como nunca antes.
Eu
experimentei o que é estar em uma espiral descendente, depressivo, onde as
coisas ruins só parecem se acumular até que você sinta o peso do mundo e até de
todo o universo nas suas costas. Hoje eu estou em um tipo diferente de furacão,
em um furacão positivo. Eu estou saudável e feliz e coisas boas parecem estar
sempre vindo na minha direção.
HOJE
EU ESTOU EM UM TIPO DIFERENTE DE FURACÃO, EM UM FURACÃO POSITIVO.
Eu
notei que pessoas que costumavam me evitar quando eu estava por baixo estão
voltando a se aproximar. Nos meus dias de treva, estranhos me ofereciam drogas
ou doses de bebida. Hoje estranhos me oferecem oportunidades, propostas para
livros, filmes e álbuns. Eu gosto muito mais desses agenciadores. Existe mais futuro pra mim
no que eles oferecem. Não existia futuro na outra vida que eu levava.
Coisas
ruins ainda acontecem, claro. Ainda existem conflitos e desafios com os quais
eu tenho que lidar diariamente, mas hoje eu estou em uma posição muito melhor
para superá-los e encontrar uma solução que não me traga mais problemas. Por
muitos anos eu banquei a vítima – ou, ainda pior, eu ficava no jogo da culpa.
Mas, felizmente, eu estou fora daquele papel e jogo, de vez.
Hoje eu
estou focado em perdão e gratidão. Uma das coisas que eu descobri com os meus esforços
para construir uma vida melhor é que o álcool e as drogas não eram os piores venenos
que eu estava ingerindo. A raiva, o ressentimento e a amargura que eu nutri
pelos meus pais e algumas outras pessoas – inclusive por mim mesmo – eram
tóxicos.
Quando você
permite que essas emoções negativas dominem os seus pensamentos e controlem
suas ações por longos períodos, eles disparam stress, que libera substancias químicas
no seu corpo que podem causar ainda mais danos do que álcool e drogas. Eles comprometem
seu sistema imunológico, aumentam sua pressão sanguínea, enfraquecem seu
coração e causam todo dia de outros problemas físicos.
Talvez
ainda pior, acumular raiva, amargura e ressentimento contra uma única pessoa poderia
envenenar todos os seus
relacionamentos. Esses sentimentos negativos são tão voláteis que eles limitam
a sua capacidade de confiar, simpatizar e se comunicar de forma efetiva, mesmo
com aqueles que você mais ama. Quando você assume o papel de vítima você tende
a ver todo mundo que te cerca como um vitimizador. Quando você está no jogo da
culpa, você tende a se esquivar da responsabilidade dos seus atos e pela sua
própria felicidade.
A
cura para a vitimização e culpa é o perdão. Eu costumava rejeitar essa ideia
porque eu não queria fazer nenhum favor para pessoas que tinham me magoado.
Então me foi mostrado que você não perdoa as pessoas pelo bem delas, você faz
isso por si mesmo. O perdão te liberta da raiva, da amargura e do
ressentimento. Ele te permite parar de viver no passado e abre os caminhos para
você viver no futuro.
A
CURA PARA A VITIMIZAÇÃO E CULPA É O PERDÃO.
No
começo você pode não ser capaz de perdoar alguém que tenha feito algo terrível
pra você. Isso pode ser um passo muito grande. Ao invés, tente um menor. Perdoe
alguém que tenha te magoado só um pouquinho: talvez o cara que roubou sua vaga
no estacionamento no shopping? Ou o colega de trabalho que perguntou se você
engordou durante as festas? Comece aos poucos e veja como se sente.
Se a
pessoa que você precisa perdoar não é um ente querido ou um amigo valioso, você
pode encarar dessa forma: perdoar aquela pessoa o torna menos importante pra
você. Um amigo meu descreve essas pessoas não importantes, mas que nos
magoaram, como cenários da minha vida.
Eles estão lá, mas você não precisa prestar muita atenção neles.
Você
não os dá nenhum poder sobre você ou suas emoções.
Perdoar
um ente querido ou um amigo valioso é mais complicado, mas mais importante. Eu não
me considero um mestre nisso, ainda. Eu ainda estou trabalhando nisso. Aqueles
entes queridos tem o poder de te magoar mais porque você se importa muito com
eles. Por essa razão, perdoá-los pode ser uma tarefa em estágios. Primeiro você
os perdoa só pelo seu bem. Você não quer o que eles fizeram tenha um efeito
mais longo e duradouro na sua vida.
É
como desarmar uma bomba. Se você não afasta o seu poder explosivo você nunca
saberá quando ela explodirá e quanto estrago fará quando isso acontecer.
EU
NÃO TENTO APAGAR DA MEMÓRIA AS COISAS RUINS QUE EU FIZ.
Conforme
o tempo for passando e a sua capacidade de perdoar for crescendo e se fortalecendo
você pode, então, trabalhar para perdoar entes queridos e amigos pelo bem deles,
também. Ninguém está dizendo que você precisa esquecer o que alguém te fez, mas
ter essa pessoa de volta na sua vida de uma forma positiva poderia beneficiar a
vocês dois.
Claro,
perdão é também um presente que você dá a si mesmo. Eu tive que trabalhar e
aceitar essa verdade, também. Eu já disse a vocês que durante um longo tempo eu
não me sentia merecedor do sucesso que eu tinha enquanto artista. Bom, eu
também não me sentia merecedor de perdão, também. Enquanto você leu sobre
alguns dos meus maiores erros e maus julgamentos, existe ainda outros no meu
passado que eu não compartilhei e eu tenho certeza que ainda haverá mais no
decorrer do caminho.
Com
ajuda, eu aprendi a me perdoar mais. Eu não tento apagar da memória as coisas
ruins que eu fiz. Eu quero aprender e me lembrar delas pra que eu possa evitar
cometer os mesmos erros de novo e de novo. Eu estou, lentamente, melhorando e
me perdoando por cada uma dessas coisas, uma por vez. Eu estou aprendendo a ver
os erros e falhas como oportunidades para aprender e crescer.
MUDANDO
A PERSPECTIVA
Isso
nos traz para a segunda poderosa ferramenta que eu descobri. Gratidão tem
poderemos maravilhosos porque pode mudar toda sua perspectiva. Uma atitude de
gratidão pode tornar uma situação negativa, insuportável e estressante em uma
positiva e significativa.
Aqui
vai um exemplo: recentemente nós estávamos trabalhando, em estúdio, no nosso
novo álbum quando a gratidão alterou todo o evento, pra mim. Eu estava me
sentindo sobrecarregado e sem forças. Gravar um álbum as vezes parece um pouco
como fazer salsicha; pode ser algo sanguinário que não é muito divertido de se
presenciar mesmo que no fim o resultado seja magnífico. Geralmente você tem que
cantar a música inteira e pedaços de músicas várias e várias vezes só pra conseguir
ter o melhor som. Então, normalmente temos horas e horas tentando diferentes
arranjos, adicionando instrumentos, ajustando aquele refrão ou deletando um
solo. Pode ser perturbador esperar pra que tudo isso se una.
ESSA
É A MÁGICA DA GRATIDÃO.
Então,
eu estava sentado lá, com minha cabeça abaixada no balcão, me sentindo exausto,
quando o engenheiro finalmente tocou a música na qual estávamos trabalhando a
noite toda.
Era
incrível. Naquele momento eu senti esse maremoto de gratidão. Me dei conta de
que eu estava realmente vivendo o sonho. Não apenas o meu sonho, mas também o sonho de milhões de
outros cantores e performers. Eu estava trabalhando em um álbum com alguns dos
mais talentosos produtores do mundo, cercado por excelentes músicos e pessoas.
O que era entediante ou exaustivo nisso?
Em
um instante eu mudei totalmente a minha experiência de algo negativo e
exaustivo para algo muito positivo e energético. Essa é a mágica da gratidão.
Outra coisa legal sobre a gratidão é que você pode aplicá-la até mesmo aos
desafios da sua vida. Você não precisa gostar de quando for mandado embora ou
tiver uma promoção rejeitada. Você também não vai ficar excitado quando alguém
te desapontar ou mentir pra você. Mas você pode ser grato pelas oportunidades
que vem com cada desafio. Talvez ser despedido ou ter sua promoção rejeitada te
levará para algo maior e melhor. Talvez ser desapontado ou ter alguém mentindo pra
você irá te levar a encontrar pessoas que irão te apoiar mais e serão mais
confiáveis."
"CAMINHO
DE PEDRAS
Nesse
capítulo final meu objetivo é te ajudar a ver o poder do perdão e da gratidão
quando você os aplica na sua vida. Quando você os utilizar diariamente irá se
sentir mais leve, energizado e sem carregar o peso do mundo. O caminho para uma
vida melhor é dado passo a passo, dia-a-dia.
Eu
tenho dito isso ao longo de todo o livro, mas aqui vai, uma última vez: Você
não muda comportamentos de uma vida do dia pra noite. Você não cura o vício em álcool
e drogas facilmente. O verdadeiro vício é uma doença e você provavelmente nunca
sentirá que está curado, mas você pode aprender a controlar isso.
O
que você pode fazer é aceitar a vida e seus desafios um dia por vez. Você faz
isso substituindo pensamentos negativos, desejos viciantes e maus impulsos por
resultados e atividades mais positivas. Hoje em dia, quando eu me sinto
frustrado ou sobrecarregado eu não vou para os bares. Eu vou pra academia, pra
praia ou pro estúdio. Eu trabalho em substituir as atitudes prejudiciais e os
hábitos que me limitam ou me destroem com versões construtivas que me
fortalecem e abrem portas pra melhores experiências.
VOCÊ
NÃO MUDA COMPORTAMENTOS DE UMA VIDA DO DIA PRA NOITE.
Sim,
é uma batalha diária. E sim, vale a pena. Até as coisas mais simples parecem
melhores. Como eu mencionei antes eu
comecei a praticar basketball novamente e eu acho que nunca gostei tanto do jogo
quanto agora. Eu amo esse esporte desde que eu era muito novo, mas quando eu
estava acima do peso, bebendo e me drogando não existia alegria nisso pra mim. Eu
praticamente parei de jogar. Naquela época eu esqueci o quanto isso significava
pra mim.
Hoje
eu jogo com um grupo de jogadores da rua que compartilham do meu amor pelo
jogo. Eles são atletas sérios das ruas com um grande talento. Depois de algumas
horas na quadra com eles eu mal consigo andar, mas cara, as endorfinas estão
circulando e por mais cansado que eu esteja eu me sinto como se tivesse ganhado
na loteria. O estranho é que todo esse exercício me energiza e quando eu acordo
no dia seguinte eu me sinto bem comigo mesmo.
Isso
nunca aconteceu quando eu passava o dia ou noite – ou os dois – anterior
farreando.
Naquela
época eu sempre me sentia culpado, como se eu estivesse desperdiçando a minha vida
e destruindo minha mente e corpo o que, claro, eu estava.
Eu
não estou dizendo que o desejo por álcool não me atinge mais, mas mais e mais
eu sinto meu corpo pedindo por exercícios e minha esperança é que um dia o bom
substitua o mau completamente. Outra coisa que eu notei: Quando você se sente
mais saudável, mais alerta mentalmente e mais comprometido com a vida parece
que você coloca algum tipo de aura ou vibração que atrai pessoas parecidas com
você.
NÓS
PRECISAMOS ENCORAJAR UNS AOS OUTROS, TORCER UNS PELOS OUTROS E GUIAR UM AO
OUTRO DE VOLTA PARA O CAMINHO MAIS POSITIVO.
Honestamente,
eu tive mais amigos e estranhos me dizendo que eu estou parecendo ótimo e cantando
bem nos últimos meses do que em todo o resto da minha vida. Os meninos do grupo
parecem não conseguir parar de me dizer o quão legal é me ver aproveitando mais
estar no estúdio ou nos palcos, de novo. O feedback positivo deles me faz querer
trabalhar ainda mais pra melhorar minha carreira, meus relacionamentos e eu
mesmo.
Eu
até tive algumas pessoas me dizendo coisas como “Você sabe, eu estava
preocupado que você não estaria mais vivo por muito tempo, que você morreria
qualquer dia desses e agora eu estou muito feliz de ver que você mudou a sua
vida.” Eu queria que eles nunca tivessem que pensar em mim como alguém que
estava se autodestruindo, mas eu sou muito grato a eles por se preocuparem
comigo e por me encorajarem.
Nós
temos que fazer isso. Nós precisamos encorajar uns aos outros, torcer uns pelos
outros e guiar um ao outro de volta para o caminho mais positivo. É fácil se
pegar preso nos seus próprios conflitos e esquecer o fato de que a pessoa ao
seu lado está lutando também, talvez até mais do que você. Então, uma vez que
você consiga se reerguer e se sentir melhor, tenha certeza de estender a mão
àqueles que estão tentando fazer o mesmo.
DIAS
MELHORES
Agora
que eu estou trabalhando seriamente em ser uma pessoa melhor e construir uma
vida melhor, minha missão é nunca ficar acomodado. Eu quero continuar me
desafiando, principalmente através de coisas que me fortaleçam mentalmente e
expandam meus horizontes. Atuar é uma das coisas que eu quero tentar novamente.
Vocês
devem se lembrar que nos meus dias de escuridão eu joguei fora uma oportunidade
de trabalhar as minhas habilidades como ator. Eu consegui um papel como um
bully (aquele que pratica o bullying) no filme de terror adolescente The Hollow, em 2004, mas ao invés de
passar minhas noites trabalhando nas minhas falas e me preparando para cada dia
de filmagem eu saia pra farrear.
Minha
aparência de ressaca e minha péssima performance devem ser a coisa mais assustadora
daquele filme, que ainda passa no canal SyFy vez ou outra.
Eu
me senti mal, durante muito tempo, por não ter dado o meu melhor naquele set,
mas eu me perdoei e me comprometi a reviver esse sonho. Eu tenho me interessado
por atuar e fazer filmes desde criança, quando ganhei aquela câmera de vídeo no
The New Original Amateur Hour, em
Orlando. Novamente, alguma das minhas melhores memórias de infância são os
filmes caseiros e representações que eu fazia com meu irmão e irmãs. Eu venho
me envolvendo em projetos cinematográficos desde então. Por exemplo, eu dirigi
um dos meus clipes e eu escrevi alguns roteiros.
Em
2012 eu dei meu primeiro passo, sério, na carreira de ator participando de uma
série de workshops liderados por John Rosenfeld, em L.A. John tem uma abordagem
muito pessoal e terapêutica. Ele encoraja seus alunos a trabalhar em si mesmos
e em suas habilidades de representação porque ele acredita que o seu
desenvolvimento pessoal te ajuda no seu desenvolvimento enquanto ator. Ele
também diz que as barreiras às quais você encontra na vida de ator são as
mesmas que você encontra na sua vida pessoal.
John
é o perfeito preparador de atores pra mim. Ele me ajudou a quebrar algumas
daquelas barreiras que eu construí em volta das minhas emoções ao longo dos
anos. Tem sido uma experiência poderosa. Um dos problemas que reprimiu minhas
tentativas passadas no campo da atuação foi a ideia que eu carrego comigo, por
anos, de que eu sou péssimo em memorização. Uma má memória é uma séria
desvantagem quando você precisa aprender as
Suas
falas pra um filme ou programa de televisão.
Essa
insegurança vem desde os meus tempos de colégio. Eu provavelmente me apavorei durante
alguma lição de casa quando precisei memorizar o Gettysburg Address ou um poema
de Yeats. Eu arrastei esse pensamento limitador comigo durante toda minha vida.
Mesmo eu tendo memorizado centenas de músicas ao longo dos anos, eu ainda
estava preso à crença de que eu não tinha uma boa memória para aperfeiçoar
minhas falas enquanto ator.
Basicamente,
eu me rotulei como alguém que não tem o que é preciso para alcançar aquele sonho,
em particular, e então eu minimizei aquela experiência aparecendo de ressaca no
set.
Isso
é uma zona, certo? Eu não sou sequer capaz de dizer a você porque eu pensava
que minha memória era uma droga, mas eu deixei esse pensamento limitador ficar
na minha cabeça durante todo esse tempo. Por que eu não me satisfiz com o fato
de que um diretor de elenco me achava capaz de representar aquele papel em um
filme? Eu não me dava o mesmo crédito que o diretor de elenco dava.
FREQUENTEMENTE
EU ME QUESTIONO PORQUE DEIXAMOS AQUELES PENSAMENTOS NEGATIVOS TEREM TANTO
IMPACTO.
Meu
terapeuta me diz que eu não devo permitir que o que me aconteceu no passado
afete meu futuro. Isso era exatamente o que eu estava fazendo. Você talvez
queira perguntar a si mesmo se você também se rotulou ou se colocou limites que
te impedem de conquistar a vida que você deseja. Você já disse a si mesmo que
não é inteligente ou talentoso suficiente, ou que não é merecedor do que
deseja? Frequentemente eu me questiono porque deixamos aqueles pensamentos
negativos terem tanto impacto. Por que não nos atemos aos pensamentos positivos
da mesma forma?
Ao
invés de deixar a memória de uma pequena falha enquanto criança permanecer
comigo por tanto tempo, por que eu não me ative ao fato de que com onze anos eu
já era tão bem trabalhado nas minhas qualidades enquanto performer que minhas
opções eram entrar para o elenco da Disney para o All New Mickey Mouse Club ou
os Backstreet Boys? Por que eu não pratiquei um pouco de gratidão pelo meu
sucesso enquanto cantor e artista e usei isso pra dar uma injeção na minha
confiança ao invés de não me sentir merecedor?
Essas
são questões que eu tenho me feito durante os exercícios no workshop de atuação
do qual eu estou participando agora. É muito intenso psicologicamente. John
quer que nós tenhamos contato com as nossas emoções. No passado eu
frequentemente corria das minhas. Normalmente eu tentava afogá-las com álcool
ou dopá-las com drogas. Mas John me fez abrir velhas feridas e olhá-las de
forma a determinar o que as causou e como cada uma delas impactou a forma como
eu vejo e respondo ao mundo a minha volta.
Eu
aprendi que você precisa se permitir ser vulnerável para que possa se tornar
mais forte. É difícil. Como a maioria das pessoas, eu não gosto de ficar
revivendo eventos e memórias dolorosas. Eu sou muito mais propenso a enterrá-las
ou deixá-las trancadas em algum lugar.
Mas
eu aprendi que o que é mais fácil não é, necessariamente, o que é melhor pra
nós.
DEIXANDO
PRA TRÁS
Muito
frequentemente, quando estamos magoados, nós nos fechamos para nos protegermos.
Nós não expressamos nossos sentimentos e eles acabam apodrecendo dentro de nós causando
confusão, frustração e raiva. Homens são conhecidos por isso, mas as mulheres também
fazem isso. Outra coisa de homem da qual eu me sinto culpado é de me conter, o que
você não pode fazer enquanto ator. Muitos dos outros participantes do workshop
do John são mais novos do que eu, mas muito mais experientes enquanto atores.
Muitos se formaram
em
teatro, na faculdade. Alguns já trabalharam com comerciais, filmes e programas
de televisão. Eles me veem como esse astro pop, mais velho e contido, que
vendeu milhões de álbuns, mas que, de alguma forma, muito cru enquanto ator. Eu
me sinto bem vulnerável e humilde quando eu vejo o quão boas algumas das
crianças do meu workshop são. Eles podem se desligar e entrar no personagem
muito mais fácil do que eu.
John
tem me feito trabalhar nisso ao ponto de ser um pouco assustador e chocante.
Depois dos primeiros dias de aula eu me peguei chorando por coisas que eu achei
que nunca choraria. Por exemplo, eu estava em casa, no meu computador uma noite
e eu, aleatoriamente, cliquei num clipe de uma música do grupo de rock Heart
com as irmãs Ann e Nancy Wilson. Eu amo a Nancy, principalmente enquanto
guitarrista. Mas dessa vez alguma coisa se abateu sobre mim. Eu fiquei com os
olhos cheio de lágrimas enquanto assistia a apresentação e não conseguia
entender o motivo. Um amigo me disse, depois, que aquela música deve ter criado
um elo emocional comigo – me lembrando de algo do passado, alguma coisa que
tenha despertado uma emoção a muito tempo reprimida.
Eu
realmente não sei quais memórias vieram à tona com aquela música do Heart, mas
eu estou feliz que tenha acontecido. É bom reviver aqueles sentimentos
acumulados. Chorar é um grande aliviador de stress e pressão. Eu costumava ter
dificuldade para chorar, provavelmente porque meu pai era um cara durão que via
isso como sinal de fraqueza.
Quando
eu chorava, enquanto criança, ele me dava um tapa do lado da cabeça e me dizia pra
parar de agir como um bebê.
EU
TE ENCORAJO A DEIXAR AS LÁGRIMAS ROLAREM SEMPRE QUE TIVER VONTADE.
Mais
recentemente eu aprendi que chorar é uma resposta natural à certas emoções profundas.
Nós realmente não devíamos tentar segurar as lágrimas porque manter esses sentimentos
aprisionados e acumulados nos torna mais vulneráveis, na verdade. Eu geralmente
me sinto muito melhor depois que algo me faz chorar, então eu não olho pra isso
como uma coisa ruim, mais.
Você
também não deve olhar para o ato de chorar como uma coisa ruim, também. Eu te encorajo
a deixar as lágrimas rolarem sempre que tiver vontade. Se você se abrir para um
terapeuta ou amigo ajudar, faça isso. As aulas de John Rosenfeld me deram o
apoio e encorajamento que eu precisava para, finalmente, quebrar as barreiras
que eu havia construído ao redor dos meus sentimentos desde a infância. Eu
descobri que toda vez que eu me permito me abrir e ser vulnerável eu aprendo
algo novo sobre mim mesmo e me sinto mais forte.
John
quer que seus alunos sejam tão livres quanto uma criança brincando, durante
seus workshops. Suas aulas estão me forçando a deixar pra trás as coisas que
tem me prendido e me impedido de atuar. É tudo uma questão de recapturar aquela
alegria, entusiasmo e destemor da infância. Eu tive a oportunidade de
reencontrar aqueles sentimentos que eu tinha no comecinho dos BSB quando eu me
divertia muito dançando e cantando no palco, e
Aproveitando
todas as oportunidades que vinham até nós.
Eu
quero trazer aquela alegria pra todos os aspectos da minha vida, agora.
Eu
acredito que a minha experiência com os workshops do John me farão uma pessoa e
artista melhor, em todos os aspectos. Eu estou mais consciente dos meus
sentimentos e das coisas que me afetam, mais focado no que é positivo e me
sentindo muito mais otimista com o meu futuro."
"LAÇOS
DURADOUROS
Quando você vive no extremo por tanto tempo quanto eu vivi você
não consegue prever todas as
recompensas que virão com um estilo de vida mais saudável, são e sóbrio. Pra
mim, isso é particularmente verdadeiro quando o assunto é a minha interação com
as outras pessoas. Eu tive muito poucos relacionamentos normais da minha vida.
Você
provavelmente já conheceu mais sobre a disfuncionalidade da minha família do
que você provavelmente gostaria. E minhas experiências com namoradas também não
foram as mais estáveis. Mesmo os relacionamentos que não chegaram a ser
manchetes de jornal foram bem tumultuados. A maioria deles não durou muito,
também.
Claro
que parte do problema era o meu estilo de vida, sempre viajando. Mas pra cada
música escrita sobre os bons e insanos momentos na estrada existe uma ou duas
sobre a solidão, monotonia e desconexão que vem com a constante mudança de
lugar pra lugar, de um hotel pro outro.
Claro
que eu sou grato pelas oportunidades. Eu não trocaria minhas experiências por
nada. Não existe outro trabalho que teria permitido a uma criança que vem da
classe trabalhadora de Tampa ter visto tanto do mundo, ou se dar tão bem na
vida. Mesmo assim, eu frequentemente me pego sentindo inveja das pessoas que
tem uma vida mais balanceada e relacionamentos duradouros, baseados em amor e
apoio.
EU
NÃO TROCARIA MINHAS EXPERIÊNCIAS POR NADA.
As
garotas iam e vinham, comigo. Eu nunca conseguia segurar um relacionamento. Eu
não confiava em ninguém e por eu ser imaturo e compulsivo por controle eu,
geralmente, via as garotas com quem eu namorava como controladoras. Eu
terminava dizendo que eu não queria outra pessoa me dizendo o que fazer ou
fazendo exigências.
Quando
você está comprometido em um relacionamento você deve levar em conta a outra pessoa.
Você precisa considerar o impacto que as suas ações e palavras tem no seu parceiro.
Naquela época eu não conseguia ser responsável e atencioso com outra pessoa durante
todo o tempo.
Eu
estava mais voltado pra beber e farrear e passar tempo com meus amigos. Eu
estava preso naquela mentalidade de 19 anos de idade, e a maioria das pessoas
que saiam comigo compartilhavam do meu ponto de vista. Eu estava cercado de
pessoas egoístas que só se preocupavam em ficar bêbadas e drogadas. Era um
ambiente negativo. Nós éramos a personificação de “miséria adora companhia”.
Nossos relacionamentos eram baseados em nada além da nossa falta de
responsabilidade coletiva. Nós não éramos realmente amigos. Nós éramos
catalisadores pros piores hábitos um do outro.
Minha
vida mudou muito, para melhor, nesse aspecto, também. O que deve ser a maior recompensa,
e o maior sinal de que eu estou me recuperando dos meus erros do passado, é o
fato de que eu estou em um relacionamento saudável e duradouro, nos últimos
quatro anos, com uma mulher maravilhosa chamada Lauren Kitt – o relacionamento
mais longo da minha vida. Eu estou extraordinariamente feliz. Nós temos nos
dado muito bem durante os últimos anos e isso se dá pelo fato de eu estar
aprendendo a ser uma pessoa melhor e um parceiro melhor nos meus relacionamentos.
Eu
evolui muito nessa questão. Meu foco mudou. Lauren me ensinou muito. Ela é
inteligente, genuína e honesta, e é minha melhor amiga. Eu nunca tive alguém
como a Lauren em quem eu pudesse confiar totalmente. Ter um relacionamento
estável com ela fez uma grande diferença na minha vida.
MEU
FOCO MUDOU.
Nós
dois tivemos nossos problemas com álcool, drogas e sobrepeso, então nós
entendemos e apoiamos um ao outro mental e espiritualmente. Nós dois querermos
ter uma mente e um corpo mais saudáveis. Fitness é um tema comum aos dois. Nós
nos motivamos e usamos o esporte como um meio de combater a depressão e liberar
endorfinas mais saudáveis. Lauren tem sido minha rocha, a pessoa com quem eu
posso contar e me sentir normal. Nós jogamos tênis e vídeo games e fazemos
exercícios juntos. Nós levantamos peso e fazemos condicionamento físico,
também. Nós até jogamos paintball juntos. Uma vez ela atirou em mim, simples
assim, o que não foi nada divertido. Queima como o inferno e deixou uma marca.
Ela é super habilidosa enquanto atleta, com certeza. Lauren é modelo e
fisiculturista profissional – ela ganhou o seu card de profissional do WBFF (World
Bodybuilding and Fitness Federation) em Dallas. Ela é atlética e super
competitiva, o que mantém as coisas interessantes porque nós nos forçamos a ser
melhores a todo tempo.
E
nós gostamos de motivar outras pessoas, também; nós começarmos um programa no Youtube
e um site, juntos, chamado Kitt Fitt que
é focado na parte esportiva da nossa vida.
Nós
estamos muito dedicados a mostrar às outras pessoas a como se manterem ativas e
saudáveis. Eu, particularmente, gosto do fato de que nós crescemos enquanto
pessoas enquanto crescemos enquanto casal. Nós nos tornamos mais do que
qualquer um de nós jamais pensou ser possível.
Eu
tive relacionamentos que pareciam não ir a lugar algum além da atração física
inicial.
Algumas
das mulheres com quem eu me relacionei acabaram apenas me fazendo sentir pior sobre
mim mesmo. Algumas eram apenas fãs curiosas sobre a vida de celebridade ou que estavam
procurando uma forma de alavancar suas carreiras.
EU
GOSTO DE APRENDER COMO SER UMA PESSOA MAIS CARINHOSA E ATENCIOSA.
Minha
conexão com a Lauren é mais saudável do que qualquer outra que eu tive e isso
se dá porque é baseada no nosso desejo mútuo de ser melhor e de viver uma vida
com mais sentido e significado. Juntos nós sentimos que podemos fazer qualquer
coisa em que colocarmos na nossa mente. Esse tipo de laço positivo e
enriquecedor era o que eu mais sentia falta na minha vida. A maioria dos meus
relacionamentos anteriores era superficial ou desbalanceado de um lado ou de
outro. Não existia o mesmo respeito e carinho mútuo que eu tenho a feliz
oportunidade de experimentar com a Lauren. No passado, se eu tinha um desentendimento
com uma namorada era como se alguém tivesse acendido um pavio. Bombas iriam
estourar. Não existia uma busca por entendimento e solução.
Eu
me cansei. Eu desisti de encontrar alguém pra compartilhar minha vida. De
muitas maneiras eu não sabia o que era bom ou ruim, certo ou errado nessa área.
Eu tive que estudar como meus amigos que tem um sólido relacionamento tratam
suas esposas e como eles respondem um ao outro. Eu tento aplicar as lições que
eu aprendi à minha própria vida.
As
observações ajudaram a ser um parceiro infinitamente melhor. É excitante,
sério. Eu gosto de aprender como ser uma pessoa mais carinhosa e atenciosa. Nem
sempre eu tenho sucesso. Muitos homens têm muito que aprender quando o assunto
é comunicação com as mulheres. Mas eu continuo tentando e os resultados desse
esforço são recompensadores.
Lauren
não tem medo de me dar um choque de realidade vez ou outra, mas, mesmo quando ela
o faz, nós normalmente apenas conversamos sobre o assunto sem explodir. Tirar o
álcool e as drogas da equação com certeza ajudam. Nós não saímos pra farrear
toda noite. Eu passei tanto tempo da minha vida em bares e clubes,
desperdiçando tempo que eu deveria ter gastado em aulas de teatro ou escrevendo
músicas – fazendo melhorias em coisas que teriam me colocado em vantagem. Eu
estou correndo atrás do tempo perdido, agora, e ter esse relacionamento estável
tem sido um grande fator.
Sempre
que estou me sentindo triste ou deprimido sobre a morte da Leslie, meu péssimo relacionamento
com meus pais ou outros assuntos pessoais a Lauren está lá por mim. Ela é tão
compreensiva. Ela irá me confortar e me dar tempo para ficar triste ou
desabafar, sempre me encorajando a ser indulgente em perdoar os outros e a mim
mesmo. Ela me dá espaço para lidar com meus demônios de uma forma sã e
saudável.
ESTAR
PRESENTE UM PRO OUTRO
Outras
garotas que passaram pela minha vida frequentemente me criticariam pelos meus sentimentos,
ficariam do outro lado – ou pior, elas simplesmente não iriam querer lidar comigo
quando eu não era divertido de se estar próximo. Lauren nunca diz que eu não deveria
me sentir dessa ou daquela forma, ou que eu estou errado. Ela diz, “Eu te amo e
eu não quero que você se machuque. Me dói quando você está se machucando ou se autodestruindo
porque eu quero que nós fiquemos juntos por muito tempo. Eu te amo. Eu quero
que você fique aqui.”
Nós
conversamos sobre a forma como minha irmã faleceu de overdose, tenha sido intencional
ou acidental, e a Lauren é clara sobre precisar de mim e querer que nós
tenhamos vidas longas e juntos. Algumas vezes nós somos meios radicais no nosso
foco no esporte, mas mesmo quando estamos acima dos limites, pelo menos é em
uma fixação saudável. Se um de nós dois tem um check up e nossa pressão
sanguínea está elevada ou se nós ganhamos peso, nós nos dedicamos a isso e
solucionamos o problema rapidamente porque queremos acordar todas as manhãs e
ver o rosto da outra pessoa. Nós querermos estar presente um para o outro.
Isso
é uma enorme mudança pra mim. Eu claramente deixei de me focar nos meus problemas
e necessidades e agora estou na direção de ter uma visão mais balanceada sobre a
vida e o amor. Eu acho que isso é parte de uma perspectiva mais adulta e
evoluída. Eu aprendi com a Lauren que você não pode mudar as outras pessoas e
que isso é o objetivo errado, de toda forma. Se você realmente se importa com
alguém e quer construir um relacionamento duradouro com ele(a) você deve
trabalhar em si mesmo, antes, e servir de exemplo.
NÓS
QUERERMOS ESTAR PRESENTE UM PARA O OUTRO.
Devem
existir coisas das quais você não gosta no seu parceiro, mas se você olhar pra
você também verá que não é perfeito também. Você nunca deve aceitar
comportamentos abusivos, claro. Algumas vezes nós nos apaixonamos por pessoas
que não são boas pra nós. Nesse caso, você deve ser capaz de ver o
relacionamento pelo que ele é e tomar a decisão de sair dele. Eu tomei essa
decisão antes e sei que pode ser doloroso, mesmo quando é visível que isso é a
coisa certa a se fazer. Lembre-se que quando você sai de um mau relacionamento
você está, na verdade, dando um passo a mais na direção de encontrar um
relacionamento melhor. Um que seja realmente certo pra você.
Como
a Lauren eu quero ser uma pessoa melhor, o que me diz que ela é boa pra mim.
Nós fazemos com que o outro lute pra ser o seu melhor. O que eu quero deixar
claro nesse último capítulo é que se você não está encontrando relacionamentos
duradouros que te façam querer ser um parceiro e pessoa melhor, então talvez o
problema não esteja na pessoa que você está namorando. Talvez o problema esteja
dentro de você.
Esse
era o meu caso, na maior parte das vezes. Eu não estava satisfeito com ninguém principalmente
porque não estava satisfeito comigo mesmo. Meu relacionamento com a Lauren não
se firmou até que eu tivesse comprometido em ter uma vida mais saudável, sã e positiva.
Lauren acreditou naquela pessoa e hoje nós nos inspiramos um no outro para alcançar
nossos sonhos particulares e em comum.
BUSCA
PELA COMPREENSÃO
Nós dois
fizemos coisas autodestrutivas, no passado. Entretanto, agora que nós
construímos algo lindo, juntos, nós percebemos que nós teríamos muito mais a
perder se estragássemos isso. Esse reconhecimento nos incentiva a preservar e
cultivar o que nós temos. Nós identificamos não apenas o tipo de pessoa que nós
queremos ser, mas o tipo de relacionamento que nós queremos aproveitar juntos.
Nossa atração física é forte. Ser amigo um do outro é igualmente importante.
Algumas vezes isso significa dar ao outro um amigável pontapé na bunda, ou uma
chamada de despertar, ou um outro ponto de vista. Amor não é apenas sorrir e
concordar.
Se
relacionamentos fossem um esporte radical minha família teria ido para as
Olimpíadas naquela categoria. Quando as coisas estavam bem nós éramos todos
abraços e beijos e “Eu amo você”. Quando as coisas estavam mal nós gritávamos,
jogávamos coisas um no outro, trocávamos socos e gritarias por horas. Existia
muito pouco senso comum. Lauren e eu não queremos isso.
SE
RELACIONAMENTOS FOSSEM UM ESPORTE RADICAL MINHA FAMÍLIA TERIA IDO PRAS
OLIMPÍADAS NAQUELA CATEGORIA.
Nós
não nos importamos de ser um casal entediante vez ou outra. Tédio tem seus
pontos positivos. Nós tentamos não deixar que pequenas coisas se transformem em
grandes problemas. Antes de conhecer a Lauren eu tinha a tendência a interiorizar
e remoer todos os meus sentimentos até que a pressão fosse tão grande que eu
explodiria. Eu evitava conflitos porque na minha infância não existia nada como
um desentendimento amigável. Meu pai liberava o stress atirando (com uma arma)
pra fora da janela. Você pode imaginar o medo que isso infligia na minha casa?
Lauren
é uma mulher forte, física e emocionalmente, mas eu não quero que ela nunca
tenha medo de mim, dessa forma. Então, construir um relacionamento é tanto
saber o que você não quer quanto saber o que você quer. Tudo faz parte. Eu
estou aprendendo a ter responsabilidade por como eu a faço sentir, o que é um
grande passo pra mim e muitos homens.
As
mulheres geralmente acham que nós entendemos os sentimentos dela, mas a maioria
dos homens não são tão ligados assim. Então quando estamos comprometidos com
alguém com a qual nos importamos somos, as vezes, lentos para entender que as
mulheres não querem que nós resolvamos os problemas delas na mesma proporção em
que querem que nós entendamos como elas estão se sentindo.
Eu
não quero fazer parecer que eu conheço toda a dinâmica homem mulher, ainda. Em
um dado momento da minha vida eu tinha medo de nunca ter uma namorada por mais
de alguns poucos anos.
E
mesmo que eu tivesse, eu tinha medo do casamento. (Nem comecem me fazer falar
sobre meu medo de ter filhos!). Mas eu estou amadurecendo e minha visão mudou
em relação a várias coisas.
Logo
que eu conheci a Lauren eu disse a ela que nunca iria casar. A união dos meus pais tinha sido um
exemplo tão ruim que eu não acreditava nisso. Eu queria que ela ouvisse isso de
mim em primeira mão. Mas quando você realmente ama alguém você se sente muito protetor
sobre essa pessoa. Especialmente quando aquela pessoa é tão dedicada a você quanto
a Lauren é a mim – quando aquela pessoa está sempre ao seu lado, todos os dias,
te apoiando nas suas necessidades e objetivos. Você vê nas suas ações que eles comprometeram
a sua vida com você. E porque a vida deles é valiosa, também, você precisa ser
justo. Você não pode ficar jogando com a vida de outra pessoa. Ou você está
dentro, ou está fora. Antes que eu pudesse perceber eu também estava dedicado à
Lauren.
Por
muito tempo a ideia de me comprometer com uma pessoa era muito assustadora pra mim,
mas hoje eu a acho libertadora. Eu sou muito mais livre pra ser eu mesmo quando
estou com a Lauren porque ela e eu conhecemos e confiamos muito um no outro.
Esse senso de liberdade é algo que eu nunca tinha experimentado em um
relacionamento, mas eu estou realmente grato por isso.
Hoje
eu estou feliz de dizer que não apenas eu consigo imaginar como seria passar a vida com
a Lauren, mas eu estou realmente ansioso
por isso. Em fevereiro de 2013 eu a pedi em casamento em um dos
meus lugares favoritos no mundo e ela disse “Sim!”. Nós tínhamos planejado 10
dias de férias em Florida Keys. Eu comprei o anel antes e quando chegamos lá eu
finalmente queria dá-lo a ela. Eu sentia como se ele estivesse abrindo um
buraco no meu bolso. O plano era levar o meu barco, de 25 pés, que eu mantinha
lá até uma ilha privada que é muito especial para mim. Eu escolhi o local
porque eu queria que a Lauren visitasse um dos lugares que continha boas
lembranças da minha infância, principalmente porque ela tinha praticamente
ouvido apenas coisas ruins daquele tempo da minha vida.
Embora
eu amasse pescar e velejar eu não ia a Keys a mais de 8 anos. O que eu não percebi
antes de chegar é que depois de todo esse tempo parado na marina o barco
estaria em tão más condições. Eu sabia que não podia deixar nada atrapalhar
meus planos, então o pai da Lauren e eu passamos três dias inteiros desmontando
o barco e restaurando o máximo que podíamos. Nós tiramos o motor e trocamos
todas as partes danificadas até que estivesse funcionando o suficiente para
sairmos pra um passeio. Naquele dia nós quase não chegamos na ilha. Nós batemos
em um banco de areia e o motor parou. Eu tive que ligá-lo várias vezes, mas era
muito perigoso. Você consegue imaginar se nós tivéssemos ficado presos lá? Era
tão afastado que teríamos que chamar a guarda costeira. Era uma aventura, mas
nós finalmente chegamos onde eu queria. Nós chamamos de Ilha do Noivado porque sua localização ainda
é um segredo e nós queremos manter assim. Foi lá que eu finalmente fiz a
pergunta e a Lauren concordou em passar o resto da sua vida comigo.
De
várias formas aquela viagem foi uma metáfora para a longa e determinada jornada
que eu descrevi pra vocês nesse livro. Eu tive que dissecar a minha vida, examiná-la,
perceber o que precisava ser consertado e fazer as mudanças necessárias pra
chegar onde eu tanto queria estar, assim como eu tive que fazer com aquele
barco. Uma das muitas coisas maravilhosas que aconteceram na viagem de volta
pra Florida, nessas férias, foi que eu tive a oportunidade de olhar pra alguns
dos piores demônios do meu passado e provar pra mim mesmo que eu sou mais forte
do que jamais fui. Foi uma experiência tão curadora e mentalmente libertadora que
eu só posso ser grato por isso. Eu estou confiante que eu posso continuar a
crescer e ser o homem que eu quero ser pro meu próprio bem e pro bem da minha
futura esposa. Eu estou animado pelo que o presente e o futuro guarda pra nós.
Eu
não tenho nenhum pensamento sobre filhos, no momento, mas eu vou dizer uma
coisa: assim como muitos amigos que são casados, e que serviram de modelos de
um bom relacionamento, tiveram e criaram seus filhos eu vou continuar
observando e aprendendo com eles. Se esses amigos são tão bons enquanto pais
quanto eu suspeito que eles sejam, então talvez nós possamos considerar isso.
Quem sabe? Uma coisa que eu aprendi das minhas experiências é que tudo é
possível, mas eu continuo levando a vida um passo de cada vez, já que esse tem
sido um bom caminho pra mim.
ESCREVENDO
MINHA PRÓPRIA HISTÓRIA
Todo
dia eu aprendo mais sobre mim mesmo e minha habilidade de criar minha própria estória
de vida. Eu me sinto melhor sobre meu futuro graças à minha visão mais positiva
sobre a vida, minha reunião com os Backstreet Boys, meu interesse renovado em
compor e atuar, meu relacionamento sólido e amoroso com a Lauren e, claro,
nosso casamento. Todo dia é um novo dia e eu nunca sei o que vai aparecer no
meu caminho, mas hoje eu tenho
Confiança
de que eu tenho o poder de lidar com os desafios da vida e a graça de apreciar todos
os seus presentes.
Eu
também sei que eu posso mudar a mim mesmo pra melhor desde que eu esteja
saudável mental e fisicamente. Eu quero construir coisas boas na minha vida e
colocar as ruins no passado, deixando-as pra trás pra sempre. Eu ainda lido com
a depressão, o que provavelmente é causado pelas drogas que eu consumi no
passado ou, mais genericamente, ao meu estilo de vida insalubre. Mas eu aprendi
a lidar com aqueles momentos ao invés de deixar que eles me sufoquem e disparem
meu comportamento autodestrutivo.
EU
ME TREINO A FUGIR DISSO.
Estar
consciente dos pensamentos negativos e contra-atacá-los imediatamente tem sido
de grande ajuda. Eu me treino a fugir disso. Eu os uso como motivação para
encontrar algo positivo para fazer – qualquer coisa que me desvie pra longe da
escuridão e em direção à luz.
Nós
temos uma capacidade incrível de ajustar nossas ações e pensamentos. Se nós constantemente
monitorarmos nossos sentimentos e fizermos os ajustes necessários o processo se
tornará mais fácil a cada vez. Meus vícios hoje são ter uma mentalidade, corpo
e emoções mais saudáveis. Eu estou lendo para abrir e expandir minha mente. Eu
estou me exercitando para fortalecer meu corpo. Eu estou fazendo terapia pra
lidar com meus demônios, lidar com as minhas emoções e pra ser uma pessoa
melhor de uma maneira geral.
Esse
livro é um dos resultados desse comprometimento. Eu tentei deixar claro ao
longo dessas páginas que eu não me vejo como mais esperto ou evoluído do que
qualquer outra pessoa. É quase o contrário. Quanto mais eu aprendo, mais
humilde eu me sinto porque existe muito mais além do que eu posso alcançar.
Assim como eu disse na introdução, eu espero que você aprenda com os meus
erros. Eu compartilhei tantos deles com você e tenho que admitir que revelá-los
não foi fácil.
QUANTO
MAIS EU APRENDO, MAIS HUMILDE EU ME SINTO...
Outro
ponto principal que eu espero que você leve desse livro é que não importa
quanto fundo você caia, não importa quantos erros você cometa ou quantas falhas
você possa experimentar você pode, sempre, dar uma virada na sua vida. Você
pode ser a pessoa que você deseja ser, a pessoa que você merece ser. Nunca
desista de si mesmo. Nunca deixe outra pessoa escrever a sua história por você.
Escreva você mesmo. Saiba que você é
Merecedor
da melhor vida que você possa criar.
Ler
esse livro é dar um passo nesse processo de mudança. Eu te encorajo a seguir,
passo a passo, dia-a-dia.
Você
pode tropeçar, cair ou estragar tudo. Eu com certeza fiz. Você descobrirá,
entretanto, que quando você continua se levantando e trabalhando pela vida que você
quer você vai melhorar ser cada vez mais e mais melhor em ser melhor e melhor.
Apenas
jure aprender com aqueles erros e se perdoar. Jure fazer o seu melhor. Se você
se mantiver comprometido e com uma atitude positiva eu acredito que coisas boas
vão acontecer pra você assim como aconteceram pra mim. Você não tem nada a
perder tentando e, acredite em mim, as recompensas são doces.
NUNCA DEIXE
OUTRA PESSOA ESCREVER A SUA HISTÓRIA POR VOCÊ."
Agradecimentos
"Eu
gostaria de agradecer ao meu avô, Douglas Spaulding, de quem cuja sabedoria foi
uma grande fonte de inspiração pra mim ao longo da minha vida. Ele era um homem
maravilhoso e realizado cuja busca por conhecimento e constante evolução
pessoal refletia na sua extensa biblioteca. Eu lembro de limpar o seu
escritório, enquanto criança, e ficar fascinado e encantando com todos os
livros que ele tinha. Eu realmente gostaria que ele pudesse ter lido esse.
Embora ele não tenha vivido pra vê-lo publicado, eu tenho orgulho de adicioná-lo
nas bibliotecas do mundo em sua homenagem.
Eu
também queria agradecer ao amor da minha vida, minha rocha e suporte, Lauren
Kitt, que já viu muitas das minhas transformações e me incentivou a conquistar
mais objetivos pessoais do que eu jamais achei ser possível. Ela teve fé,
perseverança e paciência pra estar ao meu lado enquanto eu aprendia toda uma
vida de valiosas lições em alguns poucos e intensos anos. Assim como muitas
outras celebridades mirins eu me mantive jovem de todas
as
formas erradas possíveis por muitos anos e tive muito que crescer. Lauren
estava lá por mim enquanto eu me transformava de menino em homem. Eu sou
eternamente grato a ela por isso e por todo seu amor.
Minha
apreciação á Lori Graf, também. Ela tem sido uma segunda mãe pra mim, alguém
com quem eu sempre posso contar em tempos de necessidade e olhar com respeito e
admiração. Ela é alguém em quem eu posso me espelhar e eu tenho sorte de tê-la na
minha vida.
Eu
também devo agradecer cada um dos meus companheiros de banda. Eles me ensinaram
valores que eu carregarei pra vida toda; eles estiveram comigo nos meus piores
e melhores momentos e serviram de família alternativa, frequentemente me
mostrando outras perspectivas do que uma família é e potencialmente pode ser.
Eles foram “fundamentais” na minha evolução. Eles me ajudaram, de várias
formas, a ser o homem que eu sou hoje. Eu os amo como irmãos.
Claro,
um grande “viva” pra todos os meus fãs maravilhosos e leais. Vocês tem me
mostrado um amor incondicional pelos últimos 20 anos, ficando comigo quando eu
estava por cima e quando estava por baixo. Nós compartilhamos muitas dores – do
tipo que eu canto, do tipo que todos nós experimentamos de tempos em tempos, e
do tipo que fez com que eu quase me autodestruísse, mas nós também
compartilhamos bons momentos. Eu quero agradecer a vocês por acreditarem em mim
e não desistirem quando eu estava passando pelos piores momentos. Eu sei que
não foi fácil me ver crescer diante dos seus olhos.
Muito
obrigada, também, ao Jack Ketsoyan da EMC Bowey, jay McGraw, Soctt Waterbury e Lisa
Clark da Bird Street Book e pro Wes Smith e Hope Innelli por me ajudarem a
trazer esse livro ao mundo. Tem sido uma grande jornada.